sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Carinho explícito



No dia 13 fizemos um evento de encerramento da Pós e os alunos puderam convidar algumas pessoas. Nossa colega Paula, que vinha do Rio todos os sábados, tinha contado que a mãe não viria porque estava viajando. Ela nos contou ontem que quando chegou ao hotel depois do evento no sábado, encontrou um buquê de flores e uma garrafa de champagne esperando por ela com um cartão carinhoso da mãe dando os parabéns por mais uma etapa vencida. Pensei: como é bom quando as pessoas externam seus sentimentos!
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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Não é coisa do outro mundo

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De Cora Coralina



"Não sei se a vida é curta ou longa demais pra nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido se não tocamos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo...."

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

E não é que 2009 já tá batendo na porta?

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Passando pela avenida paulista ontem à noite fiquei pensando se é possível ficar à margem do clima natalino, mesmo que você não seja cristão e não frequente nenhuma das igrejas que pregam o nascimento do menino Jesus na noite de 24 de dezembro. Comprar presente para o amigo secreto tudo bem, é uma comemoração de mais um ano que chegou ao fim, mas comprar não-sei-quantos-presentes pra pessoas que você nem é a fim de presentear, é uma hipocrisia sem fim.

Outro mito do Natal: não dá pra ficar sozinho, pode bater a deprê e o sujeito fazer alguma bobagem. Será mesmo que não dá pra segurar a cabeça? Estaríamos assim tão fraquinhos da bola a ponto de não aguentar a nossa própria companhia? Não dá pra ficar sozinho consigo mesmo? Quem vai pra retiro espiritual seria biruta? Sei não. Coisas do final do ano.

A única coisa que gosto mesmo de fazer nesse período é a tal listinha do que pretendo fazer no próximo ano. Acho que é um contrato de intenções consigo mesmo: viajar mais, trabalhar menos, começar a nadar, entrar em forma, estudar um idioma. Tem também a listinha daquilo que não se quer no ano seguinte: ser escravizado pelo trabalho, dar ouvidos às malediscências alheias, aguentar parentes chatos, entre tantas outras.

Pois é, coisas pra fazer no fim de ano não faltam, seja na praia, em casa, ou caminhando pelas montanhas. Quem viajar, que aproveite muito. Quem ficar, que aproveite muito também.

E em 2009 espero que todos dêem muita risada gostosa como essa da amiga Fê.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Tiraram um caminhão das minhas costas

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TCC entregue, retomei o controle da minha vida. Parece exagero? Imaginem que já posso até marcar cervejinhas com os amigos em diferentes dias e horários! Liberdade total!

O trabalho ficou bom e agora devo produções com cupuaçu pra diversas pessoas pra compensar a ausência dos últimos tempos. Ainda falta a avaliação da banca e os "ajustes" que certamente terei que fazer antes de dar por encerrada a tarefa, mas o mais pesado já passou.

No sábado, nossa penúltima aula da Pós, fizemos alguns finger foods, ou seja, comidinhas, pequenos bocadinhos etc. A aparência é muito boa. Vejam algumas.


Espeto de feta marinado com erva doce


Tubinhos de siri


Enrolado de tomate seco e rúcula

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Pra quem se interessa por gastronomia

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Hoje tô parecendo garota propagando do Estadão, mas como fiquei um tempão esperando o safado do meu ônibus, li tudim, tudim de todos os cadernos. Bem, no Caderno 2 tem uma nota dizendo que o Estadão colocou no ar o site do Caderno Paladar (que circula às quintas-feiras). É pra quem gosta de gastronomia e de coisas novas e modernas na cozinha. São entrevistas, receitas, reportagens e algumas coisinhas mais com gente contemporânea, que tá mexendo com cozinha, vinhos, cafés, restaurantes etc.

Vale a visita.

Veríssimo e a Ford

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Li hoje no Veríssimo (Estadão) e achei ótimo:


"A gente vive atrás de símbolos, e os mais procurados são os que marcam, convenientemente, o fim ou o começo de períodos históricos. Gostamos de frases sintéticas tipo 'o século 19 acabou mesmo com o naufrágio do Titanic' ou 'a revolução sexual começou com a bunda de fora da Brigitte Bardot'. A Ford está entre as montadoras americanas que nesta semana foram pedir ajuda ao Congresso americano para não naufragarem, e se há um fato que simbolizaria o fim de várias eras, idades, ciclos e mundos seria o anúncio do fim da Ford.

Foi a Ford - ou no caso o Ford, Henry, grande visionário, grande patife - que inventou a civilização em que vivemos, o carro massificado, o ar envenenado, a linha de montagem desumanizada, o operário consumidor, um verdadeiro capitalismo popular e um proletariado em grande parte politicamente neutralizado. E mudou a face da Terra. Cair a Ford seria, sei lá, como cair o nariz de um daqueles rostos de presidentes americanos esculpidos na rocha."

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Uma volta na Amazônia




-->Li o relato do Alex Atalla sobre a viagem dele com os chefs espanhóis Ferran Adriá e Juan Mari Arzak pra Amazônia. Conforme ia avançando na leitura do relato sobre a visita ao mercado Ver-o-peso, podia até ver os dois espanhóis encantados feito crianças numa loja de doces pegando em tudo, cheirando, analisando. Tudo novidade, tudo muito diferente dos cheiros, dos sabores familiares. Tudo é over: de frutas, de peixes, de beleza, de calor, de natureza. E estar pisando o solo da Amazônia então? É pra deixar qualquer um em estado de graça!
Gostei também de ver que a solidariedade é um valor importante pra eles. A primeira parada em Belém, depois de deixarem as malas no hotel, foi a casa de Paulo Martins, um dos maiores divulgadores da culinária amazônica/paraense, que está muito doente já há alguns meses. Quando estive em Belém em julho, não consegui falar com ele porque estava de cama há 4 meses. Na semana passada liguei pra filha dele, numa última tentativa de ouvi-lo para o meu TCC e ela me disse que não houve melhoras e que a diabetes cobrava seu tributo. Os três chefs/amigos saíram da casa chorando, segundo o Atalla.

