segunda-feira, 7 de julho de 2008
Na natureza selvagem
Depois de muito adiar, peguei na locadora e assisti ao filme do Sean Penn, Na natureza selvagem. Já tinha me deliciado com a música do filme, composta pelo Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam, e ouvido falar muito na história do jovem que larga tudo e vai para o Alasca em busca de si mesmo, da felicidade e de outras coisas que julgava não ter ali na sua cidade, na casa da família, na faculdade. Paisagens belíssimas servem de fundo pra essa história que deve se repetir diariamente em todas as partes do mundo.
Assistindo ao filme, me veio à memória a história do homem de mais de 70 anos que ao saber que seu irmão estava doente, subiu no seu cortador de grama - por falta de dinheiro pra comprar uma passagem de ônibus -, e cruzou os Estados Unidos para encontrá-lo. Ao longo do percurso, as pessoas e situações com as quais ele se depara nesse caminho resultaram em histórias fantásticas, de curiosidade, de solidariedade e amizade. E, é claro, o medo de não chegar a tempo para fazer as pazes com o irmão, com quem havia brigado e estava separado há mais de 10 anos. A história e a forma simples que o diretor David Lynch encontrou para contá-la ficou marcada na mente de milhões de pessoas que assistiram ao filme.
Em Na natureza selvagem a história também é recheada de encontros e desencontros, e principalmente de gente à procura da própria felicidade. Ao final, fiquei me perguntando se é mesmo preciso largar tudo pra encontrar a felicidade. Eu mesma, no auge da "infelicidade", quando as coisas todas estavam dando errado, fui buscar meu caminho longe de São Paulo, longe da família e dos amigos. Se tivesse ficado, talvez tivesse chegado ao ponto que cheguei hoje, mas teria levado muito mais tempo. Acho que ver a situação do lado de fora foi a melhor coisa que me aconteceu. No fim, chegamos à conclusão que algumas coisas são imutáveis e que é preciso aceitá-las como elas são, mesmo que não concordemos com elas.
Abaixo, a letra da música Pedindo carona, composta pelo Eddie Vedder, enviada por uma amiga querida:
Eu não estive em casa desde que você foi embora tempos atrás
Eu estou pedindo carona de volta ao paraíso
Contando os passos, caminhando para trás na estrada
Eu estou contando meu caminho de volta ao paraíso
Eu não posso ser livre com o que está preso dentro de mim
Se existe uma chave, você levou em sua mão
Não existe errado e certo, mas tenho certeza de que existe bom e mau
As perguntas persistem por aí
Não importa quão frio seja o inverno, há uma primavera adiante
Eu estou pedindo carona de volta ao paraíso
Eu queria poder segurar você
Eu queria ter pensado sobre o paraíso
Eu soltei uma corda, pensando que ela me segurava
E a tempo eu percebi, ela agora está enrolada no meu pescoço
Eu não consigo ver o que está adiante, nesta passagem solitária
Abaixo a cabeça e conto meus passos, como outro carro vai adiante
Nós ignoramos pelas nossas vidas todos os sinais corroídos
Em vez deles escolhemos os que brilham
Eu mudei minha direção, agora não há volta
Não importa quão frio seja o inverno, há uma primavera adiante
Eu sorrio, mas quem estou enganando?
Eu estou percorrendo as milhas, a primeira vez em um tempo eu pego uma carona
Eu estou pedindo carona de volta ao paraíso
pedindo carona de volta ao paraíso
Eu estou pedindo carona de volta ao paraíso
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2 comentários:
Linda essa música, não? Fico muito feliz pelo querida..rs
Cada vez eu acredito que não precisamos ir tão longe para sermos felizes. E se for o caso, o tão longe vem até a gente.
Bjs, saudades
vi o filme do David Linch, mas o "Na natureza selvagem" continua uma pendência, apesar da vontade de ver qdo passou no cinema. Adorei o link com sua vivência no Nordeste. A história da moto me trouxe a lembrança aquela casa onde o Elizio, seu "irmão" japa, tocou fogo no pé de pau...
o blogo tá muito gostosim!
bjs
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