Na foto ele mostra como paulistas e paulistanos comem caranguejo, de babador e martelinho. É claro que não paguei o mico do babador!
domingo, 30 de dezembro de 2007
Assim se come caranguejo
Cheguei ao Jabuti, ali na Joaquim Távora com a Cons. Rodrigues Alves, e fui recebida com um super abraço do Joventino, o garçom que há 20 anos trabalha por ali. Acho que uns cinco anos se passaram desde que apareci pela última vez, mas ele fez parecer que estive ali anteontem. É um lugar pra se tomar chopp e comer frutos do mar. Me senti muito acolhida, fiquei feliz de estar ali. Baiano de Candiba, ele sonha voltar pra sua terra. Enquanto não chega o dia, ele fica por aqui fazendo a diferença.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
Os sapatinhos vermelhos
Está saindo a continuação da história de Chocolate, que encantou muita gente em livro e em filme. Se no primeiro livro a protagonista Vianne (vivida pela Juliette Binoche) envolvia a todos que passavam pela sua loja de chocolates, no novo Os sapatinhos vermelhos, a própria autora conta que a personagem teve mais uma filha, mudou para Paris e amadureceu. O que aconteceu com o cigano Roux, ela não adianta. Quem quiser saber se ele continua no caminho de Vianne, vai ter que comprar o livro. A entrevista completa com a autora Joanne Harris foi publicada no Estadão do dia 22/12.
Nem tudo está perdido
Já deu pra ver que a coisa mudou um pouco por aqui, não é mesmo? Como boa zen budista que sou, não enviei cartinha ao Papai Noel. Acho que ele se ofendeu e resolver me castigar. Sumiu com minhas postagens aqui do blog. Daí, aproveitei e resolvi mudar o visual. Vou tentar recuperar o que foi pro buraco negro.
E por falar em Papai Noel, passava pela Paulista no sábado quando vi essa cena inusitada. Um caminhão carregado de que?
E ontem entrei num supermercado. Uma multidão enchendo carrinhos de comida que hoje à noite já começará a pesar na consciência.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Blog de elite
Sig Mundi indicou, diretamente de Moscou, o Perfume de Pequi pra integrar os blogs de elite. Achei ótimo e me desculpo pela demora em agradecer e registrar (levei o maior puxão de orelhas da Patty Difusa, bem ao estilo Almodóvar). Como não posso indicar um monte de blogs, selecionei alguns:
Vi o mundo, do Azenha, que gira o mundo atrás de informações
Releituras, com muitos textos e biografias de autores brasieiros
Andrea del Fuego, a escritora, boas histórias, fotos e textos
Xico Sá e sua Miss Corações solitários voltam a aconselhar os desesperados e desesperadas de plantão, texto delicioso
Todo prosa, ali Ricardo Soares fala de tudo: cultura, política, música, futebol etc.
Vi o mundo, do Azenha, que gira o mundo atrás de informações
Releituras, com muitos textos e biografias de autores brasieiros
Andrea del Fuego, a escritora, boas histórias, fotos e textos
Xico Sá e sua Miss Corações solitários voltam a aconselhar os desesperados e desesperadas de plantão, texto delicioso
Todo prosa, ali Ricardo Soares fala de tudo: cultura, política, música, futebol etc.
Como sobreviver nos botequins
Duas boas línguas disseram que este blog se parece com o boteco por ser cheio de histórias. Daí me lembrei de um livro do Moacyr Luz chamado Manual de sobrevivência nos butiquins mais vagabundos (ed. Senac Rio), que foi organizado pelo jornalista Marcelo Moutinho e ilustrado pelo Jaguar. Não se trata dos botecos chiques que hoje proliferam pelas zonas boêmias de todo o país. O livro é lindo, com fotos dos azulejos portugueses que ainda persistem nas paredes de alguns botecos cariocas. Tem histórias sobre frequentadores, donos de botecos, tira-gostos, pendura, conversas cabeludas e tudo o que se passa nesses estabelecimentos suspeitíssimos (que o diga a Vigilância Sanitária). Mas a história que me marcou e que sempre volta à memória foi a da cordinha da caixa d'água do banheiro. Ate ler o livro, nunca tinha botado reparo. Imaginem quantas mãos puxaram aquelas cordinhas antes de lavar as mãos??????? Eca!
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
É sempre bom lembrar...
Fui a um bar na Mooca que tinha esse piso maravilhoso e essa mesinha vazia. Me fez lembrar da música do Gil, Copo vazio, que o Chico cantou em Sinal Fechado.
"É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar
É sempre bom lembrar
Que o ar sombrio de um rosto
Está cheio de um ar vazio
Vazio daquilo que no ar do copo
Ocupa um lugar
..."
Quem quiser ler a letra toda, é só visitar a página do Gil
"É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar
É sempre bom lembrar
Que o ar sombrio de um rosto
Está cheio de um ar vazio
Vazio daquilo que no ar do copo
Ocupa um lugar
..."
Quem quiser ler a letra toda, é só visitar a página do Gil
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
Chegada - 9h / saída - 14h30
Pensei comigo: dia chuvoso, quinta-feira bem cedo, acho que não vai ter quase ninguém no Consulado do México. Vou lá tirar meu visto. A visão da calçada já me deu vontade de chorar. Fui premiada com a senha 128. Gastei quase 6 horas pra conseguir o tal visto (4 horas em pé na calçada). Enquanto tomava conhecimento da vida alheia, ouvia piadas do tipo "Lá também tem fila pra tudo." Acho que me enganei na minha preparação pra viagem porque ando subindo escadas aos montes pra me preparar pras pirâmides, mas acho que vou me dedicar a ficar muitas horas em pé já que o negócio das filas parece grave lá na terra dos mariachis! É bom avisar quem quiser ir pra lá, que a maratona começa ali mesmo, na calçada da rua Holanda 274. Pra aguentar é bom levar água, guarda-chuva (se estiver um dia chuvoso como hoje), boné (se o dia estiver ensolarado), um lanche, um livro. Se você não levar lanche ou almoço, eles te dão um telefone de um delivery que entrega comida pro povo da fila!!!! E é bom não esquecer de checar a papelada antes de se aventurar, senão, volta do portão mesmo. Ah, e quem estiver perto dos 50 como eu, é bom pensar num banquinho também. A lombar, as panturrilhas e os pés agradecem.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
A Abril e o assédio moral
A última pérola da Editora Abril, a mesma que edita a Veja, é seu Código de Conduta lançado recentemente. Ali está listada uma série de coisas e comportamentos que os funcionários da Abril podem e não podem fazer ou adotar. Os funcionários ao receber a publicação assinam um termo de compromisso. Infelizmente, dois itens constam no entretítulo "Sobre a relação no ambiente de trabalho" e não "Sobre a ética no exercício profissional" (essa eu criei). Uma delas é esta: "...Reconhecer a diversidade, respeitando as diferenças e os valores individuais sem discriminar cor, raça, nacionalidade, idade, orientação sexual e posicionamento político"; e a outra é "Combater qualquer tipo de intimidação que caracterize assédio sexual ou assédio moral (este último entendido como o ato de desqualificar pessoas e/ou a reputação delas por meio de palavras, gestos ou atitudes em função do vínculo hierárquico)." Será que Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo assinariam um documento desses se lhes fosse cobrada ética no trabalho jornalístico?
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Dezenas de caipirinhas depois...