É mesmo de chorar ver uma pessoa que se conheceu tão ativa, prostrada numa cama. Não faz muito tempo, o Paulo e o Atalla tinham levado uma caixa de frutas para o Adriá e essas frutas despertaram no espanhol a fixação em conhecer seu habitat. E conheceu. Pelo uma parte dele. A visita foi uma retribuição.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Vade retro TCC! (porque é domingo)



E não é que a praia dos gaúchos é um supermercado? Pelo menos a dos gaúchos que moram em São Paulo. Fui conhecer o Zaffari, supermercado estilo Pão de Açúcar, que fica dentro do shopping Bourbon, porque me disseram que ali ia encontrar produtos do Sul que os outros mercados não oferecem. Bem, encontrei mesmo a nata, o queijo de porco, as cucas, os biscoitos glaçados e outras coisinhas. Vou voltar com tempo pra fuçar.

Pra descansar mais ainda a cabeça, fui conferir a comida paraense que o Canto Madalena ia oferecer. Bem, estava tudo muito bom. Tinha pato e rabada no tucupi, bolinho de pirarucu, caldeirada de filhote e carangueijo, arroz de jambu, tacacá, creme de cupuaçu e bolo de castanha-do-pará. Difícil mesmo foi levantar da cadeira pra ir embora.

Depois de muitas cervejas, até o Padim Ciço tava em dúvida se essa cueca era de Amsterdam ou da Zé Paulino.


Os amigos da Bendito Calixto

Final de semana dei o maior banho no tal do TCC e fugi. O sábado amanheceu lindo, claro, o maior solzão. Eu é que não ia ficar em casa o dia inteiro! Fui visitar uma amiga que teve um piripaque brabo, resultado, segundo ela, de muitos anos cultivando feijoadas e comidas com muita gordura. Que meda! Fiquei pensando: será que sou a próxima? Bem, ela está no tal do “resguardo” e até o final do ano, nada de bebidas e estravagâncias, então só coisas sadias. Até parece que quando nos vemos frente-a-frente com uma situação dessas a gente quer compensar. Se sou do grupo de risco, vou aproveitar. Parece brincadeira, mas desde segunda-feira ando comendo carne de porco e frituras. Acho que preciso dar um basta nisso já, já!


Aproveitando o passeio da tarde de sábado, fui visitar alguns amigos que expõem na Praça Benedito Calixto, em Pinheiros. Só um dedinho de prosa, mas deu pra matar a saudade. Afinal, desde há um ano e meio, desde que comecei a Pós, meus sábados ficaram comprometidos.


O Obeny é aquele que sorridente da praça de alimentação que pouco a pouco vai engordando o povo que frequenta a Benedito. Eu o conheço e o vejo vendendo seus doces desde os tempos de faculdade. Parece que foi ontem, mas já se passaram 30 anos!!)



A Verão, é aquela amigona que trocou Ubatuba por São Paulo. Vive de sua estamparia, fazendo camisetas e vestido muito gostosos. Trocamos impressões sobre nossas viagens para o Norte e os novos destinos pra gente “bater perna”.


A Lisete dá o maior duro pra manter seu brechó com roupas curiosas e peças legais. Mudou a disposição da banca na semana passada pra que os clientes tenham mais espaço pra experimentar as roupas.



quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Programão para o próximo domingo

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Acabei de saber que a feira de Alimentos Orgânicos da Associação dos Agricultores Orgânicso (AAO) do Parque da Água Branca agora acontece aos domingos também (das 8h às 13h). Bom passeio, dá pra levar as crianças, os velhos, os amigos e ainda fazer comprinhas ecologicamente corretas. O pessoal do Slow Food São Paulo vai promover no próximo domingo uma Oficina do Gosto, lá mesmo no local da feira, a partir das 11h. Serão abordados os órgãos do sentido, através da visão, tato, olfato, audição e paladar; brincar com sabores, doce, salgado, amargo, azedo. Também haverá degustação de produtos na feira.

Taí uma boa dica para o domingo: passeio no parque e em seguida, almoço paraense no Canto Madalena. Vai ter tacacá, maniçoba, bolinho de pirarucu, rabada no tucupi, caldeirada paraense (com filhote), mousse de cupuaçu....

A Feira: Parque da Água Branca - Av. Francisco Matarazzo, 455 - Água Branca SP - Próximo ao Metrô Barra Funda
O Canto Madalena: Rua Medeiros de Albuquerque, 471 (perto do antigo sacolão da Vila Madalena)
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terça-feira, 11 de novembro de 2008

No Brasil ainda existem 362 cidades sem bibliotecas

Deu no blog do Galeno, um grande batalhador da leitura no Brasil: a chamada "lista suja" ou seja, a lista de cidades brasileiras sem nenhuma biblioteca ainda é de 362. Em 2003 eram 1.300 cidades. Apesar dessa redução drástica, milhares de brasileiros continuam excluídos desse direito, o da leitura. O levantamento é do Sistema Nacional de Bibliotecas e o ranking é capitaneado pelo Piauí, onde 79 cidades não possuem esse serviço público essencial, seguido pela Bahia, com 67; a Paraíba, com 48; e o Rio Grande do Norte, com 28 cidades. O ministro Luiz Dulci disse numa palestra que o governo pretende encerrar o mandato com esse número zerado. Tomara.

