quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Um poema para Dilma

500 anos esta noite

Pedro Tierra

De onde vem essa mulher
que bate à nossa porta 500 anos depois?
Reconheço esse rosto estampado
em pano e bandeiras e lhes digo:
vem da madrugada que acendemos
no coração da noite.

De onde vem essa mulher
que bate às portas do país dos patriarcas
em nome dos que estavam famintos
e agora têm pão e trabalho?
Reconheço esse rosto e lhes digo:
vem dos rios subterrâneos da esperança,
que fecundaram o trigo e fermentaram o pão.

De onde vem essa mulher
que apedrejam, mas não se detém,
protegida pelas mãos aflitas dos pobres
que invadiram os espaços de mando?
Reconheço esse rosto e lhes digo:
vem do lado esquerdo do peito.

Por minha boca de clamores e silêncios
ecoe a voz da geração insubmissa
para contar sob sol da praça
aos que nasceram e aos que nascerão
de onde vem essa mulher.
Que rosto tem, que sonhos traz?

Não me falte agora a palavra que retive
ou que iludiu a fúria dos carrascos
durante o tempo sombrio
que nos coube combater.
Filha do espanto e da indignação,
filha da liberdade e da coragem,
recortado o rosto e o riso como centelha:
metal e flor, madeira e memória.

No continente de esporas de prata
e rebenque,
o sonho dissolve a treva espessa,
recolhe os cambaus, a brutalidade, o pelourinho,
afasta a força que sufoca e silencia
séculos de alcova, estupro e tirania
e lança luz sobre o rosto dessa mulher
que bate às portas do nosso coração.

As mãos do metalúrgico,
as mãos da multidão inumerável
moldaram na doçura do barro
e no metal oculto dos sonhos
a vontade e a têmpera
para disputar o país.

Dilma se aparta da luz
que esculpiu seu rosto
ante os olhos da multidão
para disputar o país,
para governar o país.



Brasília, 31 de outubro de 2010.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Procon de São Paulo adota atendimento online de queixas sobre comércio eletrônico

Por: Bruno Bocchini


Reclamações sobre comércio eletrônico poderão ser feitas pela internet

O Procon de São Paulo tem agora um canal de atendimento online exclusivo para os consumidores que tiveram problemas com compras feitas pela internet. O novo canal, por ora exclusivo para quem contratou via web, será disponibilizado no site www.procon.sp.gov.br. O atendimento online, lançado hoje (21), deverá ser estendido em breve para outras modalidades de consumo.

Depois de receber a queixa do consumidor, o Procon analisará a reclamação e um técnico encaminhará uma mensagem esclarecendo os direitos do consumidor e a eventual necessidade de envio de documentos e outros dados. As empresas reclamadas também serão comunicadas das demandas por meio de carta de informação preliminar (CIP), enviada eletronicamente.

Caso não haja solução nessa fase preliminar, será instaurado um processo administrativo. A reclamação então seguirá nos moldes tradicionais, com audiências conciliatórias.

Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O novo Brasil, por Nilmário Miranda

O que está mudando a cara do Brasil, segundo Nilmário Miranda, é o fato de as lentes governamentais terem se voltado para regiões até então "desmerecedoras" de políticas públicas, infraestrutura, financiamento etc. Esse é o Brasil que está minando na terra, surgindo e mostrando a cara. Tudo isso está no artigo " Investimentos em infraestrutura como nunca se viu no país", assinado por Nilmário e publicado no portal do PT.

Memória de um Brasil privatizado



Imagine que você trabalhou toda a vida para adquirir um patrimônio. E que, com dívidas, tenha decidido vendê-lo para colocar as contas em dia. Agora imagine que o comprador anda sem grana. E que você empresta para ele o dinheiro com o qual seu patrimônio será comprado. Ele te pagaria de volta a perder de vista, assim que começasse a lucrar com o que comprour. Detalhe: você teria vendido os bens com os quais gerava parte de sua renda. E por um preço abaixo do valor de mercado. Foi assim que se deu boa parte das privatizações no Brasil, no governo de FHC. O artigo é de Tiago Soares e está publicado na Carta Maior.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Privatizações na berlinda, por Aloysio Biondi

"O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro chegou à conclusão de que a venda do Banerj ao Itaú, por 300 milhões de reais, ridículos tostões, deixou uma dívida de fantásticos 9 bilhões de reais ao governo do Estado. Uma cifra correspondente apenas à tal “parte podre” que a privatização de FHC deixa para Estados e União na venda de suas empresas, enquanto os “compradores” ficam com a parte lucrativa. Somando-se essa herança podre ao valor que toda a estrutura do Banerj apresentava, os prejuízos chegam aos 12 bilhões de reais anunciados anteriormente pelo governador Garotinho.

Sem explicação aparente, podridões como essa do Banerj começaram a surgir no noticiário, furando o muro de mentira que a grande imprensa havia construído em torno das privatizações. Até o Jornal Nacional apresentou uma série de reportagens sobre telefonia, energia, rodovias etc., em que o número de mentiras era razoavelmente baixo, e o número de críticas inacreditavelmente alto para os padrões da TV Globo."

Este texto integra o artigo "Adeus às enganações de FHC", publicado na revista Revista Caros Amigos, em maio de 200

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Em tempos de Bienal, olhe para os lados

Entre prédios, carros, pessoas e poluição, os muros de São Paulo estampam alguma arte.







segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Mais comidinhas do interior de São Paulo

Mais uma visitinha ao Revelando São Paulo pra ver, comer e conversar com os expositores. Coloquei aqui algumas comidas salgadas: rojão, arroz vermelho com suan, bolinho caipira, torresminho e linguiça, marisco lambe-lambe, pau a pique e galinhada.
Rojão, feito em Ribeirão Grande. Carne de porco temperada com 9 especiarias e assada.


Arroz vermelho com Suan, de Cruzeiro



Torresmo e linguicinha não podem faltar na mesa do interior paulista.


Bolinho caipira, feito com farinha de milho e recehado de carne moída ou frango refogado. Este foi feito pela Valentina Souza, de Lagoinha, bem pertinho de São Luiz do Paraitinga.