Assisti ontem ao programa do chef Antony Bourdain gravado no Brasil no começo deste ano. Tenho que tirar o chapéu pra ele. O bicho tem estômago. Comeu testículos de boi e de galo no Valadares; sanduiche de linguiça na saída do ensaio da Rosas de Ouro; o sanduíche quente de mortadela com queijo do bar do Mané; os espetinhos do Massa e da Regina na Liberdade. Só faltou mesmo atacar o churrasquinho grego no centro da cidade! Achei graça da observação que ele fez ao seu cicerone na Liberdade, o Jun Sakamoto, quando este disse que iam comer uns espetinhos num lugar completamente ilegal (se referia à Kombi do casal Massa e Regina que fica durante a semana na Av. da Liberdade, bem próximo da Praça): "quando vejo mesinhas com cadeiras de plástico na calçada e um cachorro rondando, é sinal que tem comida boa". Será? Depois de assistir ao programa, fiquei até tonta, de tanta caipirinha que o dito cujo tomou. Parecia o Hemingway contando suas andanças por Veneza em Do outro lado do rio, entre as árvores. Dá pra acordar de ressaca!
25 de Março contra a depressão?
Manter um relacionamento está cada vez mais difícil, atesta uma amiga muito experiente em entrar de cabeça em histórias esquisitas e de sair correndo das boas. São tantas as variáveis a serem consideradas e tantas exigências do dia-a-dia, que as pessoas não estão dando conta. Um dia disse a um amigo que se um homem acompanhasse a mulher e sobrevivesse a uma manhã de compras na rua 25 de março, ele teria passado no teste e estaria apto a enfrentar qualquer parada. E hoje pela manhã, vinha pela rua pensando justamente nisso, no frisson que vira essa época do ano. Mesmo aqueles que não curtem o Natal, acabam sendo contaminados pelos que empreendem verdadeiras maratonas atrás das lembrancinhas e dos presentes. Será que tudo isso é pra fugir da tal depressão de fim de ano?
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
As fotos do PC e as bolsas de D. Iraídes
Até que pra ilustrador, o PC é um ótimo fotógrafo. Depois de se dedicar anos a fio a ilustrar o dia-a-dia dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo, o Paulo César passou a se dedicar à fotografia. Excelente o trabalho dele. Algumas de suas fotos (como a primeira, de Jericoacoara) podem ser vistas no blog Algodão em flor que ele e os irmãos criaram pra D. Iraídes, a mãe. Ela faz bolsas lindas e charmosas como essas das fotos deste post. A inspiração pra coleção nova, a família foi buscar nas praias do Ceará. Vale uma visita. Pelos dois.
O chef francês
Fui convidada para um evento numa escola de gastronomia. Fui, junto com outras 12 pessoas na noite de segunda-feira, aprender a fazer três pratos da culinária italiana: uma salada, uma massa e uma sobremesa. Tudo isso sob a supervisão de um chef francês convidado para o evento. Bem, tudo ótimo, regado a vinhos ótimos e muita conversa boa. Ao final, toda a produção pronta sobre a mesa, estávamos a postos pra degustação. O chef convidado levanta a taça e resolve fazer um brinde. Os termos que ele usou não são exatos, mas foi algo assim: "Um brinde à lavada que o Chavez levou. E outro brinde pelo fim das pretensões do Lula pelo terceiro mandato". É mole? Só faltou brindar a passagem do Corinthians pra segunda divisão!
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
John Lennon socialista
“E as mulheres também são muito importantes, não podemos ter uma revolução que não envolva e emancipe as mulheres. É sutil como se fala da superioridade masculina. Levou algum tempo para que eu compreendesse que o meu machismo estava cerceando certas áreas para Yoko. Ela é uma socialista radicalmente libertária ('red hot liberationist') e logo me fez notar como eu estava errado, mesmo quando parecia para mim agir naturalmente. Estou sempre interessado em saber como pessoas que se dizem radicais tratam as mulheres.” Trecho da histórica entrevista de John Lennon e Yoko Ono concedida a Robin Blackburn e Tariq Ali, publicada em Red Mole (Toupeira Vermelha) em 1971 e pinçado por Juarez Guimarães para o site Socialismo em discussão.
Neve sob 30°? Aqui tem.
Flávio Aguiar, que está morando na Alemanha,
disse em artigo na Carta Maior que a neve sobre a
árvore de Natal do Parque Ibirapuera em pleno verão,
é a negação daquilo que somos. Concordo com ele.
De onde vem essa neve, pelo amor de Deus?
Deviam mandar pro Polo Norte ou Polo Sul aqueles que tiveram essa idéia de jerico! Que me desculpe o jerico.
Glavão fica até 2014. Ninguém merece!
Ainda bem que em se tratando de televisão a gente sempre pode desligar quando aparecem figuras intragáveis como o Galvão Bueno. Pra quem gosta de esporte e só tem TV aberta, uma péssima notícia: ele fica na Globo até 2014!!!!!! Mais sete anos de Galvão. Ninguém merece. Ele disse em entrevista ao Livio Oricchio no Jornal da Tarde: "Há um público cativo que me adora e, claro, ninguém entra na casa das pessoas por 30 anos, quase todos os dias, sem incomodar um pouco. Mas a Globo faz pesquisas constantes de aceitação e rejeição do público e o resultado é altamente positivo. Claro que existe rejeição, mas mantém-se nos níveis mínimos.". Bem, a mim, ninguém perguntou o que eu acho do rapaz. Mas fiquem tranquilos, desafetos do Galvão: ele não pretende se candidatar a nenhum cargo público. Ufa! Só me faltava essa!
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
"Cigano, o Povo Invisível"
Está em cartaz a peça "Cigano, o Povo Invisível", baseada na história e tradições do povo cigano e em fatos reais da Pastoral do Nômade, em São Paulo. Com texto e direção Reinaldo Santiago e interpretada pelo Grupo Lux in Tenebris, fica em cartaz cartaz até 27/01/08, todas sextas, sábados e domingos (sempre às 20h) no Espaço Cultural Tendal da Lapa (Rua Guaicurus, 1000). Entrada franca. Telefone para reseva de lugar: 11 8600-0070. A dica é da amiga Corina Assis e ela sugere que os amigos se juntem pra assistir à peça. Quem for por ali, sempre pode emendar com uma visitinha ao Valadares e ao Dona Felicidade.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Segundona braba
A principal manchete do Estadão de hoje dizia "Uma nação de luto" e mostrava a foto de um corinthiano inconformado que se negava a deixar o estádio. O Corinthians é o time do coração de 12% da população brasileira (só perde para o Flamengo, com 15%), segundo a pesquisa Datafolha divulgada em outubro. No meu trabalho, a maioria é corinthiana; assim como eu. Muita gente apareceu de preto pra trabalhar, mas eu me nego a ficar de luto. Assim como o solitário do estádio, tá difícil engolir a segundona, mas o corinthiano é assim mesmo, não perde a garra. Aguentar as comemorações dos vizinhos, os fogos de artifícios, as buzinas e as gozações dos adversários não é nada fácil, mas a vida não é fácil mesmo e ela segue como um rio, não tem volta. Agora, é bola pra frente!
A feira livre vai acabar?