Eu, como devoradora de livros, rato de sebo e freguesa das lojas virtuais, chego a me sentir culpada por ter tanto ao meu alcance em matéria de leitura, enquanto milhares não tem absolutamente nada. Os livros são parte importante daquilo que sou hoje, me apresentou cidades, pessoas, situações que não conhecia, me fez chorar de alegria e de raiva, me sentir pena, ódio.

Nem consigo me imaginar sem um livro pra ler. Recentemente, com meu interesse pela gastronomia aflorado, amigos e amigas têm me presenteado com livros sobre o tema que estavam dormindo nas estantes de suas casas. É uma alegria só cada vez que ganho um.

É isso aí. Ler é um melhores hábitos que uma pessoa pode ter. Fazendo o meu trab alho sobre o cupuaçu andei lendo tanto - desde a morte de Chico Mendes, o projeto faraônico da Transamazônica, os hábitos alimentares dos índios brasileiros, os doces portugueses, enfim, um sem fim de assuntos. Muito legal.

E por falar em livro, começa amanhã e termina na sexta, a Feira de Livros da USP, com 50% de descontos em todos os títulos. Vale a pena. É no saguão da faculdade de História e Geografia.

De onde vem o leite? Da caixinha, oras!

Já fazia um bom tempo que não ia para o interior. No final de semana passado faleceu o pai de uma amiga, em Pirassununga, e me larguei pra lá, acompanhada de mais três amigas comuns. À noite fomos dormir na chácara da família de uma delas em Porto Ferreira, cidade vizinha.

Bem, inesperado por inesperado, dei a maior sorte de pegar o começo de uma nova leva de jaboticaba nos três pés plantados pelo Biffi pai. Fiz a festa. Pitanga, então, nem se fala. As mangueiras carregadas de frutas ainda em formação. Mês que vem devem estar fazendo lama no chão. E a horta então? Acelga, brócolis, couve, giló, quiabo, beterraba, cenoura, temperos e muito mais. Uma delícia. E pra completar, um churrasco feito pelos irmãos Biffi, o Carlos e o Zé, acompanhado de saladas fresquinhas, direto da horta.

O que era pra ser uma viagem triste, acabou sendo um fim de semana mais que relaxante. Às vezes fico pensando nas crianças de hoje que não tiveram essa chance de nascer no interior e conviver com frutas no pé, galinhas, porcos, coelhos, vacas, hortas e comida fresca. Me disseram um dia desses que perguntaram pra uma criança de onde vinha o leite. A resposta: da caixinha, oras!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Dança no metrô

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Vejam que bonita a apresentação dos dançarinos de Taubaté e da companhia de dança Krisztina de Châtel, da Holanda. Eles usaram a estação São Bento do metrô como cenário.

E por falar em panelada...

E não é que o Canto Madalena vai colocar a panelada na mesa no próximo domingo? O bar fica num cantinho da rua Medeiros de Albuquerque, pertinho do sacolão do bairro, e é muito gostoso. Dá pra ir com os amigos e com a família.

No próximo domingo, no "sabores e a música do Ceará no domingo brasileiríssimo" vai ter sopa de peixe e caldinho de feijão, panelada, baião de dois, moqueca de caju, peixada cearense (com legumes e pirão), mungunzá salgado, creme de frango, carne seca ao forno (no leite) e feijão de corda. E de sobremeza, mungunzá doce e bolo de macaxeira.

O buffet custa R$ 24,90 por cabeça (menores de 5 anos não pagam; de 5 a 12 anos pagam meia), e por fora vai ter a cajuína tropical (Ceará), 100% natural do caju, sem adição de açúcar, as cachaças Guaramiranga, Colonial e Ypioca (Ceará) entre outras 200 marcas, e o sorvete de graviola e outros (100% natural, sem saborizantes, 0% gorduras).

A música fica por conta de Anunciação (voz e violão) e Lucimara (percussão) que incluíram o “Pessoal do Ceará” (Amelinha, Belchior, Fagner e Ednardo) no cardápio.

E a programação dos domingos no Canto promete (mas é bom confirmar antes de ir) :

Novembro
16 - Os Sabores do Pará
23 - Os Sabores da Bahia
30 - Os Sabores de Pernambuco

Dezembro
7 - Os sabores do Maranhão
14 - Os sabores do Sudeste e Centro-Oeste
21 - Um pouquinho do Brasil - Natal
28 - Um pouquinho do Brasil – Ano novo

Serviço:
Bar Canto Madalena
Rua Medeiros de Albuquerque, 471 (perto do sacolão da Vila Madalena)
Horário de funcionamento aos domingos: das 12h às 19h
Reservas e informações: 3813-6814

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

São Paulo: 4º lugar em cortesia?!


Nos últimos dias andava meio intolerante com "pequenas" faltas de gentileza dos paulistanos. É o motoqueiro que buzina o dia inteiro, anda na calçada e passa o farol vermelho; o motorista que joga o carro sobre os pedestres ou que aparece de repente e "rouba" aquela vaga que você está aguardando, o vizinho que pega "emprestado" o jornal pra ler, jovens que não dão lugar a pessoas idosas nos ônibus, aquele espertinho que fura a fila no supermercado, e tantas outras situações que já estavam me fazendo desacreditar do ser humano.

