quinta-feira, 20 de março de 2008
A gororoba geral que é a culinária brasileira
Estou fazendo uma pesquisa sobre comida italiana pra faculdade. Entre uma leitura e outra, fui conversar com "seu" Angelo, da Cantina Capuano, que está há 101 anos na rua Conselheiro Carrão, no Bexiga. Freqüentava o lugar quando estava na faculdade, nos idos dos 70. "Seu" Angelo, o proprietário que assumiu em 1962 contou que a avó dele nasceu em 1858, casou aos 14 anos com o avô dele, ainda na Itália, e vieram para o Brasil. Se instalaram em Maceió. Até tentei falar sobre a comida italiana, mas não fui bem sucedida. Ele fez questão de repetir que na mesa da família não faltava feijoada toda semana. Bem, resultado dessa travessia dos avós pelos mares: depois de completar a conta do 13° filho, a nona voltou pra Itália. E os filhos que ficaram por aqui tinham que mandar latas de feijoada pra ela todos os meses.
Da época do descobrimento pra cá, o que aconteceu no Brasil foi a mistura entre o que existia dos costumes indígenas com aqueles trazidos pelos portugueses e logo à frente, com o que os escravos trouxeram da África. Na sequência, vimos a chegada em massa dos imigrantes italianos e japoneses, seguidos de alemães, espanhóis, libaneses, etc., cada qual trazendo seu modo de fazer suas comidas e misturando seus ingredientes com o que encontravam na nova terra. O que vemos nas mesas hoje é essa gororoba geral, com algumas misturas até então muito estranhas ao paladar brasileiro como pizza de banana, crostini de shitake, salada de radicchio com manga, o panetone recheado de sorvete e outras invenções.
Mas muitos imigrantes preservaram seus costumes e hoje são alvo de estudos de universidades de suas terras de origem. Fechados em colônias mantiveram seus dialetos, sua culinária, suas festas religiosas. Passaram essas tradições de pai pra filho, de mãe pra filha, e, assim, até hoje pode-se ver um jeito de fazer as coisas há muito tempo perdido na Itália ou no Japão, só pra ficar nesses dois exemplos.
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2 comentários:
Olá,
Passei pra te desejar uma Feliz Páscoa!
bjs, andrea
Andrea,
agora já é pós-coelhinho da Páscoa. Este ano até ganhei uma lata de chocolate. Até que não ia achar ruim receber o tal ovo, mas acharam que era infantil demais. Mal sabem os amigos que vi pouco ovo da Páscoa na infância!
bjs. e bom caminho de volta pra você e o Artur.
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