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Li hoje no Veríssimo (Estadão) e achei ótimo:
"A gente vive atrás de símbolos, e os mais procurados são os que marcam, convenientemente, o fim ou o começo de períodos históricos. Gostamos de frases sintéticas tipo 'o século 19 acabou mesmo com o naufrágio do Titanic' ou 'a revolução sexual começou com a bunda de fora da Brigitte Bardot'. A Ford está entre as montadoras americanas que nesta semana foram pedir ajuda ao Congresso americano para não naufragarem, e se há um fato que simbolizaria o fim de várias eras, idades, ciclos e mundos seria o anúncio do fim da Ford.
Foi a Ford - ou no caso o Ford, Henry, grande visionário, grande patife - que inventou a civilização em que vivemos, o carro massificado, o ar envenenado, a linha de montagem desumanizada, o operário consumidor, um verdadeiro capitalismo popular e um proletariado em grande parte politicamente neutralizado. E mudou a face da Terra. Cair a Ford seria, sei lá, como cair o nariz de um daqueles rostos de presidentes americanos esculpidos na rocha."
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