E já que falei no post anterior em jornalistas que tinham orgulho de fazer jornalismo, vale o registro da condenação do grupo Folha no caso da Escola Base. Esse foi um dos maiores exemplos do péssimo jornalismo praticado por aqui nos últimos tempos. Alguns jornais/jornalistas acham que falam em nome da sociedade e pra isso se alçam à condição de juízes, julgando e condenando antes mesmo que a Justiça comece a analisar o processo. Por títulos de matérias como “Perua escolar carregava as crianças para a orgia”, jornais como os do grupo Folha já entregaram o assunto dado como certo e induziram os leitores a também condenar os acusados. Todos os grandes veículos que foram acionados pela família acusada injustamente foram condenados ao pagamento de indenização pelos prejuízos morais que causaram. É o caso da Folha, do Estadão, da Globo, da IstoÉ.
O que não se quantifica é o número de jornais que reproduziram essas notícias Brasil afora utilizando-se dos serviços das agências de notícias que cada um desses grupos mantém. Inúmeros jornais locais saem reproduzindo o que lhes chega às mãos, sem verificar a veracidade das informações.
Essa situação vivemos aqui mesmo em São Paulo quando recentemente noticiou-se a queda de um avião num bairro residencial e que teria causado um grande incêndio. É a maior prova do jornalismo preguiçoso que se instalou no Brasil. Bastou a Globonews dar essa informação para os demais veículos de comunicação passassem a reproduzí-la. Tudo não passava de um incêndio causado por um curto-circuito no interior de uma loja de colchões.
Ninguém mais vai apurar matéria antes de publicar? O que aconteceu com aquelas perguntinhas básicas - quem? o que? quando? onde? como? por quê? - que deveríamos responder antes de colocar uma matéria no ar ou publicá-la?
Se a moda pega, a situação dos meios de comunicação vai ficar bem difícil, afinal, hoje já não contam com a mesma credibilidade que um dia tiveram. Foi-se o tempo em que passávamos o domingo lendo o jornal; as matérias eram bem apuradas, tinham densidade. Hoje, aos domingos, basta dar uma folheada no jornal e sair atrás de outra coisa pra fazer.
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