segunda-feira, 31 de março de 2008
Chega dói
E tem mais:
- “chega dói” - equivalente a chega a doer. Pode ser usado de outras formas: chega machuca; chega engasga; chega arranha etc.
- uai – a exemplo do mineiro, não tem sentido nenhum, não pretende contestar nada. é usado normalmente em respostas. Se alguém pergunta “Goiano, você vai à festa hoje?”, a resposta: “Uai, vou!”.
Tá boa? - equivale a 'Tudo bem?' usado para mulheres.
Bão mesmo? - é pra confirmar se o sujeito tá bão mesmo ou se está fingindo.
Pit Dog – definido como uma espécie de filho bastardo de uma lanchonete com uma barraquinha de cachorro-quente. Dizem que os sanduíches são bons.
Queijim - Rotatória.
Tem base? - entenda-se 'Pode uma coisa dessas?'
Anêim - Algo que parece ter vindo de 'Ah, não!', que virou 'Ah, nem!'
Arvrinha - Árvore pequena.
Arvrona - Árvore grande.
Madurar - Amadurecer.
Corguim - Lê-se córrr-guim. Diminutivo de corgo (que vem a ser um córrego).
Num dô conta - Pode ser traduzido como Não consigo, Não sei, não
quero, não gosto, etc.
De sal – é igual a salgado. pamonha de Sal, por exemplo
sexta-feira, 28 de março de 2008
Um dia de muitas fúrias
Enfim, não tem fim a lista de problemas que as pessoas enfrentam no dia-a-dia e que provocam uma sobrecarga que nem todo mundo tá preparado pra enfrentar. E é óbvio que não dá pra computar tudo na conta do trânsito, não é mesmo? É simplificar demais a coisa. E quem mora numa cidade pacata? Não tem direito a um ataque de fúria de vez em quando?
Lembram do Michael Douglas no seu dia de fúria? Teria sido o trânsito?
quarta-feira, 26 de março de 2008
Almodóvar, o mais novo blogueiro
Demorou, mas ele chegou na blogosfera. O diretor de Kika, Volver, A má educação, Fale com ela, Ata-me!, Matador e tantos outros, acaba de criar um blog onde pretende colocar fotos, histórias sobre seus filmes e roteiros. Pedro Almodóvar fala no primeiro post sobre o roteiro de “Los abrazos rotos”, terminado em outubro do ano passado e que agora já se encontra na sexta versão. Na foto ele aparece reescrevendo o roteiro frente ao Atlântico.
Num texto cheio de reminiscências, ele também discorre sobre suas impressões sobre cinema, atrizes e diretores, partindo da notícia sobre a morte de Débora Kerr, ocorrida na mesma semana em que terminou o roteiro. Tenesse Willimas, Richard Burton, Penélope Cruz, Blanca Portillo, José Luis Gómez Fellini, Berlanga, Chavela Vargas, Bibiana Fernández, Jeanne Moreau, Antonioni, Pina Baush, Misha Barisnikov e outros passeiam pelo texto.
Sobre o blog, ele diz que pretende continuar escrevendo, pelo menos até terminar as filmagens, e que ele servirá de distração e de recordação para o futuro, mas que isso vai servir também para aumentar seu estresse e sua angústia, porque nas suas palavras e parodiando sua mãe, não tem tempo nem mesmo para “limpiarme el culo”.
E sobre o próximo filme, ele disse que dos abraços eternos, como aqueles fotografados num determinado momento e eternizados, aqueles impossíveis de serem roubados.
segunda-feira, 24 de março de 2008
O que é preciso pra ser uma parisiense?
quinta-feira, 20 de março de 2008
A gororoba geral que é a culinária brasileira
Estou fazendo uma pesquisa sobre comida italiana pra faculdade. Entre uma leitura e outra, fui conversar com "seu" Angelo, da Cantina Capuano, que está há 101 anos na rua Conselheiro Carrão, no Bexiga. Freqüentava o lugar quando estava na faculdade, nos idos dos 70. "Seu" Angelo, o proprietário que assumiu em 1962 contou que a avó dele nasceu em 1858, casou aos 14 anos com o avô dele, ainda na Itália, e vieram para o Brasil. Se instalaram em Maceió. Até tentei falar sobre a comida italiana, mas não fui bem sucedida. Ele fez questão de repetir que na mesa da família não faltava feijoada toda semana. Bem, resultado dessa travessia dos avós pelos mares: depois de completar a conta do 13° filho, a nona voltou pra Itália. E os filhos que ficaram por aqui tinham que mandar latas de feijoada pra ela todos os meses.
