Agora à noite ouvi uma frase que me fez ver a bobagem que escrevi na postagem anterior sobre a crise dos 50 anos. Durante uma homenagem a uma amiga falecida no mês passado, sua filha mais velha disse que a mãe havia dado a ela e aos irmãos o que outra pessoa não conseguiria dar em 100 anos. E é verdade. Nani Stuart viveu em 62 anos muito mais do que alguns que já chegaram aos 100. Uma parte de sua vida ela viveu na Argentina, onde militava e de onde fugiu com a filha depois que o companheiro foi morto pela ditadura daquele país. Aqui chegando, ela começou uma nova vida, militando sempre e se engajando na fundação e na consolidação do partido que ela acreditava ser o único capaz de dar aos brasileiros e aos vizinhos latino-americanos uma vida digna. A união dos povos da América Latina foi a grande bandeira que Nani defendeu durante toda a sua vida, seja no PT, seja nas organizações às quais pertencia, seja nas universidades nas quais lecionava. E por sorte ela ainda pôde ver eleitos pelo povo os presidentes da Bolívia, da Argentina, do Equador, da Venezuela, do Uruguai e, é claro, do Brasil.
E foi com Lula que ela viveu um dos momentos mais importantes de sua vida. Voltou à Argentina integrando a comitiva oficial do presidente eleito do Brasil. Importante para ela e para seus antigos companheiros de luta.
Durante as homenagens que lhe foram feitas, ouvi sobre a companheira de trabalho solidária, sobre o amor pelos 3 filhos e os netos, sobre a companheira amorosa, sobre como ajudava as pessoas sem que lhe pedissem e sem esperar reconhecimento ou agradecimentos. Seu bom-humor era marca registrada, estava sempre disposta a encarar o que viesse pela frente. A única batalha que ela não conseguiu vencer foi a que travou contra o câncer. Era uma lutadora, e não foi de se admirar que a família e o partido tenham recebido mais de 800 mensagens vindas de diversas partes do mundo.
Sempre pensei que a Nani tivesse a minha idade, mas ela já tinha passado dos 60. E hoje ficou muito claro pra mim que não importa a idade que você tem, mas sim o que você fez e o que está fazendo nesta vida. Isso sim é que faz a diferença.
2 comentários:
Concordo totalmente! O que importa é o que se faz do tempo...
Fico sempre pensando no que as pessoas terão a dizer de mim, e sempre chego à conclusão que basta dizerem que me amaram e foram amadas por mim. É o que importa.
É como diz o velho ditado: viva o dia de hoje como se fosse o último.
Se pensarmos bem... a vida é muito boa, com milhares de motivo para celebrar o fato de estarmos aqui. Não vale a pena se aborrecer, se estressar.... o mais importante é viver!
bjs!!
Postar um comentário