Bia Abramo publicou um artigo sobre a feira livre na Folha de sábado. Ela fala sobre a arte de fazer feira, sobre a diversidade e frescura dos produtos, do corpo a corpo com os feirantes. Muita gente acha que as feiras estão com os dias contados, mas eu acho que esse dia ainda está longe de chegar. Na feira livre é onde as donas de casa e compradores habituais são chamadas pelo nome; é ali que o feirante, que já conhece a preferência da freguesa diz: "Olha, dona fulana, separei estes aqui pra senhora", ou "Não, seu fulano, não leva esse aí não porque não tá bom". Essa atenção sim, é coisa em extinção. As pessoas eram chamadas pelo nome na agência bancária, no correio, pelo carteiro, pelo açougueiro. Hoje, a coisa funciona de outro jeito. Ao ver o freguês chegando, o pasteleiro se adianta: "E aí, fulano, tudo em ordem? Vai um de carne?". Quer mais?
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
Fazendo a lição de casa
Essa pintura linda é do Diego Rivera. Em janeiro pretendo passar uns 20 dias no México. Bom, a lição de casa começou com a leitura de um pouco da história do país, com a procura de prospectos de turismo e com a busca de livros e revistas sobre gastronomia mexicana. Fiz contato com um bad & breakfast da cidade de Oaxaca, a Casa dos Sabores, e troquei diversos e-mails com uma de suas donas. Ali se misturam café, restaurante, pousada e escola de gastronomia. Já fiz a reserva pra algumas aulas de culinária mexicana. Mas a minha vontade mesmo é conhecer os mercados, as feiras, os ingredientes da cozinha mexicana. Tô curtindo mesmo os preparativos. Domingo comprei até uma caixa de tacos e um saquinho de tempero para o recheio de carne (feito nos estaites, mas tudo bem, gostei). E quem quiser curtir essa minha fase, tá rolando uma exposição de fotos dos monumentos históricos do México tombados pelo patrimônio histórico. É no Conjunto Nacional e é promovida pela representação turística do México em São Paulo. Boa pedida.
Tem pato no tucupi domingo
E por falar em comidas típicas e iguarias brasileiras, o Canto Madalena promove todos os domingos uma verdadeira orgia gastronômica. Na semana passada "caí de boca" na comida mineira. E a Tita manda avisar que no pŕoximo, dia 2/12, é dia de Sabores do Pará. Vai ter pato no tucupi, tacacá, peito de frango com molho de acaí, rabada no tucupi, arroz com castanha do Pará, vatapá e caruru paraenses, bolinho de Piracuí, pudim de cará, bolo de castanha do Pará. Deu água na boca? Então chame os amigos, paraenses ou não, pra degustar essas delícias. Segundo a Tita, os costumes indígenas estão muito presentes na cozinha paraense e alguns sabores são um tanto quanto exóticos para os paladares dos paulistanos. É uma boa oportunidade pra conhecer tanta coisa diferente (é selfservice, R$ 19,00 por cabeça). Eu gosto mesmo é do jambu, que dá aquela dormência na boca. Até parece que a gente acabou de sair do dentista. Ele é um dos ingredientes insubstituíveis do pato no tucupi.
O Canto Madalena fica na rua do sacolão da vila Madalena (R. Medeiros de Albuquerque, 471). Fone: 3813-6814.
O Canto Madalena fica na rua do sacolão da vila Madalena (R. Medeiros de Albuquerque, 471). Fone: 3813-6814.
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Carne de tartaruga
Há poucos dias postei uma nota sobre o site Brasil Sabor, da Abrasel e do Ministério do Turismo. Tudo muito lindo, informações interessantes para vender a gastronomia brasileira para brasileiros e estrangeiros. Quando entrei na área de Iguarias, vi que uma delas era a carne de tartaruga. Escrevi para o "Fale conosco" do site, e expliquei que o texto dava a impressão de que a carne de tartaruga é uma iguaria que frequenta as mesas brasileiras (sei que é fato em algumas delas). Disse na mensagem que o texto deveria ser reelaborado, ou a referência retirada do site. Todos sabemos do trabalho diário incansável de centenas de biólogos, oceanógrafos e muita gente para preservar nossas tartarugas. Infelizmente hoje entrei no site novamente e a iguaria continua lá, no mesmo lugar, sendo "vendida" para brasileiros e estrangeiros.
Jogue fora suas tralhas
Essa peguei emprestada do amigo blogueiro e cozinheiro Redneck, do Por uma second life menos ordinária
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Percival de Souza fala sobre jornalismo investigativo
O jornalista, escritor e criminólogo Percival de Souza é o convidado da segunda etapa do I Ciclo de Palestras - Jornalistas: os rumos da profissão, promovido pelo Sindicato dos Jornalistas. Ele fala sobre o universo peculiar do jornalismo investigativo, a cobertura na área criminal, e traça um panorama atualizado da modalidade jornalística, do jornalismo literário e do livro-reportagem.
É no sábado, dia 1°/12, das 9h às 12h, no Sindicato. O Ciclo é gratuito e é aberto a jornalistas e estudantes de comunicação. Mais informações e a ficha de inscrição on line estão em www.sjsp.org.br
É no sábado, dia 1°/12, das 9h às 12h, no Sindicato. O Ciclo é gratuito e é aberto a jornalistas e estudantes de comunicação. Mais informações e a ficha de inscrição on line estão em www.sjsp.org.br
Mário Prata diz que livro do Kotscho é de “alta ajuda”
Tem gente achando que o novo livro do Kotscho, o Ricardo, é de auto-ajuda. À primeira vista é o que parece mesmo. Afinal, a coisa toda tá sendo vendida assim pela Ediouro: Uma vida nova e feliz... sem poder, sem cargo, sem carteira assinada, sem crachá, sem secretária e sem sair do Brasil. Mas quem conhece o Ricardo sabe muito bem que a coisa não é bem assim; é quase assim. Nos últimos tempos ele descobriu que é possível usufruir das coisas boas da vida e ainda assim continuar jornalista, pai, marido, são-paulino, paulistano, brasileiro. Do próprio Ricardo: “A liberdade na escolha de onde queremos ir e dos assuntos sobre os quais escrevemos, constatei, depende da liberdade de conduzir a nossa vida, dos lugares aonde pisamos, das pessoas com quem convivemos, do tempo livre de que dispomos. Livre da pauta e dos horários dos outros, pude criar minha própria rotina.”
O lançamento em São Paulo é no sábado, dia 1º de dezembro, às 11 h, Livraria da Vila da Al. Lorena (Lorena 1731).
O lançamento em São Paulo é no sábado, dia 1º de dezembro, às 11 h, Livraria da Vila da Al. Lorena (Lorena 1731).
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
São Paulo é dos negros, dos brancos, dos amarelos...
E por falar em Brasil, quer coisa mais brasileira que a capoeira? Ontem, dia da Consciência Negra São Paulo ferveu com tantas atividades. Teve apresentações de capoeira, shows, o ato e a marcha da Paulista, e muito mais. Essa efervescência cultural é uma das coisas que mais prende as pessoas a São Paulo. Muita gente reclama do trânsito, do excesso de gente, da poluição, da falta de tempo. E no entanto, ninguém arreda o pé da cidade. Tem gente que no final do ano faz aquelas listas de boas intenções e incluem mudar de cidade, ir morar e abrir um quiosque na praia, entre outras. Essas boas intenções costumam durar até o meio do mês de janeiro; em alguns casos, até depois do Carnaval. E a vida continua. Na mesma cidade, é óbvio.
Essa vida cultural de São Paulo eu comparo à vida das pessoal que moram perto do mar. Às vezes ficam até dois meses sem pisar na areia ou andar no calçadão, mas sabem que o mar está ali; a qualquer hora, a qualquer dia. Em São Paulo é assim: você pode não ir ao teatro ou ao cinema há meses, mas sabe que eles estão ali, bem pertinho. Bobagem? Não sei. Só que sei que eu adoro São Paulo.