E não é que hoje abro o jornal e descubro que São Paulo é a 4ª cidade mais cortês do mundo? Onde é que nós vamos parar desse jeito???? Então, o resto do mundo deve estar cometendo atrocidades no dia-a-dia!!!!

Diz a matéria do Estadão que repórteres disfarçados da revista Readers Digest investigaram os bons modos em 36 cidades. O que eles mediram: "se os moradores têm o hábito de ajudar a pegar objetos caídos na rua, de agradecer em situações rotineiras como nas compras, e ainda de praticar gentilezas como segurar a porta para alguém entrar no edifício..."

Bem, se São Paulo é a 4ª mais cortês, imaginem o resto.
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segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Homens unidos pelo fim da violência contra as mulheres



Taí uma bela campanha que o governo brasileiro lançou no dia 31 de outubro pra mobilizar a população masculina em torno do problema da violência contra a mulher. O Brasil é o primeiro país a aderir à campanha mundial, criada em fevereiro desse ano, pela Organização das Nações Unidas (ONU).

No Brasil, uma mulher é espancada a cada 15 segundos. No mundo, uma a cada três mulheres já foi espancada, estuprada, escravizada ou sofre algum tipo de violência. Os dados são da Fundação Perseu Abramo e da Anistia Internacional, respectivamente.

A campanha brasileira consiste na utilização do site www.homenspelofimdaviolencia.com.br para reunir assinaturas de homens que queiram participar da iniciativa. A meta é atingir 90 mil adesões.

Se você é homem, assine; se você é mulher, avise convide os amigos a participar.
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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O carnaval de Mérida e de Manaus

Acabo de descobrir que o carnaval de rua que assisti em Mérida, no México, e que me havia causado espanto não é exclusividade dali. Carros alegóricos de empresas instaladas na cidade passam pela avenida decorados com os mais diversos motivos, levando na parte de cima mulheres e homens que dançam e distribuem brindes ao público. Imaginem que no livro Doces lembranças sobre o qual comentei no último post, a autora conta que uma parte da família mudou do Acre para o Amazonas. Das lembranças de Manaus, ela conta: "Foi em 1934 que assisti o primeiro carnaval de rua. Carros alegóricos da Cervejaria Miranda Corrêa, J. G. Araújo, carros de propaganda da manteiga Lírio e de outras firmas, com lindas moças fantasiadas."

terça-feira, 28 de outubro de 2008

A casa dos meninos e o cheiro da panelada



Estou lendo o livro “Doces lembranças”, de Chloé Loureiro, que trata de lembranças da autora ligadas à Amazônia e aos doces. Enquanto mergulhava nessas reminiscências dela, me lembrei da "casa dos meninos”, na rua Rufino de Alencar, em Fortaleza, que eu freqüentava assiduamente. Também ficou conhecida como a "Casa da Rufino" Ali moravam fotógrafos como Ed Viggiani (que na época trabalhava com Chico Albuquerque), Jacques Antunes, Alex (me fugiu o sobrenome dele), a Zara, e outros, e circulavam dezenas de outras pessoas que gostavam de fotografia, cearenses ou não, como Silas de Paula, Celso Oliveira, Zinia Araripe, Vidal Cavalcante, Terezinha Pozzi, Carlota Araújo, Thais Costa, eu, e tantos outros.

Nas redondezas, dois botecos: o Mané Bofão e o Kbeça de chave. O primeiro fazia panelada toda semana. Colocava um panelão quase da minha altura (tenho o equivalente a uma fita métrica) na calçada, e ali mesmo punha-se a cozinhar tripas, bucho, mocotó e mais algumas coisinhas. A coisa começa a cheirar (e mau) no sábado de manhã e seguia pelo final de semana. Apesar de ser aventureira, ficava sempre com um pé atrás com essa gororoba gordurenta e mau-cheirosa. Mesmo sob o sol escaldante vinha gente de todos os cantos da cidade pra saborear a tal panelada.

O outro botequeiro era o Kbeça. De onde saiu esse nome não sei, mas lembro que todas as equipes da redação do jornal onde eu trabalhava passavam por ali a caminho da redação depois de cumprir suas pautas. Sinuca e cerveja. Esse era o segredo dele. E uma moçada incrível que a gente encontrava a qualquer hora do dia ou da noite. Depois de muito tempo vim descobrir que o Kbeça era um fugitivo da polícia, que tinha matado alguém no Rio. Imagine lugar mais público pra se esconder: um boteco coalhado de jornalistas! Escolheu bem.

Acho que nenhum dos dois existem mais. A "casa dos meninos” rendeu até uma mesa no Dia Mundial da Fotografia em Fortaleza. A prefeitura de lá promoveu um ciclo DeVERcidade – Encontro de Olhares sobre a Cidade e convidou o Ed, o Celso, o Jacques, o Silas, o Arnaldo Fontenele e outros fotógrafos para um painel chamado "Casa Rufino". Achei ótimo.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Fim de semana: faça um bolo de cupuaçu

Nas minhas pesquisas sobre o cupuaçu encontrei esta receita de bolo muito legal. É parte de uma apostila do Senac-PA que a Paratur me forneceu quando estive em Belém, em julho. A diferença deste para os demais bolos é que a polpa do cupuaçu é esfregada no caramelo que foi feito na forma onde se vai assar o bolo. Lembra um pouco aqueles bolos invertidos de banana e abacaxi.