Pau a pique, João deitado, rebenta peito, corisco, cubu, mané pelado... D.Cida, de São francisco Xaiver diz que a iguaria pode ser doce ou salgada e seu nome tem a ver com o formato.


O preparo do marisco lambe-lambe se parece com o da galinhada. O resultado, é divino, de lamber os dedos.


Galinhada caipira é mais puxada ao açafrão. É feita como a goiana. A diferença é que nesta paulista não tem pequi.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O Pará sem Paulo Martins

Muito triste a notícia da morte do Paulo Martins, do restaurante Lá em casa, de Belém.

Ele foi um dos maiores responsáveis pela difusão da culinária paraense fora do seu estado. Ele tinha diabetes e outras complicações e já estava doente há alguns anos.

Estive diversas vezes em Belém, mas nunca consegui falar com ele, já muito doente. Lamentei muito não ter conseguido entrevistá-lo para o meu TCC sobre o cupuaçu. Acabei usando informações do livro Culinária Paraense e também de uma apostila que a mãe dele, dona Ana Martins Martins escreveu para o Senac-PA.

Neste video, do projeto Saberes do Brasil, tocado pela Ana Maria Trajano, Paulo Martins fala sobre a gastronomia da região amazônica. De quebra, no Youtube tem também o vídeo com a dona Ana Maria, com depoimento para o mesmo projeto. O link é este http://www.youtube.com/watch?v=BZ5H3ST7BYM

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sabe quando é que dá vergonha de ser jornalista? - parte 2

Na primeira parte deste post, eu falei sobre os jornalistas da Veja levantando a bola para o Serra nas Páginas Amarelas. Agora, é a vez dos jornalistas da TV Globo jogando cascas de banana pra Dilma, na entrevista feita no Jornal Nacional do começo da semana. Willian Bonner, ele principalmente, e Fátima Bernardes a cada pergunta, reforçavam a tese da inexperiência de Dilma e os resultados fracos do governo em determinadas áreas. Dilma, apesar de encurralada, respondeu tudo à altura.

Abaixo, algumas pérolas (os grifos são meus). Quem quiser ler a íntegra da entrevista, pode acessar o blog Leituras Favre

William Bonner: ... a senhora não tem experiência eleitoral nenhuma até este momento. A senhora se considera preparada para governar o Brasil longe do presidente Lula?

William Bonner: Mas a sua relação com o presidente Lula, a senhora faz questão de dizer que é muito afinada com ele. Junto a isso, o fato de a senhora não ter experiência e ter tido o nome indicado diretamente por ele, de alguma maneira a senhora acha que isso poderia fazer com que o eleitor a enxergasse ou enxergasse o presidente Lula atualmente como um tutor de seu governo, caso eleita?

Fátima Bernardes: A senhora falou de temperamento. Alguns críticos, muitos críticos e alguns até aliados falam que a senhora tem um temperamento difícil. O que a gente espera de um presidente é que ele, entre outras coisas, seja capaz de fazer alianças, de negociar, ter habilidade política para fazer acordos. A senhora de que forma pretende que esse temperamento que dizem ser duro e difícil não interfira no seu governo caso eleita?

William Bonner: ...Vamos discutir um pouco o desempenho do governo em algumas áreas, começando pela economia. O governo festeja, comemora muito melhoras da área econômica. No entanto, o que a gente observa, é que quando se compara o crescimento do Brasil com países vizinhos, como Uruguai, Argentina, Bolívia, e também com aqueles pares dos Brics, os chamados países emergentes, como China, Índia, Rússia, o crescimento do Brasil tem sido sempre menor do que o de todos eles. Por quê?



Dá vergonha ou não dá?

domingo, 8 de agosto de 2010

Saudades do meu velhinho




A vizinhança passava e cumprimentava calorosamente. Essa cena se repetia durante a tarde toda na frente da casa do meu pai, no bairro da Saúde, onde ele ficava arrumando caixas, pregos, papelão e outras coisas que juntava pra fazer um troco extra pra família. Quando comprou a casa onde viveu até morrer, pensaram que tinha ficado louco. Hoje a casa está entre o metrô e o Shopping Plaza Sul, mas na época, só existia uma capela e umas 4 casas no meio de um matagal que emendava com a mata do Zoológico.

Posso dizer, com certeza, que as rodinhas que tenho nos pés herdei do meu pai. Ele se foi, velhinho, aos 91. No começo dos anos 1980, quando resolvi trocar São Paulo pelo Nordeste, me sentia uma desbravadora. Com o passar dos anos via que meu pai, que tinha atravessado o oceano, só com o irmão, e tinha vindo bater numa terra estranha, de língua diferente, é que era o verdadeiro corajoso da história.

Passei a me entender com ele muito tarde. Tínhamos 43 anos de diferença e ele era o japonês típico, rígido demais. Mas foi muto bom, mesmo que tardio, porque percebia o quanto ele confiava em mim. Meus irmãos, acho que mais por temor do que por respeito, só bebiam e fumavam na rua. Eu era a única que bebia cerveja dentro da casa do velho. Sempre que chegava para uma visita, ele tinha comprado umas latas pra mim. Ia buscar duas na geladeira, colocava uma na minha na minha frente e bebia a outra. Ficávamos ali tomando a cervejinha, sem falar muito, mas com uma certa cumplicidade.

Penso nele com muito carinho. Tinha lá seus preconceitos, como a maioria dos imigrantes do seu tempo, e infelizmente conseguiu passá-los para a maioria dos filhos, mas prefiro guardar dele a lembrança de uma pessoa que não conseguia enxergar maldade em ninguém. Esse era o “seu” Miura.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Zé Albano e sua moto

De Zé Albano:

"Minha intenção com este livro é desmitificar as viagens de moto, de qualquer cilindrada, partilhando a experiência e o prazer que as estradas me proporcionaram. Quero dar a boa notícia de como tenho me dado bem com o meu estilo despojado de viajar. Espero que ele faça por você o que o livro do [Bill] Stermer fez por mim. Colega motoqueiro, estressado com as aflições do trânsito nas cidades enquanto sonha com liberdade e aventura: ESTE LIVRO É PRA VOCÊ!"