Pra saborear o Brasil
Um lindo site entrou no ar pra tratar de um assunto que eu adoro, que é a gastronomia. O Brasil sabor é da Abrasel e do Ministério do Turismo e divulga (em português, inglês e espanhol) a riqueza gastronômica do país, seja pelas suas iguarias, pelos roteiros gastronômicos ou por curiosidades sobre frutas, peixes e tantas coisas boas que temos no Brasil. Vale uma visita porque está muito bonito e bem ilustrado com fotos lindas.
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
A árvore das patacas
Já que a Balada Literária não deu em nada, partimos para o Ibirapuera. Ao sair do Museu Afro Brasil, nos deparamos com uma árvore que tinha frutos lindos e diferentes. O que seria? Nem imaginávamos. A resposta veio de Silvestre Silva, autor do livro Maravilhas do Brasil - Frutas (Ed.Escrituras): trata-se da Dilenia, que dá uma flor branca e está presente em árvores centenárias na praça principal de Paraty. "Dillenia indica Nativa da India/Java e Filipinas. Seus nomes populares: árvore-do-dinheiro e árvore das patacas." E por que patacas? Segundo Silvestre, os portugueses que aqui chegaram costumavam colocar moedas/patacas dentro das camadas que vão formando a fruta. "É quase uma película, são dezenas e dezenas de camadas para depois colher e fazer maldades". E essa e outras peças continuam sendo pregadas até hoje.
Balada literária. Quase.
Fomos almoçar no Canto Madalena pra seguir para a Livraria da Vila ver e ouvir o debate entre os professores Antonio Candido e Boris Schnaiderman, que fazia parte da Balada Literária. Bem, ficamos rodando em torno dos quarteirões vizinhos à livraria a procura de vaga pra estacionar. Cumprida esta primeira missão, seguimos para a livraria. Bem, conhecem aquela expressão "gente saindo pelo ladrão"? Pois é, era assim mesmo que estava a coisa. Já que estávamos ali mesmo, tomamos um cafezinho e fomos embora. Da próxima vez, balada com nomes conhecidos como os dois citados, vai ter que acontecer em lugar maior.
Cadê as atualizações?
Em casa as coisas estão todas pela metade. Liguei o computador pra atualizar o blog. Cadê que tinha conexão? Não tinha. Me enfiei debaixo da bancada, fucei tudo, mexi nos fios, e nada! Parti pro notebook. Liguei. Cadê a tela? Escurinha que nem noite sem lua. Enfim, o que tem em um, não tem no outro. Resumindo, não consegui fazer nada! Sabe aqueles dias? Pois é...
terça-feira, 13 de novembro de 2007
A arquitetura indígena e o meio ambiente
Mimoso é um distrito de Santo Antonio de Leverger, distante 90 km de Cuiabá, e é a porta de entrada do Pantanal. Ali nasceu e viveu parte de sua vida o sertanista Cândido Rondon. E é ali que está sendo construído o Memorial Rondon, em forma de uma grande oca/aldeia, bem na direção de sua casa. Quando a cheia cobrir o Pantanal, as estruturas desparecem e ficará exposta apenas a área superior do Memorial. O projeto é dos arquitetos José Afonso Botura Portocarrero e de Paulo Cesar Monteiro, e o projeto está exposto - inclusive com maquetes feitas de buriti - na Bienal de Arquitetura (SP/Parque do Ibirapuera/até 16 de dezembro).
Os 2.000 metros quadrados de área construída vão abrigar exposições, biblioteca, auditório, salas de reunião etc. Segundo José Afonso, o desenho remete às origens da arquitetura indígena. O arquiteto pesquisa as habitações indígenas e defende maior reconhecimento e valorização desse tipo de arquitetura, onde são constantes pés-direitos altos, espaços comunitários, cortes ogivais ou arredondados e plantas livres. Entre seus projetos executados estão o Campus Universitário do Médio Araguaia, o Pontal do Araguaia, o Centro de Estudos e Pesquisas do Pantanal e a sede da Associação dos Docentes, estes dois últimos, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).
Boas opções para os feriados de 15 e 20 de novembro
Pra quem vai ficar em São Paulo, tem muita coisa rolando na cidade. Algumas opções: o SESC e o Museu Afro Brasil. O SESC tem uma extensa programação sobre a Consciência Negra que inclui exposições, apresentações musicais, palestras, roda de samba e muito mais. No Museu Afro Brasil já estão abertas as exposições Formas e Pulos: o Saci no Imaginário (em conjunto com a Sosaci), Benin está vivo ainda lá: Ancestralidade e Contemporaneidade (foto ao lado/Divulgação Museu Afro), e O Brasil de Francisco Brennand: As flores; os frutos; os bichos; os pássaros e os seres.
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Afinal, o que é estética?
Diz a Wikipedia, que a estética é um ramo da filosofia "que tem por objecto o estudo da natureza do belo e dos fundamentos da arte". E ela também se ocupa daquilo que "é considerado feio, ou até mesmo ridículo."
Se existe uma coisa bonita em São Paulo - esteticamente falando - é a arrumação de frutas, legumes e verduras nas barracas das feiras. Fiz algumas fotos e mostro pra vocês.
Dom Helder, mais vivo do que nunca
"Certa noite familiares aflitos procuraram dom Helder. Um homem tinha sido preso e estava sendo espancado na delegacia. O prelado ligou para o delegado: 'Aqui é dom Helder. Está preso aí o meu irmão'. O policial levou um susto: 'Seu irmão, eminência?' Dom Helder explicou: 'Apesar da diferença de nomes, somos filhos do mesmo pai'. O delegado desmanchou-se em desculpas e mandou soltar o preso irmão do arcebispo. Filhos do mesmo Pai..." (de Frei Betto para o site www.dhnet.org.br no dia da morte de D.Helder, em agosto de 1999). A foto fiz dentro da Igreja da Sé, em Olinda, onde o corpo de Dom Helder foi enterrado.
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
O que move um matador de aluguel
Um dos melhores livros que li nos últimos tempos foi O Nome da Morte, a história real de Júlio Santana, o homem que já matou 492 pessoas, do jornalista Klester Cavalcanti (ed. Planeta). Durante sete anos o autor manteve contato telefônico com o matador e depois disso se encontrou com o próprio. Primor do jornalismo literário, o livro traça o perfil de Júlio Santana, mostra como ele foi levado para o crime e suas motivações. O que mais me chocou no livro, foi a descrição da encomenda de uma morte em 1985 e o passo a passo da execução. Num caderno onde anotava seus "trabalhos", lia-se:
"MATAR NATIVO DA NATIVIDADE (PRESIDENTE DO SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS)/ EM CARMO DO RIO VERDE, GOIÁS / MANDANTE, PREFEITO ROBERTO PASCOAL / VIAJAR NO DIA 22 DE OUTUBRO / CONTATO NA CIDADE, GENÉSIO / PAGAMENTO, 2 MILHÕES DE CRUZEIROS
Dessa forma, tentava-se barrar a influência que Nativo tinha na região. Foi executado; e o prefeito, apontado como mandante, foi abosolvido e está livre.
"MATAR NATIVO DA NATIVIDADE (PRESIDENTE DO SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS)/ EM CARMO DO RIO VERDE, GOIÁS / MANDANTE, PREFEITO ROBERTO PASCOAL / VIAJAR NO DIA 22 DE OUTUBRO / CONTATO NA CIDADE, GENÉSIO / PAGAMENTO, 2 MILHÕES DE CRUZEIROS
Dessa forma, tentava-se barrar a influência que Nativo tinha na região. Foi executado; e o prefeito, apontado como mandante, foi abosolvido e está livre.