Mas cuidado: leia a receita inteira antes de fazer o bolo. Fiz a besteira de ir juntando os ingredientes olhando a receita por alto. Resultado: ao invés de separar 1 xícara de açúcar para o caramelo, coloquei as cinco xícaras na massa!

Princípio básico pra quem quer cozinhar:
1º - separar todos os ingredientes antes de colocar a mão na massa;
2º - ler a receita antes de começar a fazer o prato.

A fruta in natura, pode ser encontrada no supermercado Mambo e no Ceasa (SP), mas os grandes supermercados das capitais já vendem a polpa en saquinhos.

Bolo de cupuaçu (15 porções)

2 xícaras (chá) de polpa de cupuaçu
5 xícaras {chá) de açúcar
1 xícara (chá) de manteig a
1 xícara(cha)de leite (líquido)
4 xicaras (chá) de farinha de trigo 1 colher (chá) de fermento
3 pingos de essência de baunilha
S ovos (inteiros)

Modo de Preparo:

- Bater a manteiga com quatro xícaras de açúcar, muito bem batidos ate conseguir um creme.
- Aos poucos e sempre batendo bem, ir acrescentando a farinha de trigo, os ovos, o leite, o fermento e a baunilha.
- Caramelizar com a xícara de açúcar restante uma forma redonda própria para bolo.
- Envolver toda a forma já caramelada, com a polpa do cupuaçu e em seguida acrescentar a massa que foi batida.
- Levar ao forno brando para assar.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A Vila Mariana está subindo

Escrevi a uma amiga que morava na minha rua e hoje está no Canadá, que a casa da família dela, junto com um monte de outras casas, tinha sido derrubada. Mais um prédio vai subir ali.


Ela me respondeu: “Pois a velha Vila Mariana está ficando vertical. Esta morrendo aos poucos, assim como as padarias, as feiras ... tudo que fazia de Sao Paulo um lugar legal. Me lembro do velho bonde que ia até Praça da Se, a loja de armarinhos da Turca, ali na esquina entre a Neto de Araújo, Bartolomeu de Gusmão e Lins. O clube de bocha. E a padoca, Flor da Lins ... E os japoneses que vinham vender tofu, ou que traziam o São Paulo Shimbum, e o tintureiro. Todos esses japinhas vinham de bicicleta. Imagino se o sapateiro, esqueci o nome dele, continua la.”


Pois é, e eu respondi que dessa turma toda, só o sapateiro continua ali. Por incrível que pareça, eu o conheço desde que troquei a Vila Madalena pela Vila Mariana, mas também não sei o nome dele. É português com certeza. Na região se instalou uma colônia portuguesa grande que se reunia, segundo minhas vizinhas companheiras de ponto de ônibus, em torno de uma bica que existia no bairro. Passavam o domingo fazendo piquenique, com toalha estendida sobre a grama e muita comida e bebida sobre ela. E a criança correndo solta. Imagino a cena. E olhe que não se passaram tantos anos assim, desde que o centro da cidade se expandiu e derrubou a mata pra dar lugar a casas, e agora aos prédios.


Eu não vivi muito essa fase do bonde. Cheguei em São Paulo com a família em 1964 e nessa mesma década o bonde deixava de circular na região.Mas ainda peguei a época em que o entregador deixava a garrafa de leite cheia sobre o muro e levava o vasilhame vazio. Eram bons tempos esses.


terça-feira, 21 de outubro de 2008

Saci mascote da Copa do mundo no Brasil em 2014


Taí a contribuição do Ohi, nosso cartunista saciólogo, para a campanha "Saci mascote da copa do mundo em 2014". Segundo Mouzar Benedito, nosso saci albino, o saci é o mito brasileiro mais popular e é o único conhecido no país todo, sem necessidade de explicações sobre sua identidade. A Sosaci apóia. E já que outubro tem festa do saci, nada melhor que aproveitar o sábado, dia 25, pra lançar a campanha. Vai ser na Praça Benedito Calixto, a partir das 14hs, no espaço do projeto "Autor na Praça".

Líquido + espuma = chopp

Se tem uma coisa que irrita barmens e donos de bares, é cliente que pede chopp sem colarinho. É claro que ninguém quer bater boca com cliente, mas acho que cairia muito bem uma boa conversa, um convite pra degustar um chopp bem tirado e uma explicação pra existência de um colarinho de pelo menos dois dedos.

No começo da semana, li no jornal que a briga contra o colarinho foi bater no tribunal Regional Federal, em Santa Catarina. Ou seja, como se a Justiça não tem nada pra fazer, usou seu tempo pra julgar um processo de um restaurante que havia sido multado por vender menos líquido do que entendia o Inmetro. O bar entendia que a espuma fazia parte do chopp, mas o Inmetro discordava. A peleja se arrasta desde 2.000. E haja papelada e tempo do judiciário! O bar ganhou a parada e agora já existe jurisprudência pra outras ações semelhantes.

Dizem que quem faz gastronomia acaba virando um chato, mas no meu caso, a defesa do colarinho vem de muito antes de começar a fazer meu curso. Entendo e concordo com a necessidade do colarinho pra manter o chopp na temperatura ideal, ou seja, refrescante como deve ser.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Pequi sem espinhos? E cadê a graça?


Como achei que o pequi podia estar com ciúme da minha fase cupuaçu, publico aqui o que descobri no fantástico mundinho da internet.

Pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) descobriram um fruticultor no norte do Tocantins, o sr. Bdijai Tchucarramae, que tinha uma árvore de pequi que não apresentava o espinho no caroço. Correram pra lá, recolheram uns caroços e uns galhos e fizeram testes. E viram que é possível fazer nascer o tal pequizeiro tanto pela germinação das sementes como pela enxertia. Não é demais? Artigo sobre isso foi publicado por Warwick Estevam Kerr da UFU na Revista Brasileira de Fruticultura, Vol. 29, Nº 01. Quem tiver interesse na nova planta, entre em contato com o autor do artigo no e-mail kerr@ufu.br

Se tirarem o espinho do caroço do pequi como é que os goianos e os cearenses vão provocar os incautos visitantes? Como vão ficar ali à espreita pra ver se algum desafortunado morde a fruta e acaba no pronto-socorro pra tirar aquela montanha de espinhos espetados por toda a boca? Pois é, não pensem vocês que TODO goiano, ou que TODO cearense avisa: NÃO PODE MORDER O CAROÇO DO PEQUI! Como vocês sabem, espírito de porco (que me perdoem os bichinhos) tem em todo canto.

Só pra lembrar os incautos: os atuais pequis ainda têm este monte de espinhos que a foto do Silvestre Silva mostra.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

E por falar em coisas do Pará...



Ontem fui ver a procissão do Círio de Nazareth, versão paulistana. Tinha tanto paraense no pátio da igreja N. Sra. de Fátima, que pensei, por alguns momentos, que estava em Belém. Acho que a comunidade paraense que vive aqui em São Paulo estava toda lá.




A devoção dos fiéis podia ser vista em cada rosto. Já que não dá pra ver o Cirio ao vivo, em Belém, se espremendo a quase 2 milhões de fiéis, as pessoas aproveitaram pra curtir aqui mesmo. E eu não posso reclamar porque além de acompanhar tudo isso, ainda tomei um tacacá de primeira e comi uma coxinha de carangueijo, duas especialidades do Pará que eu adoro.


O selo do cupuaçu


Daqui a pouco vou ter que mudar o nome do blog de Perfume de Pequi pra Perfume de Cupuaçu! Só penso nele! Pobrezinho do pequi, deve estar se sentindo "jogado pras traças".

Nas minhas buscas por ilustrações para meu TCC cheguei ao site Filatelia e Selos e ando trocando alguns e-mails com o "dono" da página.

Vejam o que achei: o selo do cupuaçu, série filatélica, de 2005.A arte é de Cristina Garcez e foi lançado em Manaus, Belém e Porto Velho. Achei lindo. Vou até os Correios do Anhangabau pra ver se consigo o original.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Homenagem a Antonio Candido na 3ª, dia 14



Em em comemoração dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, na próxima terça vão ser homenageados Antonio Candido, José Mindlin, José Gregori e Ruth Cardoso (in memoriam). A promoção é da Faculdade de Direito e a Escola de Comunicações e Artes (ECA), ambas da USP, e acontece na Sala São Paulo – Praça Júlio Prestes, s/ nº, Campos Elíseos - São Paulo.

domingo, 5 de outubro de 2008

TCC = sumiço


Esse tal de TCC é pra acabar com a alegria de um cidadão. Bem, isso justifica meu sumiço. Vou postar coisas com um certo intervalo, mas não vou sumir total. Ainda dá tempo de ver a cidade pintada de roxo como nessa foto que fiz no metrô Bresser.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Mocotó merece a fama

Alguns amigos já tinham ido ao Mocotó, um restaurante de comida nordestina da zona Norte de São Paulo. Adiei, adiei, mas domingo acabei batendo lá. Como já tinha sido avisada, marquei com os amigos na porta do lugar às 11h30. Bem, ao meio-dia, horário em que o restaurante abre, a calçada já estava cheia. E assim ficou até o meio da tarde, quando fomos embora.


O Mocotó merece a fama que tem. De leve, lembra as “Casas do Norte”, que na verdade são Casas do Nordeste. São aqueles empórios de tijolo aparente nas paredes e onde se vende cachaça, jabá, tira-gostos típicos. A semelhança pára aí. Nos mínimos detalhes se percebe a mão de um artista na cozinha. Os tira-gostos são demais: pedaço de jabá, cabeça de alho assada no azeite, torresmo (servido com uma bandinha de limão cravo e outra de limão taiti), e muito mais. As comidinhas são servidas em diversos tamanhos: mini, pequena, média e grande. Ou seja, dá pra provar de tudo. O atolado de bode, que em outros lugares seria chamado de carré de qualquer coisa, tão linda a apresentação, estava perfeito.

Os garçons passam com mini tigelinhas brancas, ou ramequins, que escondem delícias como baião-de-dois, caldo de mocotó, mocofava, favada, feijão-de-corda, atolado, atolado de bode, e outras delícias. Tem saladas também, mas quem é que quer saber de salada com tanta coisa quente e gostosa pra acompanhar a cervejinha e a pinguinha?

Como tenho vergonha de ficar tirando foto dos pratos na mesa dos restaurantes, tomei emprestada essa que a Neide Rigo do blog Come-se fez. É a mocofava.


Ah, já ia esquecendo de falar do artista da cozinha. É o Rodrigo Oliveira, um garoto de 28 anos, que toca a cozinha do Mocotó e fez o restaurante acontecer. Além de bom cozinheiro, uma simpatia.


