Carlo Petrini, o fundador do movimento Slow Food esteve por aqui. Primeiro, participou do evento terra Madre Brasil que reuniu em Brasilia produtores, consumidores, chefs, e outros tantos que acreditam que um novo modo de vida é possível. Depois ele veio a São Paulo para uma reunião com o Convivium São Paulo do Slow e para duas palestras (uma no senac e outra na Livraria Cultura). Assistir à palestra na Cultura e pincei algumas coisas interessantes que esse tão esperado visitante trouxe para ouvidos interessados.
"Para sermos felizes precisamos saber que todos temos os mesmos direitos: de comer bem, de se interrelacionar; de ser feliz; de ter prazer."
Ele mostrou que Slow Food não quer dizer apenas "comer devagar" como traduzem alguns apressados. Slow Food, na visão de sweu criador, é o movimento que defende a valorização dos produtores e dos saberes tradicionais, conjugados com uma mudança nos hábitos de produção e de consumo da sociedade moderna.
Ele critica a situação em que se encontra o mundo hoje, onde o mercado determina as relações e onde é mais caro pagar um dietólogo que vai dizer "não coma" do que comprar alimentos.
Sobre desperdício, Petrini é taxativo: são produzidos alimentos para 12 bilhões de pessoas, porém, no total somos 6 bilhões sobre a Terra. Resumindo: metade dos alimentos produzidos vai para o lixo.
Entre os paradoxos atuais, ele cita o fato de existirem ao mesmo tempo milhões de obesos na América e outros tantos milhões de famintos na África.
Sobre a gastronomia, ele disse que ela tem papel fundmental: resgatar princípios como a cultura, a política, a responsabilidade. "Temos que ter uma visão que conjugue o que é Bom - Limpo - Justo". Para Petrini, nunca se falou tanto em comida, e nunca se perdeu tanta diversidade. Reconstituir nossas lembranças gustativas deve estar no horizonte das pessoas.
A saída para a situação atual, segundo ele, é a prática do respeito à diversidade das culturas e dos alimentos,o reforço da aricultura local, a ajuda aos camponeses, o incentivo ao nascimento de grupos de componeses e de consumidores.
E aos jovens da platéia, ele deixou o recado: “é preciso sonhar, voar alto, praticar a utopia”
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