sexta-feira, 7 de março de 2008

A propósito do 8 de março, Dia Internacional da Mulher

No começo da semana conversava com duas amigas sobre a passagem do tempo, o aumento no número do manequim e as roupas perdidas por causa disso. Nenhuma de nós lamentávamos a realidade, somente constatávamos o fato. E hoje leio o artigo “Corpos de consumo” da Rose Marie Muraro e da Maria Tereza Maldonado na Folha, sobre como se cria no país um conceito de que é preciso ter um corpo perfeito para ser amada, ser querida, pra manter um relacionamento ou um casamento. E até mesmo um emprego. Esses são valores que estão sendo passados para os nossos jovens. Adolescentes já falam ou já fizeram uma plástica, uma lipoaspiração. O corpo perfeito das modelos que estampam as capas das revistas é a meta a ser perseguida pra se ter sucesso no campo profissional e na vida pessoal. O que o futuro reserva pra essa geração? Penso que um vazio sentimental terrível. Um parágrafo do artigo de Rose Marie e Maria Tereza:

O amor, o desejo, a ternura e a cumplicidade podem existir entre pessoas com corpos imperfeitos. Ao contrário do que a mídia apregoa, quanto mais maduros homens e mulheres, mais profundas se tornam suas relações, mais independentes de estereótipos e mais prazerosas, de um prazer inabalável, se não fosse o bombardeio midiático de que a velhice é uma doença, e não uma plenitude.
Para onde nos leva o capital/dinheiro? São inaceitáveis as marcas (e os marcos) do tempo no corpo? É imoral envelhecer?

2 comentários:

Redneck disse...

É imoral a imagem que temos que ter diante do outro. Porque só somos vistos pelo exterior: corpo, roupas, carro, jóias, perfume, tênis. Somente aparências. E as essências já se foram há muito. Quando só restar a essência, na velhice, onde todos se irão com as aparências arruinadas? Beijo!

Sig Mundi disse...

Vazio sentimental, isso diz tudo. E de certa maneira acho que essa agonia pela perfeição já virou doença.
Se plástica existisse somente para casos realmente necessários, como ficaria a indústria do dinheiro!?
E médicos conscientes, será que existem ou o tilintar do banco canta mais alto?
Hoje em dia só entendem a palavra valor, quando monetária!

bjs, andrea