Os alimentos em extinção
A Fundação Slow Food para Biodiversidade catalogou na sua Arca do Gosto 750 alimentos ameaçados de extinção em todo o mundo, sendo 23 deles no Brasil. Aqui, espécies como o arroz vermelho, a castanha-de-baru (foto/acervo Slow food), o feijão canapu, o umbu, o palmito-juçara, entre outros figuram na lista, e sete deles integram Fortalezas, que são projetos da Slow Food para melhoria do produto, da produção e da comercialização. Os projetos no Brasil são desenvolvidos com apoio da Secretaria de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Uma matéria especial sobre a tentativa de salvar os alimentos em extinção feita pela jornalista Janaína Fidalgo foi publicada hoje pela Folha /Ilustrada. Mais informações sobre o Slow Food Brasil: http://www.slowfoodbrasil.com/
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Cuidado com as pimentas!
Em janeiro pretendo visitar a parte histórica do México. É claro que no programa estão as pirâmides, os museus, os murais, a casa da Frida. Mas pretendo também conhecer o artesanato, visitar os mercados, as feiras ao ar livre, e aproveitar um pouco da gastronomia mexicana. Meu amigo Raul, mexicano que adotou Paris pra viver, avisa que o melhor da gastronomia está em Puebla, Oaxaca e Yucatan. Quem tiver dicas, pode mandar. Vou conferir in loco.
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
O circulo vicioso dos aniversários
Esquecer aniversário dos amigos tá ficando cada vez mais comum entre os meus amigos e os amigos desses amigos. Mas também, é um circulo vicioso: uma amiga disse que não combina nada nos seus aniversários, e que só convida pra tomar um chopp quem liga pra ela dando os parabéns. Ora, e como ficam os outros, como eu, que só sabem que é aniversário de alguém quando chega o e-mail "vamos tomar um choppinho no sábado, em tal lugar, pra comemorar meu aniversário?". Aí sim, fico ligada. Que problema, heim? Até alguns anos atrás, tinha uma cadernetinha onde anotava as datas de aniversário dos amigos, dos filhos dos amigos, dos parentes. Hoje, não tenho mais. É falta de consideração? Não sei. Acho que a gente vai ligando menos pra essas coisas.
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Roque Pereira: o artesão de Pirenópolis que transforma a natureza
Muita gente acha meio esquisitas as
criações de Roque Pereira, um artesão de Pirenópolis (GO), mas tem muita gente que acha o máximo. Troncos de árvores e pedaços de madeira viram bancos, cadeiras, cabideiros e muito mais. Vejam só o banco de pequi. Sua história vai ser mostrada hoje no documentário "Roque Pereira - mobiliário eco-sustentável", de Kim-ir-sen (às 21h, na TV Justiça). Quem for a Pirenópolis, vale a pena dar uma passadinha na casa dele.
criações de Roque Pereira, um artesão de Pirenópolis (GO), mas tem muita gente que acha o máximo. Troncos de árvores e pedaços de madeira viram bancos, cadeiras, cabideiros e muito mais. Vejam só o banco de pequi. Sua história vai ser mostrada hoje no documentário "Roque Pereira - mobiliário eco-sustentável", de Kim-ir-sen (às 21h, na TV Justiça). Quem for a Pirenópolis, vale a pena dar uma passadinha na casa dele.
A festa do Saci e Seus Amigos em São Luis do Paraitinga
Vejam a programação da festa do saci:
Sábado, 3/11 - 10 -12hs. – abertura (Coretão), passeio saciclístico, brincadeiras na praça, trilha enigmática; 14-17hs. (Coretinho) - “Ganso de Ouro”, “Tempo de Brincar”, concurso de causos, teatro do Saci, Iara e Curupira (Carolina); 17hs. (Largo das Mercês) - lançamentos e música: Mouzar e Ohi (livro), Ivan Vilela (CD), Trio Carapiá (CD), João (dos Flautins) (CD), Quarteto Perêrê; 19hs. (Mercado) - Flautins e Pífanos Matuá, Saciata, lançamento do CD “De São Luiz a São Luís” (Dança de São Gonçalo, Folia de Reis, Folia do Divino e Congada do Raizeiro), exposição de Fotos, Trem da Viração, Ivan, Trio Carapiá e Perêrês; 21hs. Roda de violeiros.
Domingo, 4/11 - 10-12hs. (Coretinho) – brincadeiras e Trio Jacarandá; 14hs. (Largo das Mercês) – bolo e encerramento
Sábado, 3/11 - 10 -12hs. – abertura (Coretão), passeio saciclístico, brincadeiras na praça, trilha enigmática; 14-17hs. (Coretinho) - “Ganso de Ouro”, “Tempo de Brincar”, concurso de causos, teatro do Saci, Iara e Curupira (Carolina); 17hs. (Largo das Mercês) - lançamentos e música: Mouzar e Ohi (livro), Ivan Vilela (CD), Trio Carapiá (CD), João (dos Flautins) (CD), Quarteto Perêrê; 19hs. (Mercado) - Flautins e Pífanos Matuá, Saciata, lançamento do CD “De São Luiz a São Luís” (Dança de São Gonçalo, Folia de Reis, Folia do Divino e Congada do Raizeiro), exposição de Fotos, Trem da Viração, Ivan, Trio Carapiá e Perêrês; 21hs. Roda de violeiros.
Domingo, 4/11 - 10-12hs. (Coretinho) – brincadeiras e Trio Jacarandá; 14hs. (Largo das Mercês) – bolo e encerramento
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
"Contador de Homicídios", o blog que não quer só contar cadáveres
O PEbodycount é um blog de quatro jovens jornalistas pernambucanos - Carlos Eduardo Santos, João Valadares, Rodrigo Carvalho e Eduardo Machado - que recebeu o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos na categoria internet. Vejam a definição do blog pelos seus criadores: "O PEbodycount nasce da inquietação. Surge para transformar a perplexidade passiva, de um Estado de vidas abreviadas à bala, em sentimento de que é possível construir saídas coletivas. Acreditamos que não basta indignação. Os caminhos existem e descobri-los é uma missão difícil. Mas possível. É preciso iniciar o percurso. O PEbodycount apresenta-se como uma ferramenta para ajudar a trilhar estes caminhos. Não queremos apenas contar cadáveres. Queremos também contar histórias e ajudar a mudar realidades.
A exposição não é pra baixinhos!
Ontem fui ao Memorial da América Latina pra ver a exposição Urubu Rei, que indiquei há alguns dias. Em esperava mais da exposição dos artesãos de Moçambique e de Minas. É claro que uma parte não pude ver porque montaram uma parte da exposição em expositores de vidro, com prateleiras altas. Ou seja, meu metro e meio não foi suficiente pra ver, nem mesmo ficando na ponta dos pés. É mole? Bom, mas valeu a visita porque o Pavilhão da Criatividade foi reaberto e é sempre bom rever aquele acervo maravilhoso de artesanato dos países da América Latina. Só uma coisa: Liguem o ar condicionado, pelo amor de Deus!!!!
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Vai ter saci no Museu Afro também
A Sosaci e o Museu Afro Brasil também
comemoram amanhã, 27, o Dia do Saci.
Vai ter a exposição Formas e Pulos: o saci
no Imaginário, apresentação dos meninos
do Quarteto Pererê e do percussionista Dinho Nascimento,
exibição do documentário Somos todos Sacys e muita brincadeira. É de graça e
dá pra levar a molecada. Começa às 11h.