O Zé tinha tudo pra ser aqueles caras recluso, quase um ermitão, que fica cuidando do seu estúdio fotográfico e suas fotografias na casa de Sabiaguaba, pertinho de Fortaleza. Mas ao completar 40 anos, deu uma guinada na vida e caiu na estrada. Comprou uma moto, foi viajar e registrar o que via Brasil afora. Claro, ele continuou fotografando, mas sempre que podia, estava na estrada.


Agora ele registrou tudo no livro Manual do viajante solitário (Terra da Luz Editorial, 2010. 112p). Ali ele dá dicas como onde acampar, o que comer, o que levar na bagagem etc. Leia mais no hotsite: www.manualdoviajantesolitario.wordpress.com

Ele vai lançar Manual do viajante solitário na Bienal do Livro em São Paulo, no dia 14. Pena que estarei em Assunção. Mas fica a dica.


Lançamentos:
- dia 14 de agosto, às 18 horas, no estande da SARAIVA na 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

- dia 19, às 19h, será lançado em Fortaleza, no Centro Cultural Banco do Nordeste.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

"Festival" Mário Viana de Teatro & Risos domina São Paulo

Pra quem é fã de teatro, de humor e diversão: cinco peças escritas por Mário Viana, o amigo que deixou o jornalismo pra se dedicar à dramaturgia, estão em cartaz nos teatros de Sampa.


Amanhã é Natal, com Álvaro Gomes, Cinthia Zacariotto e Nana Paquini. Direção de Jairo Mattos. Teatro Paulo Eiró, Av. Adolfo Pinheiro, 765. Sex e sáb, 21 horas. Dom, 19 horas. Ingresso: 10 reais. Até 22 de agosto.

Carro de Paulista (escrita com Alessandro Marson), com Tadeu Pinheiro, Vinicius Oliveira, Aline Abovski, Fábio Neppo e Rodolfo Valente. Direção de Jairo Mattos. T. Ruth Escobar, R. dos Ingleses, 209. Sáb., 22h30. Ingresso: 30 reais. Até 25 de setembro.

O médico e os monstros, adaptação do original de Robert Louis Stevenson, com Cia. La Mínima. Direção de Fernando Neves. Teatro Cleyde Yáconis, Av. do Café, 277, Jabaquara (ao lado do Metrô Conceição). Qui, 21h. Sex, 21h30. Ingresso: 30 reais. Até dia 29.

Um chopes, dois pastel & uma porção de bobagem, com os Parlapatões. Já faz parte do repertório cult do grupo. Sex, 21h. Sáb, 21h e meia noite, dom. 20h. Ingresso: 15 reais. Até dia 8.

Vamos?, com Dalton Vigh, Tânia Khalil, Rachel Ripani e Alex Gruli, direção de Otávio Martins. Teatro Imprensa, Rua Jaceguai, 400, Bela Vista. Sex, 21h30, sáb. 21h e dom., 19 horas. Ingressos: 40 reais e 50 reais. Estreia.

domingo, 1 de agosto de 2010

Descobrindo a banana, nossa musa nacional


As chefs Ana Luiza Trajano (Brasil a Gosto) e Claudia Mattos (Zym Café), integrantes do Movimento Slow Food, comandam a Oficina "Banana, musa paradisíaca - versatilidade da fruta e seu aproveitamento total", amanhã, na Escola Wilma Kövesi em São Paulo.

A oficina faz parte do programa Oficinas do Gosto, do Convivium Slow Food São Paulo, e tem como objetivo ensinar muitos desses segredos e novos usos que você pode usar e reinventar surpreendendo os sentidos de clientes e convidados à sua mesa.

Os participantes vão aprender como aproveitar totalmente a fruta, desde as cascas, a polpa verde e a polpa madura, na produção de Pão de Banana com castanhas brasileiras, Canapé de banana da terra com queijo cremoso e geléia de pimenta.
Abadejo grelhado com crosta de Baru e purê de banana da terra, Caponata de casca de banana verde .


Data: 2 de Agosto – das 19 às 22 horas - Valor: R$ 185,00
Desconto de 20% para membros do Slow Food e de 50% para estudantes.

Serviço:
25 vagas por Oficina
Reservas e inscrições: Escola Wilma Kövesi de Cozinha
11 30631592 / 11 30829151
Ou pelo site www.wkcozinha.com.br
R. Cristiano Viana, 224 - São Paulo - SP

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Frida Kahlo nasceu em 6 de julho

Amanhã é aniversário de nascimento de Frida. Em homenagem, postei o vídeo da Chavela Vargas cantando Llorona no filme Frida.

Chavela Vargas - La Llorona (Video Clip)

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Kabengele Munanga fala de Kabengele Munanga


O professor Kabengele vai completar 70 anos no próximo dia 2 de julho e os amigos preparam uma festa pra essa figura tão respeitada pelas suas idéias e humildade. Na foto, ele aparece ladeado por Flávio Jorge e Matilde Ribeiro. O texto abaixo é de autoria do próprio Kabengele:

"Tem imigrante voluntário, que quer mudar a vida, quer viver num outro continente, num outro país. Tem imigrante que por motivos políticos ou sociais teve que abandonar suas terras em busca de sobrevivência. São dois tipos de imigrantes, mas cada um tem uma dificuldade, dependendo da história de vida dele, da formação, alguns têm dificuldades de integração, outros têm menos. Qualquer lugar do mundo onde você vai, você tem que fazer um esforço para se integrar e para ser integrado. Um país tem também seus preconceitos internos - como o problema de preconceito racial que existe no Brasil - preconceitos regionais como se tem em relação aos nordestinos e a primeira coisa que você tem que fazer, mesmo mantendo contato e vínculo com sua cultura-mãe, com sua história que você não pode perder - porque são raízes de seus filhos que você não pode perder - tem que fazer um esforço de integração, de adaptação à nova sociedade na qual você foi recebido.

Eu me assumi como intelectual engajado, porque essa sociedade me recebeu, me integrou. Tento manter minhas raízes, não posso perdê-las. Hoje tenho novas raízes, tanto que tenho um filho brasileiro. Faz parte da minha vida, da minha história.

Todo imigrante tem que fazer um duplo esforço, por um lado para não esquecer suas raízes, suas histórias. Seus netos e bisnetos vão querer saber onde está a outra parte da história da família. É possível preservar, por isso o trabalho do Museu da Pessoa me deixou apaixonado. Tem gente que não tem nem documento, nem foto, nem nada. Os filhos, os netos e bisnetos que quiserem saber alguma coisa, não encontrarão nada. Às vezes, os descendentes não sabem de mais nada, isso é muito triste.

