terça-feira, 29 de abril de 2008

De São Paulo para o mundo

Voltei de Brasília cantarolando os Caminhos do coração, música do Gonzaguinha. Toda vez que volto à capital federal (morei dois anos por lá) meu coração fica quentinho. Coisa dos amigos que vivem em Brasília e que me recebem sempre com os braços abertos. Ficam superfelizes com a minha chegada e ficam tentando adiar a partida. Mas Brasília é isso: só encaro de passagem.


Caminhos do Coração

Há muito tempo que eu saí de casa

Há muito tempo que eu caí na estrada

Há muito tempo que eu estou na vida

Foi assim que eu quis, e assim eu sou feliz

Principalmente por poder voltar

A todos os lugares onde já cheguei

Pois lá deixei um prato de comida

Um abraço amigo, um canto prá dormir e sonhar

E aprendi que se depende sempre

De tanta, muita, diferente gente

Toda pessoa sempre é as marcas

Das lições diárias de outras tantas pessoas

E é tão bonito quando a gente entende

Que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá

E é tão bonito quando a gente sente

Que nunca está sozinho por mais que pense estar

É tão bonito quando a gente pisa firme

Nessas linhas que estão nas palmas de nossas mãos

É tão bonito quando a gente vai à vida

Nos caminhos onde bate, bem mais forte o coração

E aprendi ...

Final:

o coração, o coração

sexta-feira, 25 de abril de 2008

E tem gente que não gosta de boteco!



Eu gosto muito dos botecos. Basta olhar essa foto pra saber por quê


É no boteco
que o pai vai encontrar a filha
pra um último choppinho
a filha por seu lado
vai pro boteco
encontrar o namorado
e este encontra o sogro
que “aguenta” o genro
porque o nome dele é Caetano!

Ufa! brincadeirinha minha, mas viram como o boteco tem função social!?

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Surpresas no mercado-boteco

Fui ao Mercado Municipal de Brasília – o boteco e mercado – e tive a gratíssima surpresa de encontrar dois amigos que não via há anos: o Ripper e o Tiago Santana. Ambos fotojornalistas. Dos melhores do país, diga-se de passagem. O primeiro, do Rio, velho conhecido das causas sociais. A praia do Ripper são os índios, os sem-terra, os sem-teto, os moradores das favelas etc. O segundo, do Ceará, pode ser visto seguindo romeiros pelo interior do Nordeste, ou então, refazendo os passos de Graciliano Ramos.

Bem, Jorge me explica que não vou conseguir o pequi inteiro. É época de novembro a fevereiro. Que pena. Mas a visita ao mercado valeu a pena. A decoração lembra aqueles antigos armazéns, com mantimentos, panelas, bebidas etc. vejam as fotos.

E o bar? Tudo de bom. Lembra os bares cariocas, com ladrilho hidráulico no chão, mesas e cadeiras de madeira, bandejas de empadinhas e bolinhos de bacalhau passando pelas mesas e, é claro, um chopp bem tirado. Pra que mais?

E assim como no mercado de São Paulo, tem também aqueles que caem de boca no sanduiche de mortadela. Vejam só!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Brasília depois das chuvas

Cheguei hoje em Brasília e vi a cidade exuberante, tudo muito verde e flores amarelas, roxas, vermelhas, laranja. Havia chovido nos dias anteriores e durante a noite de ontem também. A cidade parece indiferente a tantas tensões criadas na Câmara, no Senado, nos ministérios, no Palácio do Planalto. Vou ficar na casa de uma amiga que se chama Zinia. E na entrada da quadra dela tem um canteiro de zinias plantado pelo GDF(Governo do Distrito Federal). É mole?

Hoje quero conhecer o Mercado Municipal de Brasília. Uma mistura de bar e mercado. Idéia do Giba e do Jorge, dois botequeiros que resolveram viver disso, ou seja, além de frequentar botecos, abriram seus próprios negócios. O Giba tem, com diferentes sócios em São Paulo, o Canto Madalena (na Vila Madalena) e o Brasileirinho (no mezanino do Mercado Municipal). E o Jorge, mineiro que começou a vida notívaga/empresarial com o Feitiço Mineiro, hoje responde pelos bares da moda: o Armazém do Ferreira, o Bar Brasília e o Monumental.

Também vou aproveitar pra procurar pequi inteiro pra levar na aula de culinária do Centro-Oeste. Tenho pequi em casa em pasta, em lâminas e congelado, mas a fruta inteira não. Nem sei se é época. Vou olhar no mercado.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Troller roubado


O Ricardo Soares tá super chateado porque no sábado levaram seu Troller verde escuro. Ele, que está morando no Rio, estava em São Paulo de passagem. Parou pra umas comprinhas no Pão de Açúcar da Praça Panamericana e voltou 15 minutos depois pra descobrir que o carro tinha sumido.

Se alguém ver este carro por aí, avise: Troller, ano 2003, chapa BEZ 2255, de São Paulo. A foto foi tirada no ano passado, na Transpantaneira.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

O amigo do Kotscho que dribla a dita cuja

Tá dificil postar alguma coisa, mas preciso superar esse momento triste, não é mesmo? Bem, o tema ainda é a morte ou o medo dela, ou ainda, a forma de driblá-la. O amigo Kotscho voltou a escrever no IG e postou uma história muito legal.