O Museu Afro fica no Ibirapuera, na antiga Prefeitura.
O saci aí em cima fez molecagem.
É do Ziraldo, mas tem muito mais na página www.sosaci.org
Sarau do Saci no Morro do Querosene. Apareça.
Tá esquentando, tá chegando o dia do saci.
No Brasil todo tem gente preparando a festa.
No morro do Querosene, o sarau vai ser na
rua Padre Justino 653.
Vai ter concurso de fantasia folclórica e
de causos, muita música e comidinhas,
mas cuidado com o danado do saci,
porque ele é capaz de roubar da sua boca.
Afinal, milho, cachorro quente, pipoca,
é tudo coisa que ele adora!
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Dia do macarrão? É hoje. Corre que ainda dá tempo.
No site Por uma second life menos ordinária, Redneck Forno & Fogão informa: hoje é dia do macarrão. E dá até receita de massa fresca e de ravioli com recheio de ricota com espinafre e chocolate. Hum, deve ser bom pra caramba. E pensar que no quilinho básico onde almocei ninguém tocou no assunto! Tá, tinha lá um penne ao pesto, mas merecia mais, não é mesmo? Se eu soubesse, teria mandado ver no tal do macarrão.
Arroz-de-puta-rica. Taí a receita
O chef Eduardo Duó explica na revista Gastronomia e Negócio, que o arroz-de-puta-rica ganhou esse nome porque era o preferido de uma das cafetinas de Goiás; uma das mais ricas, é claro. Ele faz o prato no restaurante Vira-lata e leva frango, lingüiça, costelinhas, arroz, milho e ervilhas. Os ingredientes: sobrecoxas de frango, lingüiça calabresa, costelinhas defumadas, xícaras de arroz cru, cebolas, dentes de alho, ovo cozido ralado, bacon cortado em cubinhos e fritinho, ervilhas frescas, milho verde, tomate cortado em cubinhos, cebolinha e salsinha picadas, açafrão-da-terra, caldo de galinha, Óleo, sal e pimenta. Faça tudo separado: refogue as sobrecoxas (já temperadas com sal, pimenta, alho e cebola); frite a lingüiça cortada em rodelinhas; cozinhe as costelinhas defumadas. Depois refogue o arroz no alho e cebola; acrescente o frango e a lingüiça, a ervilha e o milho. Misture o açafrão ao caldo de galinha e junte ao arroz, e deixe cozinhar. No fim, coloque as costelinhas sobre o arroz e salpique com bacon, tomate e ovo ralado. Se tiver muita preguiça, vá ao restaurante, que é lindo.
Licor de pequi com chocolate. É muito, muito bom!
O primeiro Noleto de que se tem notícia era de Pontremoli, na Itália. Ali por 1.370 aparece o primeiro registro. Atualmente os Noleto estão espalhados pelo mundo afora, muitos deles no centro-oeste brasileiro, em especial em Goiânia. Alguns jogaram seus tentáculos para Brasília, outros pra fora do país, mas a essência dessa família é do Cerrado. Duas das inúmeras irmãs - Letice e Laurenice - se juntaram pra fazer um licor nobre de pequi com chocolate, da marca Noleto Licores. Estranho? Pois o gosto é muito, muito bom. Quem já provou, aprovou. Venda fixa, é na feira do Cerrado, em Goiânia, mas quem quiser, pode encomendar pelo e-mail nononoleto@gmail.com
terça-feira, 23 de outubro de 2007
Urubu-Rei Encontro das Terras
Arte popular de comunidades do norte de Moçambique e do interior de Minas Gerais estão juntas a partir de hoje à noite no Pavilhão da Criatividade do Memorial da América Latina. A exposição fica até 25/11 e as peças podem ser compradas na lojinha que reabre hoje também. O Memorial: Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 Portão 12 - fones: geral 3823.4600 / Pavilhão 3823.4682, 4684.
Kim-Ir-Sen expõe os índios em Brasília
Dentro da programação da Fotoarte Brasília 2007, o fotógrafo goiano Kim-Ir-Sen expõe suas fotos na exposição Amazônia: De Ouro e de Ilusão, de 20/10 a 30/11, no Memorial dos povos Indígenas (Eixo Monumental Oeste Praça do Buriti). Informações: 3226 5206.
Quando conheceu a Amazônia em 1978, o processo de ocupação da região era intenso, com famílias iteiras chegando de várias partes do país, atraídas pela doação de terras. Em várias viagens, realizadas entre 1982 e 1989, o fotógrafo viu de perto os agressivos efeitos de um modelo econômico imposto à Amazônia nos anos 1960. Contato: kimirsenphoto@yahoo.com.br (62) 3288-1009/8451-3469
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Saturnino quase pronto para experimentar o pequi
Depois de ficar semanas tocando a cassação de ACM na Comissão de Ética, o senador Saturnino Braga resolveu fazer um retiro, num lugar bem tranquilo. Foi bater em Pirenópolis, Goiás. Num jantar, serviram arroz com pequi. Nenhum dos presentes à mesa alertou o senador de que não deveria morder a fruta. Não deu outra. Mordeu. Ficou com a boca cheia de espinhos. A afeição dos goianos pelo pequi acabava de ganhar um desafeto. O que deveria ser um descanso, acabou virando um verdadeiro circo. Só porque fugia da imprensa, ele virou notícia em jornais, rádios, TVs, internet etc. Hoje, passados seis anos do evento, ele me disse que já está superando o trauma: admite até experimentar a fruta um dia desses.
Paulo Autran, o homem que encantou!
"Nós que pudemos conviver com sua história, sabemos o quanto devemos agradecer por esse privilégio. Não apenas testemunhando e replicando suas histórias, mas aplaudindo toda vez que nos emocionarmos com o teatro, dando um abraço carinhoso na sua imagem que guardamos na retina e no coração. Por isso ele é especial, não é um mito, é um marco na história, um homem que não passou..., encantou! Evoé Paulo Autran!" (Tadeu di Pietro)
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
terça-feira, 16 de outubro de 2007
Sobre el Che
Muita gente ficou muito fera (pra não dizer outra coisa) com a matéria Há quarenta anos morria o homem e nascia a farsa, publicada na Veja n° 2028, mas a mesma Veja publicou há 10 anos atrás uma matéria completamente diferente (contradições?). A matéria O triunfo final de Che de Dorrit Harazim (com fotos do Orlando Brito) é da edição 1503, de julho de 1997 e foi resgatada por um leitor do blog do Rovai. Um trecho: “Che Guevara tinha tudo para se tornar imortal: era bonito, destemido e morreu jovem, defendendo conceitos igualmente jovens, como a solidariedade e a justiça social. Sonhou com um novo homem para o século XXI e viveu como 'o homem mais completo do século XX', segundo a clássica definição de Jean-Paul Sartre. Foi radical, moralista e conseqüente. Ícone da geração dos anos 60, ironicamente nunca chegou a usar jeans - passou direto da calça de pano ao uniforme de guerrilheiro. Também nunca deve ter cantado rock -tinha péssimo ouvido musical e jamais se conciliou com a língua inglesa. Viveu num mundo sexualmente revolucionário, mas era casto. Tornou-se símbolo da boemia, embora praticamente não bebesse. Virou moda, em suma, e, como ensina o historiador inglês Eric Hobsbawn, 'a moda é freqüentemente profética'”. (Foto: galeria site Vermelho)
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Em Caruaru só tem açougueiras
Nada, mas nada mesmo havia me preparado para o que encontrei em Caruaru. A tal feira de Caruaru ocupa um bom pedaço do centro e é de um tamanho que nunca imaginei. A multidão se esbarra o tempo todo; gente da própria cidade, de cidades e estados vizinhos, de outros países. E os feirantes ainda explicavam que naquele dia, um sábado, a feira estava pequena porque é na terça-feira que todas as barracas e todos os que fazem algum tipo de comércio estão por lá. Uma coisa me chamou a atenção: enquanto no Mercado São José, em Recife, quase 100% dos que lidam com carnes são homens, lá em Caruaru, só vi mulheres fazendo esse serviço. Por que será?