Mocotó

Av. Nossa Senhora do Loreto, 1.100 - Vila Medeiros - fone: 2951-3056 (quem quiser beber, pode ir de metrô - até o Tucuruvi e depois um táxi). E não adianta ter pressa, porque é muito grande, tem muitos lugares, mas também tem muita gente. Então, se quiser ficar numa boa, chegue cedo.

sábado, 27 de setembro de 2008

E Paul Newman voou

Eu nasci em 1958 e entre tantas coisas boas que aconteceram, além do meu nascimento, é claro (nenhuma modéstia me foi dada ao nascer, como podem ver), estreou no cinema o filme "Gata em teto de zinco quente", estrelado por Paul Newman e Elizabeth Taylor. Sucesso absoluto, ambos símbolos sexuais à época. Bem, outro dia vi um filme, do tipo "Sessão da Tarde", com o Kevin Costner fazendo o papel de um construtor de barcos viúvo, que tinha como companhia o pai, nada menos que Paul Newman, lindo de morrer, no estilo "quanto mais velho melhor!".

Agora, lendo sobre a morte dele, vejo que ele protagonizou um filme do qual tenho uma lembrança engraçada. Uma certa noite, quando morava em Brasília, fui com uma amiga ao cinema da Cultura Inglesa pra assistir a uma comédia. Ambas estávamos muito tristes e resolvemos que precisávamos rir um pouco. Uma rápida passada de olhos no jornal, e pimba!, lá estava o filme que precisávamos. A necessidade era tanta que saímos debaixo de um pé d´água federal e nos metemos no lamaçal que havia se formado em frente à Cultura Inglesa.

Passados alguns minutos do filme, a desgraça que se descortinava na tela era tão grande, que olhamos uma pra outra e perguntamos quase ao mesmo tempo "afinal, quando é que a gente vai começar a rir?". Bem, o filme não era o Quinteto Irreverente, e sim, O Quinteto. Como podem ver, a passada de olhos pelo jornal foi rápida demais! Ao invés das estripulias de um grupo de 5 amigos italianos de Mário Monicelli, o que passava na tela era a história de 6 sobreviventes numa região mais que gelada onde, pra azar do grupo, só havia mantimentos para 5 deles. Então, tinham que escolher entre si quem ia ficar sem a ração, ou seja, morrer. Coisa de Robert Altman. Saímos correndo do cinema, antes que mais desgraça caísse sobre nós. No final, acabamos rindo da confusão.

Quem sabe um dia ainda me encorajo e assisto ao filme do Altman, porque é verdade que o cinema imortaliza as pessoas, não é mesmo? E Paul Newman já está guardadinho na memória. Afinal, quem pode esquecer dele nos filmes Cálice sagrado, O Indomado, Butch Cassidy and the sundance kid e Um golpe de mestre? Isso só pra citar os que eu mais gosto.


quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Meu nome é cupuaçu!


Como alguns leitores sabem, estou às voltas com o TCC sobre o cupuaçu. Uma amiga encontrou a fruta num mercado aqui de São Paulo e me trouxe. Por alguns dias ele ficou “empestiando” minha sala no trabalho. Os meninos que dividem a sala comigo foram educados e não reclamaram, mas devem ter suspirado de alívio quando levei a fruta pra casa.


Hoje resolvi abrir o cupuaçu. Dei umas três pancadas com as costas de um cutelo e ele se abriu. É lindo. A polpa se solta inteira, como se estivesse dentro de uma capsula. Depois, é a maior mão-de-obra pra tirar a polpa. Caroço por caroço, é preciso cortar a polpa com uma tesoura bem afiada. No restinho que fica pregado no caroço, a gente faz um pouco de massagem e deixa na água por algumas horas. Taí o vinho de cupuaçu, que vem a ser um suco mais ralo.

E pra não dizerem que eu só penso em comida...

Tinha muita comida no Revelando São Paulo, mas o artesanato não ficou atrás. Gostei muito dos pássaros, frutos e outros materiais em madeira que o pessoal de São Sebastião trouxe. E São Francisco Xavier, São Luiz do Paraitinga e as figureiras de Taubaté também merecem a visita. Até domingo ainda dá pra passear por lá. Mas é bom chegar cedo (funciona das 9h às 20h).





quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Qual é mesmo a nossa comida?

Estive domingo no Revelando São Paulo e como acontece todos os anos, me esbaldei com o bolinho caipira. É um bolinho feito de massa de milho e recheado de carne moída. É tudo de bom. Como ia pra um churrasco, não almocei lá, mas tinha muita coisa boa. O Revelando só termina domingo.
Quem quiser dar uma passada no Parque da Água Branca, vá cedo pra evitar a multidão.


Tinha muito doce: cocadas, cajuzinho, canudos, doce de abóbora, batata doce e roxa, pau-a-pique (ou joão deitado) que é aquela broa assada na folha da bananeira, pamonha e muito mais.




As fotos: azul marinho e galinhada, cocada, pau-a-pique, bolinho caipira de frango, um misto pra quem não tem medo do colesterol (leitão, costelinha,]linguiça)!

sábado, 13 de setembro de 2008

Bauruzinho destrona o menino Jesus de Ananindeua

Devo um pedido de desculpas ao povo de Ananindeua, no Pará. Comentei aqui no blog que tinha encontrado um páreo duro para a nossa estátua do Borba Gato, a meu ver uma das coisas mais feias sobre a face da terra. Mas justiça seja feita: feio por feio, estava aqui mesmo no estado de São Paulo uma estátua pra deixar o Borba Gato no chinelo. É o Bauruzinho, da cidade de Bauru. O proprietário de um supermercado de lá resolveu homenagear o famoso sanduiche, que segundo conta um site oficial da prefeitura, foi inventado por ali mesmo.