É preciso amor por sua terra e pela terra que te recebeu, mesmo que essa terra tenha seus problemas. No meu caso, cheguei aqui com uma bolsa de estudos do governo brasileiro. Essa bolsa de estudos veio do povo brasileiro. O povo brasileiro, na realidade, pagou parte de meus estudos, isso é uma coisa que de alguma forma eu tenho que devolver. Todos esses anos trabalhando na Universidade de São Paulo, formando pessoas. Já formei 15 doutores e 5 mestres. Nem por isso perdi o contato do que acontece do outro lado, acompanho o que acontece no Zaire. Se um dia tiver oportunidade, mesmo vivendo aqui, ser útil para o desenvolvimento daquele país. Tenho parentes, tenho sobrinhos, sobrinhos, netos, irmãos, tios, tias, um pedaço da minha vida que não posso esquecer."

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Sabe quando é que dá vergonha de ser jornalista?

Quando a gente vê jornalista levantando a bola descaradamente para o seu candidato. Na revista Veja da semana passada (nº 2170), o candidato entrevistado nas páginas amarelas era o Serra. A entrevista é digna de vergonha. Soube até que o Mino Carta tirou gargalhadas da platéia de um debate quando leu as perguntas em voz alta. Os dois entrevistadores - Eurípedes Alcântara e Fábio Portela - tiveram a capacidade de fazer perguntas como estas:

"Depois que os repórteres da sucursal de VEJA em Brasília desvendaram uma tentativa de aloprados do PT de, uma vez mais, montar uma central de bisbilhotagem de adversários, as operações foram desautorizadas pela cúpula da campanha. O senhor responsabiliza a candidata Dilma Rousseff diretamente pelas malfeitorias ali planejadas?"

"Como o senhor conseguiu governar a cidade e o estado de São Paulo sem nunca ter tido uma única derrota importante nas casas legislativas e sem que se tenha ouvido falar que lançou mão de “mensalões” ou outras formas de coerção sobre vereadores e deputados estaduais?"

"Por que para a democracia brasileira é positivo experimentar uma alternância de poder depois de oito anos de governo Lula?"

Essa entrevista é um manual de anti-jornalismo. Fábio Altman organizou o livro "A Arte da Entrevista", com as melhores entrevistas realizadas entre 1823 e 2000. Agora já poderiam organizar um livro com as melhores anti-entrevistas, ou ainda, Como não fazer jornalismo! Essa da Veja certamente figuraria entre os destaques.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Drive Thru de oração? Se a moda pega...


Se a igreja católica pode ter um padre showman, por que é que a Universal não poderia ter seu Drive Thru de oração???????????????

No Chile, vivo pode virar nome de rua

Está nos jornais: a Câmara de Buin, município chileno pertinho de Santiago, decidiu dar os nomes do goleiro Bravo e do zagueiro Isla da seleção do Chile a duas ruas da cidade. Reconhecimento pelo desempenho no jogo contra a Suiça na Copa. Vocês sabem quais são os riscos de dar nomes de vivos a logradouros, não é mesmo? "O futuro a Deus pertence", não é assim que se diz?

Ainda bem que aqui, só depois que a pessoa parte pra outra. E ainda assim... A Bahia é um exemplo disso. Estive lá logo após a morte do filho de ACM. Desci no aeroporto Luis Eduardo Magalhães, passei pela avenida Luis Eduardo Magalhães, vi a escola Luis Eduardo Magalhães... Depois vieram o município Luis Eduardo Magalhães, a Fundação Luis Eduardo Magalhães, o hospital Luis Eduardo Magalhães, o Centro de Convenções Luis Eduardo Magalhães...

Bem, um turista deve pensar que a santificação do dito já deve estar sendo aprovada pelo Vaticano!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Querem saber se Bobotie e Isidudu-Biltong são pra comer?

A resposta está no Canto Madalena, que no jogo de amanhã, 15/6, vai colocar na mesa pratos brasileiros e sul africanos. As explicações são da Tita.

Do Brasil, caldinho de Feijão, Canjica Salgada, Mexidão Mineiro, Frango com Pequi, Carne com Pinhão no molho de cerveja, Capiau, Feijão de Corda com farofa.

Da África do Sul, Bobotie (espécie de bolo de carne ao forno, temperado com curry, louro e pimenta do reino, damasco, uvas passas e amendoas laminadas) e Isidudu-Biltong (Biltong é carne seca e Isidudu, abóbora, Isidudu pap é o nosso Quibebe). Então, taí, a gororoba que vai sair daí é uma massa recheada, que leva temperos africanos no molho: manjerona, noz moscada, pimenta do reino e amendoas em lascas, na manteiga.


Bar Canto Madalena
R. Medeiros de Albuquerque, 471 - Vila Madalena
informações e Reservas: 3813-6814 e 9498-1983

sexta-feira, 28 de maio de 2010

São Luiz do Paraitinga

Clique no Divino pra ver as fotos

Festa do Divino de São Luiz do Paraitinga. A cidade se recuperando, as pessoas voltando a frequentar e as tradições que se preservam. É uma delícia andar pelas ruas e cruzar com todo tipo de manifestação cultural: moçambique, congada, cavalhada, procissão, violeiros, seresteiros, todo mundo se cruzando na rua. Quando um grupo passa, o outro fica de lado. Respeito total.

Marmanjos se empilhando no pau-de-sebo, crianças correndo atrás de Maria Angu e João Paulino, e Maria Angu e João Paulino correndo atrás das crianças, dezenas de pessoas fotografando pra eternizar os bons momentos passados ali.

Muito bom também encontrar amigos como Alice, Zé Américo, Rose, Ivan Vilela, Edu, Flávinho, Sueli e tantos outros.

Taí uma dica de viagem de fim de semana.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Saudade do Daniel

Em maio de 2006, o câncer finalmente venceu o Daniel Herz, depois de anos de batalha. Mas o sumiço físico dele não o levou embora, de jeito nenhum. Eu o conheci em Brasília, durante a Constituinte (1987-1988). O Daniel era aquele cara quieto, que tinha uma capacidade sobrehumana de pensar as coisas da comunicação. Mas ele pensava pra frente, prevendo a entrada de novas formas de comunicação no país e a incidência disso sobre a sociedade e sobre os trabalhadores do setor.