Da época do descobrimento pra cá, o que aconteceu no Brasil foi a mistura entre o que existia dos costumes indígenas com aqueles trazidos pelos portugueses e logo à frente, com o que os escravos trouxeram da África. Na sequência, vimos a chegada em massa dos imigrantes italianos e japoneses, seguidos de alemães, espanhóis, libaneses, etc., cada qual trazendo seu modo de fazer suas comidas e misturando seus ingredientes com o que encontravam na nova terra. O que vemos nas mesas hoje é essa gororoba geral, com algumas misturas até então muito estranhas ao paladar brasileiro como pizza de banana, crostini de shitake, salada de radicchio com manga, o panetone recheado de sorvete e outras invenções.
Mas muitos imigrantes preservaram seus costumes e hoje são alvo de estudos de universidades de suas terras de origem. Fechados em colônias mantiveram seus dialetos, sua culinária, suas festas religiosas. Passaram essas tradições de pai pra filho, de mãe pra filha, e, assim, até hoje pode-se ver um jeito de fazer as coisas há muito tempo perdido na Itália ou no Japão, só pra ficar nesses dois exemplos.
quarta-feira, 19 de março de 2008
Mino Carta acaba com seu blog em solidariedade a Amorim
Este é o último post do Mino:
19/03/2008 12:54
“O último post
Meu blog no iG acaba com este post. Solidarizo-me com Paulo Henrique Amorim por razões que transcendem a nossa amizade de 41 anos. O abrupto rompimento do contrato que ligava o jornalista ao portal ecoa situações inaceitáveis que tanto Paulo Henrique quanto eu conhecemos de sobejo, de sorte a lhes entender os motivos em um piscar de olhos. Não me permitirei conjecturas em relação ao poder mais alto que se alevanta e exige o afastamento. O leque das possibilidades não é, porém, muito amplo. Basta averiguar quais foram os alvos das críticas negativas de Paulo Henrique neste tempo de Conversa Afiada.”
IG tira Paulo Henrique Amorim do ar
Amorim vinha diariamente atacando a imprensa tradicional que ele passou a chamar de PIG – o Partido da Imprensa Golpista, que segundo ele, desde que Lula assumiu a presidência tem dois objetivos: sua desestabilização e sua derrubada.
segunda-feira, 17 de março de 2008
Governar para os ricos é mais fácil
"Se eu quiser governar o Brasil para 35 milhões, eu não terei problemas, porque o Brasil tem espaço para 35 ou 40 milhões de brasileiros viverem em padrão de classe média alta européia. Se eu quiser governar só para esses, eu não preciso, realmente, fazer investimento do Estado. Agora, se eu quiser e o Brasil desejar incluir os milhões que estão deserdados, aí, realmente, nós vamos ter que gastar. Eu vou dar um exemplo. Seria importante vocês deixarem dois ou três jornalistas aqui, para andar um pouco no Brasil. Quando criei o programa chamado Luz para Todos, eu tinha uma informação do IBGE, de que no Brasil tinham 10 milhões de pessoas que não tinham energia elétrica. Criamos o programa Luz para Todos. Esse programa já utilizou 460 mil quilômetros de cabos - imaginem quantas vezes a gente poderia ter enrolado a Terra - já colocamos mais de 3 milhões e 600 mil postes, já colocamos mais de 500 mil transformadores e já gastamos mais de 8 bilhões de reais. Oitenta por cento financiado pelo governo federal e 20% pelos estados. Alguns estados não podem pagar e nós pagamos também.
Alguém, analisando apenas com uma visão estritamente econômica, poderia dizer: `mas isso não é possível, tem que cobrar´. Se cobrar, não tem energia, porque as pessoas não têm como pagar. Agora que nós já fizemos, e quase 8 milhões de pessoas já receberam, nós descobrimos que os dados do IBGE estavam errados. Apareceram mais 1 milhão e 564 mil pessoas sem luz, e vamos ter que levar, até 2010, para todo mundo. Custa para o Estado? Custa. Alguém que estivesse discutindo do ponto de vista econômico poderia dizer: `custa para o estado, é verdade presidente Lula, custa para o Estado´. E eu poderia perguntar: quanto custa para o Estado deixar essa pessoa vivendo no século XVIII quando nos poderíamos trazê-la para o século XIX com um cabo, um poste e um bico de luz? É preciso ter a sensação do que significa chegar a uma casa, encontrar uma família no escuro - uma lata de coca-cola com pavio, a lata cheia de querosene - e as crianças lendo em torno da lata, a fumaceira cobrindo a casa. Aí, você monta o Programa, chama a mulher e aperta uma tomada. Quando a luz acende dentro da casa dela, é como se você a tivesse transportado do século XVIII para o século XXI, e não há dinheiro que pague. Como custam R$ 4,5 bilhões, que estamos investindo para tentar trazer de volta para a cidadania 4 milhões e 100 mil jovens, de 15 a 24 anos. Ou nós colocamos esse dinheiro, dando uma ajuda para eles e formando-os profissionalmente, ou o narcotráfico e o crime organizado vão oferecer a eles o que o Estado não oferece. Essa guerra eu não quero perder. Eu quero ganhar.