O monumento só ficou famoso porque alguns estudantes tiveram a brilhante idéia de roubar o tal Bauruzinho, que seria como um mascote da cidade. Na manhã de 5 de setembro, no local onde ficava o monumento, restavam apenas os seus pés, que vem a ser duas rodelas de tomate. Pasmem! é verdade.


Os estudantes não deviam ser do metiê porque logo foram identificados e presos. Bem que eles mereceram. Roubar o Bauruzinho???? Tanta coisa pra roubar! Tinham que ser presos mesmo! As fotos peguei emprestadas do site da 94FM, rádio local. Na segunda foto, os estudantes levando o monumento pela rua.

Bem, mas voltando ao Bauru, que em São Paulo comemos no Ponto Chic como sendo o original, é um sanduiche muito saboroso e sua receita é simples. Essa peguei no site Tradicional Sanduiche Bauru:


“Pão francês sem miolo
Uma porção de queijo
Fatias de roastbeef
Rodelas de tomate
Rodelas de pepino (picles)
Sal e orégano a gosto

Divida o pão em duas partes e retire o miolo. Coloque o roastbeef frio (o roastbeef deve ser preparado com antecedência.) em uma das partes. Sobre o roastbeef, disponha rodelas de tomate e as de pepino. À parte, prepare o Banho-Maria, coloque um pouco de água numa assadeira para esquentar. Coloque o queijo que, ao derreter, deve ser retirado e disposta na outra fatia de pão. Una as duas fatias do pão. O calor do queijo aquecerá os demais ingredientes do sanduíche.”

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

A festa da cultura paulista no Parque da Água Branca


Começa hoje e termina no outro domingo, dia 21, o Revelando São Paulo, a feira de artesanato, comidas típicas e cultura dos municípios do Estado de São Paulo. Como diz a amiga Aurora Boreal, ir ao Revelando é garantia de felicidade; é ali que ela reafirma sua origem olimpiense. Eu gosto de ir ao Revelando porque adoro artesanato e comidas típicas. Vem as figureiras de Taubaté, os artesãos da madeira de Embu e São Luiz do Paraitinga, e muito mais. Pra comer? Bolinhos caipiras, azul marinho, afogado, biscoitos diversos e aquele cafezinho em cima do fogão a lenha... Esse fogão da foto é da minha cunhada, que resolveu fazer comida boa dentro da cidade. Se é doida não sei, mas que a comida é boa, é.

Pra criançada e pra quem quer relembrar a infância, é uma festa. Tem cavalhada, congada, moçambique, grupos de violeiros, grupos de dança e muito mais manifestações culturais.


Serviço
Revelando São Paulo – XII Festival da Cultura Paulista Tradicional
De 12 a 21 de Setembro das 9h às 21h no Parque da Água Branca - Av. Francisco Matarazzo, 455, Perdizes, São Paulo – SP

O manacá


Descobri que este manacá plantado nos jardins da Fundação Perseu Abramo tem história. Ele não está ali só pra enfeitar o jardim. Foi plantado há 10 anos pra homenagear Angela Borba, feminista, militante petista e conselheira da própria Fundação, que um aneurisma cerebral levou em agosto de 1998.

Angela foi uma das responsáveis por introduzir o debate sobre o papel da mulher na política e na sociedade. E pra isso ela não poupou esforços dentro e fora de seu partido, o PT. Foi uma das coordenadoras da campanha de Lula em 1989, mas não chegou a vê-lo assumir a presidência em 2002 e 2006, nem viu as mulheres petistas que hoje estão no poder como Ana Júlia, no governo do Pará, Dilma, no primeiro escalão do governo federal, Marina Silva, que esteve no Ministério do Meio Ambiente, Nilcéa Freire, na Secretaria Especial de Mulheres, e por aí vai.

Mas o manacá está ali, florescendo ano após ano, num renascer constante. Sem dúvida, uma bela maneira de se homenagear alguém.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Dizem que a curiosidade matou o gato


Jornalista que é jornalista é curioso por natureza e nem por isso anda morrendo por aí, salvo exceções. E os gatos, então, não dizem que têm sete vidas?

Com a desculpa de conversar com o proprietário do restaurante Amazônia pra reunir algumas informações sobre o feitio de doces com o cupuaçu, me larguei atrás do tal restaurante. Acho que estava movida pela saudade dos sabores recém descobertos em Belém. Pra quem conhece São Paulo, a melhor referência é esta: fica ao lado do C... Que Sabe, no Bexiga, que é aquela cantina italiana que está no mesmo lugar há mais de 60 anos (antigamente era o Mama Rosa) e onde as pessoas são recebidas na calçado por um italiano bem avantajado, sinal de que come ali todos os dias.

Bem, mas voltando ao Amazônia, é um lugar simples, onde o que importa mesmo é a comida. Depois de alguns minutos de conversa com o paraense Paulo Leite, já trocávamos receitas feito duas comadres: "um quilo de açúcar pra um quilo de polpa? É demais!" E ali ficamos trocando impressões culinárias. Cerpinha gelada, casquinho de carangueijo, pato no tucupi. E pra arrematar, uma provinha de sorvete de tapioca. Só a provinha, porque não cabia mais nada no meu saco quase sem fundo!

Pra quem tem saudades das delícias do Norte, vale a visita porque o cardápio está recheado de coisas boas. Enquanto estava lá, chegou um casal indicado pela Mara Salles, do Tordesilhas. E assim tem sido, segundo Paulo: um recomenda para o outro e as pessoas vão chegando.

Corrigi o número do telefone do restaurante no post anterior. Por isso, se alguém anotou, por favor corrija também.