Durante os dois anos da Constituinte, Daniel, Armandinho Rollemberg, Jorge Bittar, eu e mais alguns companheiros, nos dividíamos pra cobrir o país todo, fazendo os debates sobre a democratização dos meios de comunicação e buscando apoiadores à emenda que foi apresentada ao Congresso Constituinte. Ali se vivia uma efervescência incrível, todos os dias a gente se via no meio de debates sobre os mais diferentes temas. Ali estava sendo escrita a história do Brasil. E foi nesse momento tão importante que meu caminho cruzou com o do Daniel.

Durante os debates da Conferência Nacional de Comunicação, dava pra sentir que ele estava ali, presente nas propostas, nos discursos. Muita coisa que se discutiu ali, tinha uma mãozinha dele. É uma herança forte essa.

Pra homenageá-lo roubei esta citação do site criado pelos amigos, o Daniel inclusive, para o Adelmo Genro Filho quando ele faleceu em 1988.

"A vida do espírito
não é a vida que se ausenta ante a morte
e se mantém pura [diante] da desolação,
mas é a vida que sabe afrontar a morte
e manter-se vida".
G.W.F. Hegel

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Na Patagônia

Bateu saudade do frio gostoso da Patagônia.

Ensinamentos das mães de antigamente

Recebi uma desses e-mails engraçados e selecionei algumas práticas de mães que Hoje são consideradas politicamente incorretas, mas algumas funcionavam muito bem lá em casa, afinal, éramos 10 (D-E-Z) irmãos!

- MOTIVAÇÃO - "Continua chorando que eu vou te dar uma razão veradeira para você chorar!"

- ANTECIPAÇÃO - "Espera só até seu pai chegar em casa!"

- PACIÊNCIA - "Calma!.... Não se preocupe... Quando chegarmos em casa, aí sem, você vai ver só..."

- ENFRENTAR OS DESAFIOS - "Olhe pra mim! Me responda quando eu te fizer uma pergunta!"

-RACIOCÍNIO LÓGICO - "Se você cair dessa árvore, você vai quebrar o pescoço e aí eu vou te dar uma surra!"

- GENÉTICA - "Vocé igualzinho ao merda do seu pai" (minha mãe não dizia essa)


- MINHAS RAÍZES - "Tá pensando que nasceu de família rica, é?"

- SABEDORIA DA IDADE - "Quando você tiver a minha idade, você vai entender."

- JUSTIÇA - "Uum dia você vai ter seus filhos, e eu espero que eles façam pra você o mesmo que você faz pra mim! Aí você vai ver o que é bom!"

- RELIGIÃO - "É melhor você rezar pra essa mancha sair do tapete!"

- DETERMINAÇÃO - "Vai ficar aí sentado até comer toda a comida!"

sábado, 8 de maio de 2010

O Remanso do Peixe, em Belém, é sensacional!




Tinha visto o Thiago Castanho, um garoto de 20 e poucos anos, chef do restaurante Remanso do Peixe (em Belém), no debate sobre a Amazônia na série Estantes e Panelas, da Livraria Cultura. Sempre que vou a Belém, nunca consigo tempo pra ir até o Remanso que é considerado um dos melhores restaurantes de Belém. Mas recentemente dei sorte e fui jantar lá.

Fica no Marco, bairro meio afastado do centro, numa vila. A entrada muito simples. O manobrista avisa que o restaurante é lá em cima, ou seja, é preciso subir as escadas. O que se vê lá em cima, é um restaurante requintado para os padrões da cidade. Decoração de muito bom gosto, serviço decente e a comida...

Bom, deu até água na boca só de lembrar do bolinho de piracuí e da peixada com camarões cozida no tucupi. É de comer gemendo. A comida é de primeira. Excelente.

Acho que no Remanso, aconteceu o mesmo que no Mocotó do Rodrigo Oliveira. No começo do negócio, o pai tocava e depois os garotos assumiram as panelas e o resultado taí: comida de primeira e casa cheia sempre.

domingo, 25 de abril de 2010

Vai ter Festa do Divino em São Luiz do Paraitinga


A cidade já está pronta pra receber visitantes, então, já pra lá! De 15 a 23 de maio vai acontecer a tradicional Festa do Divino, com as procissões, congada, cavalhada, moçambique, afogado e tudo mais que tornaram a cidade tão famosa.

As pousadas já estão recebendo hóspedes, os bares e restaurantes estão abertos, inclusive o Sol Nascente da nossa amiga Alice Nakao da Sosaci. O comércio local, a todo vapor, está à espera dos visitantes.

Algumas pessoas pensam que a cidade está no chão. Alguns casarões mais antigos, a Igreja Matriz e a das Mercês estão mesmo no chão, mas 90% da cidade está em pé, com as marcas deixadas pelas águas, claro, mas já com a vida retomada.

Então, coloque na agenda: 15 a 23 de maio. E é bom fazer reservas logo.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Para viver a utopia é preciso voar alto!

Carlo Petrini, o fundador do movimento Slow Food esteve por aqui. Primeiro, participou do evento terra Madre Brasil que reuniu em Brasilia produtores, consumidores, chefs, e outros tantos que acreditam que um novo modo de vida é possível. Depois ele veio a São Paulo para uma reunião com o Convivium São Paulo do Slow e para duas palestras (uma no senac e outra na Livraria Cultura). Assistir à palestra na Cultura e pincei algumas coisas interessantes que esse tão esperado visitante trouxe para ouvidos interessados.

"Para sermos felizes precisamos saber que todos temos os mesmos direitos: de comer bem, de se interrelacionar; de ser feliz; de ter prazer."

Ele mostrou que Slow Food não quer dizer apenas "comer devagar" como traduzem alguns apressados. Slow Food, na visão de sweu criador, é o movimento que defende a valorização dos produtores e dos saberes tradicionais, conjugados com uma mudança nos hábitos de produção e de consumo da sociedade moderna.