sexta-feira, 14 de março de 2008
Vitória contra a impunidade
É uma vitória das mulheres na luta contra a impunidade. Maria da Penha virou ícone da campanha empreendida por organizações que lutam pelos direitos das mulheres que culminou na promulgação em 2006 da lei que leva seu nome e que prevê punição mais rigorosa aos agressores domésticos. Ela disse ontem que a indenização não cobre os gastos que teve com a recuperação de sua saúde, porém tem um significado muito importante na luta contra a impunidade.
quarta-feira, 12 de março de 2008
Sálvia vira substituta da maconha
Aviso aos culinaristas de plantão: no lugar de maconha, jovens estão consumindo a sálvia, usada como tempero de carnes, massas e pratos preparados com legumes. Acho que essa sua propriedade alucinógena nunca tinha sido explorada por ninguém por aqui.
Se a moda pega e se virar crime consumir sálvia, quem estiver carregando um macinho da erva precisa ter uma receita culinária na ponta da língua.
Existem diversos tipos de salvia. Resta saber se é mesmo a salvia officinallis que usamos na cozinha. No México, por exemplo, existe a salvia divinorum, conhecida como a erva dos xamãs por seu poder alucinógeno, e já era utilizada pelos índios que habitavam a região de Oaxaca bem antes da chegada dos espanhóis.
Numa aula de gastronomia o chef Mauricio Lopes fez um molho à base de manteiga e sálvia para comer com massa fresca de semolina. Maravilhoso. Sempre usei sálvia nas carnes, mas esse preparado simples me conquistou. É o molho mais simples que já fiz. Basta esquentar bastante manteiga numa frigideira e colocar as folhas de sálvia (bastante). Temperar com sal, e, se gostar, um pouco de pimenta branca. E pronto. É só juntar a massa. A sálvia fica crocante, e o prato, delicioso.
E a descarga, funciona?
Tá, tá certo que às vezes dá vontade de enfiar determinadas matérias que lemos na mídia brasileira na privada e dar a descarga, mas essa foto não foi feita no Brasil. Foi em Austin, no Texas, durante a campanha da Hillary. Vejam na foto da Newsweek onde os jornalistas que a acompanhavam foram acomodados. Foto de Justin Sullivan/Getty Images.
terça-feira, 11 de março de 2008
Pequenas gentilezas
segunda-feira, 10 de março de 2008
Respeito é bom e toda mulher gosta
Uma iniciativa interessante é a Campanha do Laço Branco 2008: Homens por uma cultura sem violência contra a mulher, que vai ser lançada amanhã às 20h00 na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional em Brasília.
Buscava informações sobre o assunto na internet, quando me deparei com o Portal Violência Contra a Mulher, do Instituto Patrícia Galvão. É um verdadeiro banco de dados sobre o tema. Fala sobre programas de prevenção, assistência e combate a esses crimes, publica um glossário, aponta os tipos de violência etc., e informa sobre campanhas, fornece dados e pesquisas, reportagens, artigos, legislação e normas, convenções e outros documentos internacionais, políticas públicas, ONGs que trabalham com o tema, guias de serviços, datas importantes, banco de fontes, contatos e especialistas e links. Vale uma visita.
E pra quem não conhece, taí a letra da música Maria da Penha, cantada pela Alcione e escrita por Paulinho Resende e Evandro Lima.
Maria da Penha
Comigo não, violão
Na cara que mamãe beijou
''Zé Ruela'' nenhum bota a mão
Se tentar me bater
Vai se arrepender
Eu tenho cabelo na venta
E o que venta lá, venta cá
Sou brasileira, guerreira
Não tô de bobeira
Não pague pra ver
Porque vai ficar quente a chapa...