Brenannd em São Paulo
Francisco Brenannd será homenageado pelos seus 80 anos de vida com uma exposição no Museu Afro Brasil – abertura dia 16/10 -, mas o artista não vem a São Paulo. Em Recife, na sua espantosa oficina, me disse semana passada que cada vez mais quer ficar no seu cantinho. E diga-se de passagem, sua oficina é um canto muito especial. Em meio a uma imensa área, tem um showroom a céu aberto e um jardim de Burle Marx que abriga suas esculturas. No Museu Afro, ele vai expor 15 esculturas, 32 telas e um painel cerâmico. Vale a pena. E se você não conhece o Museu, aproveite, é um dos melhores espaços culturais de São Paulo. Fica no antigo prédio da Prefeitura (no Parque Ibirapuera)
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Doce de puta. Sabe qual é?
Essa é do historiador Raul Lody, que disse adorar doce de banana de rodelinha, também conhecido como doce de puta: é tão fácil de fazer que até a puta entre um cliente e outro é capaz de fazer".
E por falar em putas, elas servem de referência pra um monte de coisas. Já comeu a bisteca do "bar das putas?"; já comeu o "arroz de puta rica"? E tem muito mais. Um dia coloco aqui a receita do arroz.
E por falar em putas, elas servem de referência pra um monte de coisas. Já comeu a bisteca do "bar das putas?"; já comeu o "arroz de puta rica"? E tem muito mais. Um dia coloco aqui a receita do arroz.
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
"Em torno do pequi a virilidade tem limites."
Essa afirmação é de Sérgio de Sá que escreveu um delicioso artigo na revista Piauí de março/07 sobre essa fruta bonita, porém traiçoeira. Pelo menos para os incautos de primeira viagem, afinal, quem já mordeu um pequi não esquece jamais. Ele ouviu especialistas de diversas áreas e um deles afirma que o povo da terra guarda para si o conhecimento de que o espinho pode causar grandes estragos. Ou seja, é melhor estar cercado de amigos quando se aproximar de um pequi pela primeira vez.
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Alimentos produzidos pertinho de casa
Consumir alimentos que não dependem de grandes deslocamentos, pode ajudar a preservar o planeta. Essa é a idéia do selo "menu a quilômetro zero", que está sendo utilizado na Itália em bares e restaurantes que adotaram a idéia. Ou seja, comer alimentos plantados pertinho de nossa casa, não demanda combustível para o transporte, consequentemente, não há poluição do ar. E se a agricultura for orgânica, então... A nota está na revista Vida Simples de outubro. Pode-se até calcular a distância percorrida pelos alimentos importados. Quem me mandou a dica, bom piadista que é, já avisa: não dá pra adotar essa regra para os vinhos e outras bebidas!
Chamem o comandante Nascimento!
Ao ter seu Rolex roubado, um indignado Luciano Huck desabafa: "Onde está a polícia? Onde está a 'Elite da Tropa'? Quem sabe até a 'Tropa de Elite'! Chamem o comandante Nascimento!" Bom, o texto-chororô-desabafo publicado na Folha de 1°/10, não deixa dúvida: se os ladrões fossem adolescentes menores de idade, já estaria defendendo o rebaixamento da idade penal.
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
A latinidade em fotos
O Brasil e seus vizinhos latino-americanos têm muito mais em comum do que podem imaginar. É o que fica evidente na exposição Sutil violento, que abre hoje para o público no Itaú Cultural, em São Paulo. São 50 fotos documentais vindas de países como Argentina, Chile, Cuba, Guatemala, México, Panamá, Paraguai, Peru e Venezuela. As imagens registradas em outros países mostram um cotidiano muito parecido com o nosso e passam sentimentos como reconhecimento, deslumbramento, admiração, repulsa. A mostra e fica até 21/10 e faz parte do 1º Fórum latino-americano de fotografia de São Paulo - Paralelos e meridianos da latinidade. Vale a pena conferir. (Foto: Daniela Edburg, México/divulgação)
Pimentas e terrorismo
A paranóia de americanos e ingleses com o terrorismo chegou a tal ponto que beira o hilário. No site da BBC Brasil, a notícia "Molho de pimenta gera alerta de terrorismo em Londres" conta que um chef estava preparando uma receita com pimentas picantes num restaurante tailandês do Soho, quando a fumaceira tomou conta do lugar e a polícia baixou em peso retirando pessoas de casas e lojas por causa da "fumaça química". Bombeiros vestidos com roupas especiais vasculharam o local por três até que encontraram a origem da nuvem tóxica: uma panela com quatro quilos de pimentas queimadas.
O assustado chef Chalemchai Tangjariyapoon deu esta declaração: "Eu estava fazendo um molho com pimentas fortes que são deliberadamente queimadas. Para nós, o cheiro era de pimentas queimadas. Eu entendo que pessoas que não são tailandesas não saberiam o que era. Mas o cheiro não é de substâncias químicas". Segundo a proprietária do Thai Cottage, o dia chuvoso e nublado pode ter impedido que a fumaça das pimentas se dispersasse no ar. (foto site BBC Brasil)
O assustado chef Chalemchai Tangjariyapoon deu esta declaração: "Eu estava fazendo um molho com pimentas fortes que são deliberadamente queimadas. Para nós, o cheiro era de pimentas queimadas. Eu entendo que pessoas que não são tailandesas não saberiam o que era. Mas o cheiro não é de substâncias químicas". Segundo a proprietária do Thai Cottage, o dia chuvoso e nublado pode ter impedido que a fumaça das pimentas se dispersasse no ar. (foto site BBC Brasil)
Alguém sabia que o Gerúndio era funcionário público?
No dia 28/9, o governador do DF publicou no Diário Oficial o Decreto 28.314, no qual "Demite o Gerúndio do Distrito Federal, e dá outras providências." Isso é Brasil. Em primeiro lugar, eu nem sabia que o tal Gerúndio trabalhava no GDF; afinal, você só demite quem é contratado. De fato, o uso continuado do gerúndio, que gerou o tal "gerundismo", é irritante, muito diferente de seu emprego correto. Agora só falta "demitir" o gerúndio da língua portuguesa. Jovens e adultos, esqueçam o que aprenderam na escola; raguem seus livros de português!
terça-feira, 2 de outubro de 2007
A classe média perdeu a vergonha de comprar e de comer a mortadela
Houve época em que a tal mortadela só era comprada e comida por pobres. Nos balcões e nas mesas dos bares mais afastados, sempre aparecia um pratinho com a dita cuja cortada em cubos pra acompanhar a cachaça ou a cerveja. E se era pra ser “chique”, uma banda de limão espremida por cima caía bem. Hoje falam na mortadela como se fosse a maior invenção dos últimos tempos. Isso é coisa da classe média passeadora do Mercado Municipal, o mercadão, ou o mercado da Cantareira como era conhecido pelos feirantes e atravessadores. A invasão dos “turistas” de São Paulo e de fora é a causa de boa parte dos aborrecimentos dos comerciantes que vêem aquele vai-e-vem de gente que não acaba mais, que só olha, pede provinhas de queijo, salames, azeitonas e não compra nada. Se compra, é o pastel de bacalhau. Pra isso enfrentam uma fila insana. Tem até senha e painel eletrônico pra chamar. O pastel, sempre esteve lá; o sanduiche de mortadela também. Sempre comido pelos comerciantes, feirantes, carregadores e os que frequentavam o mercado diariamente. Ah, e tinha também o sanduíche de bife, afinal, o pessoal ali precisava se alimentar bem pra carregar tanta caixa! Bastou o mercadão virar ponto turístico, acabou a paz de quem vai por ali pra comprar de fato, ou seja, o pessoal que trabalha em restaurantes e ainda mantém o hábito sadio de escolher pessoalmente as melhores e mais frescas mercadorias.