Ele critica a situação em que se encontra o mundo hoje, onde o mercado determina as relações e onde é mais caro pagar um dietólogo que vai dizer "não coma" do que comprar alimentos.

Sobre desperdício, Petrini é taxativo: são produzidos alimentos para 12 bilhões de pessoas, porém, no total somos 6 bilhões sobre a Terra. Resumindo: metade dos alimentos produzidos vai para o lixo.

Entre os paradoxos atuais, ele cita o fato de existirem ao mesmo tempo milhões de obesos na América e outros tantos milhões de famintos na África.

Sobre a gastronomia, ele disse que ela tem papel fundmental: resgatar princípios como a cultura, a política, a responsabilidade. "Temos que ter uma visão que conjugue o que é Bom - Limpo - Justo". Para Petrini, nunca se falou tanto em comida, e nunca se perdeu tanta diversidade. Reconstituir nossas lembranças gustativas deve estar no horizonte das pessoas.

A saída para a situação atual, segundo ele, é a prática do respeito à diversidade das culturas e dos alimentos,o reforço da aricultura local, a ajuda aos camponeses, o incentivo ao nascimento de grupos de componeses e de consumidores.

E aos jovens da platéia, ele deixou o recado: “é preciso sonhar, voar alto, praticar a utopia”

sexta-feira, 19 de março de 2010

Salve a Caipirinha. Eu apóio.

Há alguns anos fiz um curso de mestre capirinha com o Jaime Pereira Filho, do Paralelo 12:27 (rua Joaquim Távora, 1227, Vila Mariana). Na parte teórica, ele insistia num ponto que naquele momento eu até achava um pouco de exagero: caipirinha, tem que ser de cachaça e limão. O resto? É modismo, dizia ele. Com o tempo, acabei aderindo a esse ensinamento dele e defendo o respeito ao nosso principal drink. É claro que eu experimento as invenções do Souza, do Veloso, e dou a maior força porque ele usa frutas brasileiras e valoriza seus drinks com elas.

Derivan de Souza (é outro Souza) considerado o mais importante mestre da arte da bebida no Brasil, também faz a sua de limão e cachaça. Vejam o processo neste vídeo do Paladar

Bom, e não é que apareceu um movimento em prol da velha e boa caipirinha de limão e cachaça? Taí um movimento mais que interessante. A iniciativa é da Cachaça Leblon e tem até um site.


Manifesto Salve a Caipirinha

Salve a Caipirinha

Nós formalmente declaramos que não queremos mais ver nossa caipirinha sendo feita com vodka ou saquê ao invés de cachaça.
Nós não aceitamos que esse drink, famoso e respeitado no mundo inteiro, seja desrespeitado no Brasil.
Não podemos tolerar que matem a alma da caipirinha: a cachaça.
Nós acreditamos que a cachaça deveria ser feita artesanalmente em alambiques tradicionais, e que temos o direito de saber quando ela é produzida em massa.
Nós temos fé que uma caipirinha feita com uma boa cachaça pode ser tão elegante, nobre e suave quanto qualquer outro coquetel.
E assim, convictos dos nossos ideais, acreditamos que agora é a hora de beber a Caipirinha do jeito que ela foi feita.
Com cachaça boa de alambique.
Desta forma, nós salvaremos a Caipirinha.

Quem quiser assinar, entre aqui

quinta-feira, 11 de março de 2010

Carlo Petrini no Brasil


Acabo de saber que o italiano Carlo Petrini, fundador do movimento Slow Food vem para o Brasil para participar do Terra Madre Brasil que acontece de 19 a 22/3, no Complexo Cultural da FUNARTE em Brasília e vai reunir produtores orgânicos de todo o país. Saiba mais clicando aqui

Na sequência ele vem pra São Paulo pra fazer duas palestras e lançar o livro Slow Food, princípios da nova gastronomia. Os dois eventos serão no dia 24/3. O primeiro vai ser no Centro Universitário Senac - Campus Santo Amaro das 10h30 às 12h20 (11 5682-7300 e campussantoamaro@sp.senac.br). Inscrições on line no site (em eventos). O segundo evento, será na Livraria Cultura Conjunto Nacional (na série Entre Estantes & Panelas), às 18h30.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Recomeçar, sempre!

Hoje, dia Internacional da Mulher, dedico este espaço à Alice Nakao, amiga de muitos anos, que pela segunda vez recomeça do zero. Ainda se recuperando do choque da enchente que atingiu São Luiz do Paraitinga, na qual ela e o marido Jo perderam tudo (da casa e do restaurante Sol Nascente), ela tenta agora se reerguer e reabrir o restaurante. Apesar das opiniões contrárias, ela acha que assim como os demais comerciantes de São Luiz, é preciso reabrir e tentar devolver a normalidade à cidade e à vida das pessoas.

Na foto, ao fundo está o que restou da igrejinha das Mercês e à esquerda, e scondido entre os tapumes, o Sol Nascente que deve reabrir no final deste mês de março. Força Alice!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Coisa de goiano

Pra passar férias em Goiás é preciso conhecer o goianês, caso contrário o sujeito pode se atrapalhar e ser confundido com um turista. Recebi uma lista termos de uma goiana, então tem propriedade. Quem pensa que ali tudo é igual a Minas, está muito enganado, mas numa coisa goianos e mineiros são parecidos. Dizem as boas línguas que goiano não fala diretamente o que pensa. Ele dá voltas e voltas até chegar onde quer. Invariavelmente a conversa chega no “Ow, deixa eu te falar”. A coisa fica mais ou menos assim: "Blá-blá-blá, Oww, deixa eu te falar, lembra aquele negócio que eu te pedi...".

O "Tem base?" também é famoso por lá. Tradução: "Pode uma coisa dessas?". O sol em Goiás é forte, todo mundo sabe. É tão forte que "Chega dói". Se o sujeito vai a Goiânia, sempre pode se abrigar na sombra de uma arvrinha. Ou de uma arvrona. Se quiser se refrescar, sempre pode lavar o rosto no córgo.

Se você quiser saber se o goiano vai à festa, a resposta vai ser algo parecido com "Uai, vô!". Se a porção de comida é muito grande, o goiano vai dizer "Num dô conta". Mas "I don't understand" em Goiás também é "Num dô conta!". E por aí vai. Assim que o goianês estiver decorado, pode comprar a passagem!