Você não vai ter sossego na vida, seu moço
Se me der um tapa
Da dona ''Maria da Penha''
Você não escapa
O bicho pegou, não tem mais a banca
De dar cesta básica, amor
Vacilou, tá na tranca
Respeito, afinal, é bom e eu gosto
Saia do meu pé
Ou eu te mando a lei na lata, seu mané
Bater em mulher é onda de otário
Não gosta do artigo, meu bem
Sai logo do armário
Não vem que eu não sou
Mulher de ficar escutando esculacho
Aqui o buraco é mais embaixo
A nossa paixão já foi tarde
Cantou pra subir, Deus a tenha
Se der mais um passo
Eu te passo a ''Maria da Penha''
Você quer voltar pro meu mundo
Mas eu já troquei minha senha
Dá linha, malandro
Que eu te mando a ''Maria da Penha''
Não quer se dar mal, se contenha
Sou fogo onde você é lenha
Não manda o seu casco
Que eu te tasco a ''Maria da Penha''
Se quer um conselho, não venha
Com essa arrogância ferrenha
Vai dar com a cara
Bem na mão da ''Maria da Penha''
Cuidado! Tem mais pecado à vista
Se todos os que se dizem católicos deixassem de usar e comercializar drogas, de poluir o ambiente e respeitassem os seus desiguais, já estariam desbaratados os cartéis da droga no Brasil e nos países vizinhos; já estaria reduzida a produção e circulação de automóveis e o governo não precisaria lançar mão de programas como o Bolsa Família, o vale gás e muitos outros.
E pra lembrar da lista anterior, se todos os católicos respeitassem o preceito de não cometer os sete pecados capitais, não haveria tanto obeso, tanto pão-duro, tanta gente raivosa, tantos freqüentadores das Dalu da vida. E mais trágico pra nós, preguiçosos de plantão, estaria falida a indústria das redes.
sábado, 8 de março de 2008
Arembepe
sexta-feira, 7 de março de 2008
A propósito do 8 de março, Dia Internacional da Mulher
O amor, o desejo, a ternura e a cumplicidade podem existir entre pessoas com corpos imperfeitos. Ao contrário do que a mídia apregoa, quanto mais maduros homens e mulheres, mais profundas se tornam suas relações, mais independentes de estereótipos e mais prazerosas, de um prazer inabalável, se não fosse o bombardeio midiático de que a velhice é uma doença, e não uma plenitude.
Para onde nos leva o capital/dinheiro? São inaceitáveis as marcas (e os marcos) do tempo no corpo? É imoral envelhecer?
Comer santo é pecado
quarta-feira, 5 de março de 2008
Arquitetura paulistana
E por falar em lugares especiais de São Paulo, no começo da semana estive na Santa Casa de Misericórdia, no bairro de Santa Cecília. O prédio é lindo e merece uma visita. Que não seja numa emergência!
Na entrada, quaresmeiras dividem espaço com pés de jaca carregados. Os prédios lembram conventos espanhóis. Não sei de que época são. Preciso pesquisar.
Mas por enquanto aproveito pra mostrar algumas fotos que fiz no começo da semana.
No largo da caixa d'água
segunda-feira, 3 de março de 2008
O que importa de fato
E foi com Lula que ela viveu um dos momentos mais importantes de sua vida. Voltou à Argentina integrando a comitiva oficial do presidente eleito do Brasil. Importante para ela e para seus antigos companheiros de luta.
Durante as homenagens que lhe foram feitas, ouvi sobre a companheira de trabalho solidária, sobre o amor pelos 3 filhos e os netos, sobre a companheira amorosa, sobre como ajudava as pessoas sem que lhe pedissem e sem esperar reconhecimento ou agradecimentos. Seu bom-humor era marca registrada, estava sempre disposta a encarar o que viesse pela frente. A única batalha que ela não conseguiu vencer foi a que travou contra o câncer. Era uma lutadora, e não foi de se admirar que a família e o partido tenham recebido mais de 800 mensagens vindas de diversas partes do mundo.
Sempre pensei que a Nani tivesse a minha idade, mas ela já tinha passado dos 60. E hoje ficou muito claro pra mim que não importa a idade que você tem, mas sim o que você fez e o que está fazendo nesta vida. Isso sim é que faz a diferença.
Se a moda pega...
Andrea, leitora assídua, me mandou um link de uma notícia sobre uma mulher chamada Maria Olívia da Silva que completou 128 anos no mês passado. Ela mora no Paraná e durante toda a vida trabalhou na roça. Já pensou se a moda pega e a turma começa a viver além dos 100? Como fica nossa crise dos 40? E a dos 50? Eu mesma estava preparando o espírito pra comemorar e pra entrar na crise do “já vivi meio século”, mas agora não sei não! Tá certo que depois de toda cerveja, cachaça, lingüiça, torresmo, feijoada, noites em claro, fumaça de cigarro, poluição e estresse desses anos todos a máquina já não é nenhuma Brastemp! A assistência técnica trabalha a todo vapor; as revisões são anuais; algumas peças origjnais já foram trocadas ou consertadas. Agora apelo pra yoga e pras terapias alternativas pra recuperar uma parte do que foi perdido e pra diminuir o estrago! Bom, pelo menos tem uma coisa boa nisso tudo: na memória estão registradas milhares de coisas legais pra ficar lembrando lá na frente!