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
A exceção e a regra, de Bertolt Brecht
No artigo publicado no boletim NPC 112 Tropa DA elite ou Matou na favela e foi ao cinema, Adriana Facina (UFF/Observatório da Indústria Cultural), Mardonio Barros (MST/Observatório da Indústria Cultural) e Claudia Trindade (Casa de Oswaldo Cruz) analisam o filme Tropa de Elite e a "missão" dos homens de preto.
E de Brecht:
Estranhem o que não for estranho.
Tomem por inexplicável o habitual.
Sintam-se perplexos ante o cotidiano.
Tratem de achar um remédio para o abuso.
Mas não se esqueçam de que o abuso é sempre a regra.
E de Brecht:
Estranhem o que não for estranho.
Tomem por inexplicável o habitual.
Sintam-se perplexos ante o cotidiano.
Tratem de achar um remédio para o abuso.
Mas não se esqueçam de que o abuso é sempre a regra.
O hip-hop sobrevive
A CartaCapital que está nas bancas (n°464) traz uma matéria especial O hip-hop sobrevive, das jornalistas Jaqueline Lemos, Renata Carraro e Bernardete Toneto. Elas andaram atrás de grupos de hip-hop do Brasil, da Argentina e da Colômbia e mostram como as redes organizadas em torno do rap geram emprego e renda nos redutos mais pobres dos grandes centros. Belo trabalho. Vale a pena ler. A Jaqueline, por sinal, é de Goiânia, terra de pequi, mas adotou São Paulo para viver e trabalhar. Na academia, já vem fazendo a diferença na vida de muitos futuros jornalistas.
O bacalhau, em delicioso texto do Mino
Li e me deliciei no blog do Mino Carta (sexta-feira, 28/9)
"Ainda uma oração
Noite de sexta, estou cansado das coisas da política, do governo, da oposição, do Congresso, dos escândalos etc.etc. Só me resta o refúgio da cozinha. O santuário. Cogito de um bacalhau à siciliana e não me nego a declinar a receita. Primeiro movimento: cozinho as batatas. Cogito de jantar para cinco pessoas, donde três batatas de bom tamanho. Mergulho com casca e tudo em água fria, salgada de leve, e a partir do ponto de fervura mantenho-as na panela por 25 minutos. O cozimento completo é de 35 a 40, donde retiro-as em estado de pré-cozidas. Corto em pedaços iguais, sem tirar a casca (gosto da casca) e reservo. Uma cebola graúda, picada. Um pedaço bom de alho poró, picado. Coração de erva doce, picado. Duas latas de tomate pelado (Raiola, recomendo). Levo ao fogo a panela destinada ao bacalhau, deixo que comedida fumacinha se eleve do azeite a resmungar, e jogo a cebola. Quando começa a murchar, princípio de outono, acrescento alho poró e erva doce. A colher de pau traça rotas curvas no conjunto. Dois, três minutos, junto o suco dos tomates, os próprios deito-os sobre a tábua e corto com garfo, mão de fada, suave mas decidida. Mais dois ou três minutos, acrescento as batatas, mergulham com transparente prazer, talvez porque despejei sobre elas um copo de vinho branco e seco. Ainda dois ou três minutos, é hora do bacalhau, cortado em cubos, depois de atenta investigação em busca de eventuais espinhos remanescentes. E ali atiro, gesto despreocupado, três punhados de uva passa. Disse e repito: uva passa. Punhados robustos. Sempre dois ou três minutos, chega o tomate, e é a vez de sal e pimenta, a gosto, conforme leio nos receituários. Aí contam-se cinco minutos, a sair da rotina, e apaga-se o fogo. No borbulhar final, atiram dez azeitonas pretas cortadas ao meio, um vidrinho de alcaparra (Raiola), três punhados de pinois, pinhão do pinheiro marítimo, que os árabes chamam de snubar. Orégano, bastante, sem medo de exagerar. Trata-se do melhor bacalhau agridoce que conheço, um dos três bacalhaus supremos, no meu entendimento. Segundo, à portuguesa. Terceiro, à espanhola. Não dou agora as minhas receitas, é que vou jantar, com licença dos amigos".
"Ainda uma oração
Noite de sexta, estou cansado das coisas da política, do governo, da oposição, do Congresso, dos escândalos etc.etc. Só me resta o refúgio da cozinha. O santuário. Cogito de um bacalhau à siciliana e não me nego a declinar a receita. Primeiro movimento: cozinho as batatas. Cogito de jantar para cinco pessoas, donde três batatas de bom tamanho. Mergulho com casca e tudo em água fria, salgada de leve, e a partir do ponto de fervura mantenho-as na panela por 25 minutos. O cozimento completo é de 35 a 40, donde retiro-as em estado de pré-cozidas. Corto em pedaços iguais, sem tirar a casca (gosto da casca) e reservo. Uma cebola graúda, picada. Um pedaço bom de alho poró, picado. Coração de erva doce, picado. Duas latas de tomate pelado (Raiola, recomendo). Levo ao fogo a panela destinada ao bacalhau, deixo que comedida fumacinha se eleve do azeite a resmungar, e jogo a cebola. Quando começa a murchar, princípio de outono, acrescento alho poró e erva doce. A colher de pau traça rotas curvas no conjunto. Dois, três minutos, junto o suco dos tomates, os próprios deito-os sobre a tábua e corto com garfo, mão de fada, suave mas decidida. Mais dois ou três minutos, acrescento as batatas, mergulham com transparente prazer, talvez porque despejei sobre elas um copo de vinho branco e seco. Ainda dois ou três minutos, é hora do bacalhau, cortado em cubos, depois de atenta investigação em busca de eventuais espinhos remanescentes. E ali atiro, gesto despreocupado, três punhados de uva passa. Disse e repito: uva passa. Punhados robustos. Sempre dois ou três minutos, chega o tomate, e é a vez de sal e pimenta, a gosto, conforme leio nos receituários. Aí contam-se cinco minutos, a sair da rotina, e apaga-se o fogo. No borbulhar final, atiram dez azeitonas pretas cortadas ao meio, um vidrinho de alcaparra (Raiola), três punhados de pinois, pinhão do pinheiro marítimo, que os árabes chamam de snubar. Orégano, bastante, sem medo de exagerar. Trata-se do melhor bacalhau agridoce que conheço, um dos três bacalhaus supremos, no meu entendimento. Segundo, à portuguesa. Terceiro, à espanhola. Não dou agora as minhas receitas, é que vou jantar, com licença dos amigos".
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