Passei o Carnaval com um grupo animadíssimo de goianos e pude matar a saudade desses e de outros "jeitos" de falar da moçada. O goiano é super receptivo, ele só não dá jeito naquele calorão dos infernos!!!!!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Bazar e leilão Solidariedarte para São Luiz do Paraitinga e Cunha

Será nos dias 5 e 6 de março o Solidariedarte, um bazar/leilão/exposição que amigos das duas cidades vão promover no Hotel Mazzaropi, em Taubaté. O leilão evento é beneficente e 100% da renda obtida do leilão será revertida para a área cultural das cidades de Cunha e São Luiz do Paraitinga.

Livros, discos, fotografias, cerâmicas e outros objetos também estarão à venda no bazar.

O catálogo das obras a serem leiloadas podem ser vistas no blog Solidariedarte

O desenho em bico de pena é uma das doações de Tom Maia.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Meus bolinhos de piracuí assados

Uma das minhas promessas não cumpridas neste começo de ano, foi falar sobre o bolinho de piracuí assado, que fiz com a farinha de piracuí que o Luca Fanelli, companheiro das lidas do Slow Food trouxe de Vira-Sebo, uma comunidade de pescadores de Prainha, no Pará. Como é a farinha, como é feita etc. e tal, a Neide Rigo já publicou no Come-se com vastas informações.

O jeito mais comum de preparar o bolinho é fritando, mas resolvi experimentar uma receita que recolhi na internet e adaptá-la pra uma versão mais light, assada. A degustação foi num aniversário e quem experimentou achou muito bom. Não ficou a dever nada ao bolinho frito. Muitos disseram que se parecia com bacalhau.

Segue a receita adaptada, que na falta do piracuí, pode ser feito com o bacalhau demolhado, e desfiado dentro de um pano. Veja na foto da Neide como o peixe fica em fiapos:

Esta aqui é a receita original do bolinho de piracuí que catei no site Tudo gostoso. Ela foi enviada por Edilena da Silva e Sousa. Adaptei as quantidades, diminuindo pela metade a quantidade de batata e de temperos. Acrescentei sal e uma pitada de pimenta-do-reino. Assim, o bolinho ficou mais saboroso. Fiz as bolinhas, pressionei levemente com um garfo (como a gente faz com os biscoitos de nata) e pincelei azeite por cima. Depois coloquei no forno pra assar. Ficou ótimo.

1 kg de batata
250 g de farinha de peixe (piracuí) sem espinhas
2 ovos
1 maço de cebolinha picada
1 maço de salsa picada
1maço de coentro picado
2 cebolas médias picado
Pimenta de cheiro a gosto picados
Manteiga (apenas para enrolar os bolinhos e para não grudar na mão)
Azeite de oliva a gosto
Óleo de cozinha (para fritar)


Só festa, agora...

Deu pra perceber que estava fora de órbita, não é mesmo? Desculpem pela falta de atualizações, mas o bicho pegou pesado neste começo de ano. Me perguntaram ontem "E aí, como foi o Carnaval no Rio" e eu respondi: nem me lembro mais do Carnaval. E é verdade. Tanta coisa está acontecendo ao mesmo tempo que não tive nem tempo de postar coisas aqui.

Mas o que eu vi no Rio e que gostei muito foram os blocos. O povo carioca leva a sério esse negócio de sair nos blocos. Fazem fantasias, colocam os bichos pra fora. Vejam só nessa foto. Alegria pura. Vou até propor para os amigos que no próximo ano a gente se reúna e faça fantasias pra sair nos blocos de São Paulo. Afinal, parece que a coisa tá crescendo aqui também.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Mandela livre!

Só pra registrar: há exatos 20 anos, depois de passar 27 anos preso por defender seus ideais de liberdade, Mandela voltava a caminhar pelas ruas de Joanesburgo. Somente quatro anos depois de ser solto, ele se tornava presidente de seu país, eleito pelo povo que ele tanto defendeu. Se penso em alguém com muito carinho, esse alguém é Nelson Mandela. E Clint Eastwood também deve sentir o mesmo. Logo mais quero ver o filme que ele fez sobre Mandela.

Meditação andando


Encontrei uma amiga, antiga companheira de meditação, no lançamento do livro de receitas do Templo Zu Lai. Ficamos relembrando as atividades que fazíamos no templo e uma delas era uma caminhada sobre pedras. Concentração total no caminho. Ali aprendi que existem muitas formas de meditação, que não é preciso estar sentado, de pernas dobradas, num ambiente silencioso pra que uma pessoa possa aproveitar seus benefícios.

Concentração é tudo. Cortar legumes pensando na agenda lotada, é dedo cortado na certa; costurar prestando atenção na televisão, é dedo espetado na certa; tirar o bolo do forno pensando na feira, é dedo queimado na certa. E por aí vai.

Estar presente é uma das coisas mais difíceis em tempos de agenda cheia e tempo curto.

Mas vale tentar. Quem quiser começar, pode ler o livro Meditação Andando: Guia para a Paz Interior, do mestre zen budista THICH NHAT HANH (da Ed. Vozes). É bem fininho, só pra animar!


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

As receitas vegetarianas do Templo Zu Lai

Vai ser lançado hoje, na Fnac Paulista (19hs), o livro Sabor e Saúde: as melhores receitas vegetarianas do Templo Zu Lai, de Jasmine Chen (Ed. Escrituras). A autora administra a cozinha e a cafeteria do Templo Zu Lai, em Cotia, e dá aulas de culinária vegetariana.

Lá pra trás frequentei o Templo Zu Lai, com uma turma que se reunia em torno de três acupunturistas: o Jou el Jia, o Norvan e a Lilian. Foi um tempo muito bom, mas depois as pessoas se dispersaram e os três médicos também. Nesse período, frequentávamos as cermiônias promovidas no Templo e lembro muito bem da comida excepcional que serviam ali. Cozinheiras chinesas se reuniam e se esmeravam para oferecer o melhor da comida vegetariana.

Algumas pessoas não acreditam que grãos, tofu, proteína texturizada de soja, cereais, tubérculos, verduras e legumes podem resultar em pratos muito saborosos, mas é possível sim. Neste livro estão reunidas 60 receitas com esses ingredientes. Algumas delas: bolinho de tofu, churrasquinho vegetariano, croquete de abóbora, estrogonofe de carne de soja, feijoada vegetariana, hambúrger vegetariano, salada de rúcula com manga, shiitake na manteiga, shimeji à milanesa.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Um dia enchendo linguiça

Minha irmã e eu fomos convocadas por uma das cunhadas pra ajudar a destrinchar um porco que ela havia mandado matar em Santana do Parnaíba. Apesar de morar na área urbana de Guarulhos, ela gosta de viver à moda do sítio. Tem fogão a lenha na cozinha e sonhava em cortar um porco inteiro como se faz nos sítios. Bem, minha irmã e eu já tínhamos passado por isso quando morávamos em Atibaia e nosso pai matava porco uma vez ou outra. Repetimos todas as tarefas: limpar, tirar a banha, fazer os torresmos, separar as carnes, cozinhar os pedaços de carne na banha, fazer linguiça etc. A tarefa de fazer chouriço, que é mais barra pesada, ficou pra uma tia da minha cunhada. Ajuda muito bem vinda, por sinal. Afinal, mexer com tripas, sangue etc. não é pra qualquer um! Precisa ter estômago.



Baixa tecnologia. Aro improvisado pra encher linguiça.


Parte da produção de um dia inteiro, posta pra secar/defumar sobre o fogão a lenha.


As carnes fritando pra depois serem guardadas na banha durante muito tempo. Tudo à moda antiga.

O oásis fica dentro de São Paulo

Dá pra ter uma idéia de onde fica esta beleza?

Tem jaqueira, caquizeiro, jaboticabeiras (um monte), pitangueiras e outras fruteiras
Hoje, pela primeira vez, consegui colher várias jaboticabas e fiz a festa.
Pois é, este oásis fica no colégio Madre Cabrini, na estação Vila Mariana do Metrô. Vou nadar lá duas vezes por semana e fico namorando as jaboticabeiras. Mas como os alunos são muitos, sobra pouco pra gente e para os passarinhos.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A história de Gino Meneghetti por Mouzar Benedito

Taí, uma história que deve ser pra lá de interessante. O personagem existiu de verdade, chegou ao Brasil na leva de imigrantes italianos que baixou em São Paulo pra trabalhar nas fábricas. Este Meneghetti era um tipo de Hobbin Hood "do asfalto", dizia que só roubava de quem tinha, ou seja, dos ricos (mas acho que não distribuía para os pobres). Fez de seus roubos e fuga, uma verdadeira arte. Tanto fez que acabou famoso.

E pra contar essa história, a editora não poderia ter encontrado um autor mais irreverente que o Mouzar.

O lançamento de Meneghetti - honestamente ladrão (Ed. Boitempo) é hoje, 28 de janeiro, às 19:00h na Livraria da Vila (Rua Fradique Coutinho, 915). Se não cair o pé-d'água do fim de tarde, estarei lá.

Agora a gente nem pode mais brincar com o povo de Belém. A gente vivia dizendo que em Belém marcam os compromissos pra antes e depois da chuva. Aqui, quando chove, a gente nem vai!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Os quadrados de Patricia Woll

Uma dica legal é a exposição da Patti, Patricia Woll, uma alemã que já rodou por uma boa parte do mundo e veio bater aqui entre nós. A artista foi aprimorando sua técnica e vai expor uma parte dos trabalhos a partir do dia 2 de fevereiro, no Bar Balcão. São 20 quadrados de 30 x 30, resultando em uma rica mistura de pintura, carimbos, retalhos, achados, bordados etc.

Vale a pena ver a exposição e conhecer a Patti.

Bar Balcão
2 de fevereiro, terça - a partir das 19hs.
R. Dr. Melo alves, 150

A Vaca Varal da Sylvia Masini

Ai, que preguiça de atualizar o blog! Ai, que preguiça de sair de casa! Ai, que preguiça! Tô mais pra Dorival Caymmi na sua rede do que pra outra coisa. Mas a gente tem que pegar, nem que seja no tranco, não é mesmo?

Então, taí, segue a obra da amiga Sylvia Masini, fotógrafa, que decorou esta Vaca Varal pra Cow Parede (fica na Oscar Freire, entre a Augusta e a Haddock Lobo). Até pensei que ela ia fazer um varal de fotos, mas é de calças mesmo!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Pra ajudar o povo e a cidade de Sao Luiz do Paraitinga


A moçada da Sosaci, a Sociedade dos Observadores de Saci, que foi fundada em Sao Luiz do Paraitinga em 2003, também participa do movimento de solidariedade aos desalojados e para reconstruçao da cidade. Quem puder, pode participar de duas formas: depositando uma grana no Banco do Brasil (agência 76-0 e conta corrente 202020-3) ou doar mantimentos, material de limpeza e higiene, roupas e utensílios.

Mantimentos: macarrão, molho, papinha de neném, legumes, farinha, óleo, sal, açúcar, ração de animais, arroz, feijão, água...

Material de Limpeza e higiene: Papel higiênico, sabonete, rodo, vassoura, detergente, sabão em pó e pedra, desinfetante, panos, baldes, pasta de dente, sabonetes...

Utensílios:
Talheres, mamadeira, fraldas adulto e infantil, fósforo, pratos, panelas, copo, tupperware, potes, sacola plastica...

Roupas:
Todos os tipos, de bebê a adultos. Inclusive roupas de cama, mesa e banho, sapatos, bolsas, mochilas.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

As enchentes e a desgraça anunciada

Estou viajando há 15 dias e nao consegui entrar muito na internet. Feriados, cybers fechados etc. Aos poucos fui me inteirando da situacao que as chuvas provocaram no Brasil. É uma tristeza só! Ano após ano a gente vê a situacao se repetir. Mais e mais pessoas sendo expulsas das áreas urbanas pra viver nas encostas de morros, em favelas, em áreas de risco. Se elas sabem que é área de risco, devem saber, mas é o mais perto da cidade onde conseguem morar. Nós, classe média, ficamos nos nossos apartamentos só assistindo. Às vezes, com diz o Mário Viana, juntamos roupa, remédios e comida nao-perecível pra mandar para os desabrigados. É o máximo que conseguimos fazer?