Ele conta que foi convidado pelo fotógrafo Paulo Leite - Paul Milk para os mais íntimos - pra uma cerveja no salão de festas onde o dito mora. A tal cerveja era na mesma hora do jogo do "querido" São Paulo do Kotscho (ninguém é perfeito!) com o Palmeiras. Mas ele pensou bem e foi lá na cerveja. Descobriu ali que se tratava de um bota-fora pré-operatório que o amigo estava promovendo com direito a cerveja, salgadinhos e televisão ligada no tão esperado jogo (aquele que teve a ajuda da mãozinha santa do Adriano). O Paul Milk havia descoberto recentemente que estava com câncer e uma cirurgia estava marcada para dali a cinco dias. Então, decidiu reunir os amigos do jornalismo e da padaria pra cervejinha e para sortear algumas de suas fotos. Acho que ele quis avisar alguém lá em cima de que ainda não havia chegado a sua hora. Isso é o que eu chamo de um bom drible!

E por falar em coisas inesperadas, recentemente tive uma gostosa surpresa ao chegar na casa de uma amiga que fazia aniversário e ser presenteada com um livro de culinária. Ela havia lido e gostado muito. Achou que tinha a minha cara. O mesmo aconteceu com outra amiga que chegou logo em seguida. Foi presenteada com outro livro. Que tinha a cara dela, claro! Um bom jeito de fazer a energia fluir. São essas coisas simples e inesperadas que alegram o espírito da gente.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Só uma orquídea

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Andei sumida, mas muitos já sabem o que anda rolando. Minha mãe faleceu no domingo, depois de uma temporada barra-pesada no hospital. Por alguns momentos achei que tinha perdido minha base na terra. É engraçado como a gente não pensa em coisas como a morte e a possível ausência de alguém, e mesmo quando pensa, parece uma coisa longinqüa. Dizem que não se deve sofrer por antecipação, mas mesmo sabendo que de uma hora pra outra vai rolar uma partida, quando ela acontece a tristeza é muito grande. Nessas horas a gente ouve muito “ela descansou”. E acho que dessa vez ela foi descansar mesmo. Depois de criar 10 filhos, de ajudar a criar os netos, de cuidar do velho até a morte dele, tava na hora de ter o merecido descanso.


Ao contrário de faraós e reis de outros tempos que eram enterrados com suas riquezas materiais, ela foi só com uma orquídea. Simples assim. Pra ela, uma bela orquídea equivalia a um verdadeiro tesouro. Esse é um dos valores mais importantes que ela deixou pra nós.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

A justiça é cega? Galeano responde.

Uma historieta que compõe o próximo livro do Eduardo Galeano Espelhos: Uma história quase universal, fala sobre as soldaderas mexicanas (da Agência Carta Maior)

"As invisíveis

Mandava a tradição que os umbigos das recém nascidas fossem enterrados debaixo da cinza do fogão, para que cedo aprendessem qual é o lugar da mulher, e que daí não se sai.
Quando estourou a revolução mexicana, muitas saíram, mas levando o fogão nas costas. Por bem ou por mal, por seqüestro ou por vontade, seguiram os homens de batalha em batalha. Levavam o bebê grudado na teta e nas costas as panelas e as caçarolas. E as munições: elas encarregavam-se de que não faltassem tortillas nas bocas nem balas nos fuzis. E quando o homem caía, empunhavam a arma.
Nos trens, os homens e os cavalos ocupavam os vagões. Elas viajavam nos tetos, rogando a Deus que não chovesse.

Sem elas, soldaderas, cucarachas, adelitas, vivanderas, galletas, juanas, pelonas, guachas, essa revolução não teria existido.

Nenhuma recebeu pensão."
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Foto: detalhe da capa do livro Las Soldaderas: Mulheres na revolução mexicana, de Elena Poniatowska.

Pra quem gosta de azulejos

Já está aberta a exposição da Coleção do Museu Nacional do Azulejo de Lisboa na galeria do Sesi na Av. Paulista (prédio da Fiesp). Vi os azulejos no próprio museu numa passagem relâmpago de 3 dias por Lisboa e posso garantir: é de encher os olhos de tão lindos.

O que veio para o Brasil pelo que li na apresentação da exposição, são 141 relíquias que contam a história da arte do azulejo do século XVI aos dias atuais. A exposição engloba as grandes encomendas de Sevilha, Holanda e Antuérpia, e as demais produções portuguesas do rococó ao neoclássico, os azulejos de fachada e muito mais.

A exposição fica na galeria do Sesi até 20 de julho.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Olhe para os lados. Ainda dá tempo.


Ainda dá tempo de quê? Oras, de ver as paineiras se cobrindo de flores.
Muita gente faz o mesmo caminho todos os dias, anos seguidos e não vê as diversas mudanças que acontecem nas árvores plantadas nas ruas. Passo por uma praça todos os dias, na ida e na volta do trabalho e quando volto. Um dia a árvore estava peladinha, nem uma folhinha pra cobrir as partes, digo, os galhos. Outro dia passei e vi um monte de folhas começando a tingir a árvore de verde. Logo depois, ela estava totalmente coberta. Agora, o verde das folhas cede lugar ao rosa das flores. Vejam que linda está ficando. Mais alguns dias e ela vai estar coberta de flores.

Quando estiver na rua, dê uma olhadinha. Quem sabe uma paineira florida atravessa seu caminho.

Merenda escolar da boa. E não é na Inglaterra do Jamie Oliver!


Olha só que coisa boa eu li no blog do Marcelo Katsuki, um amante da culinária como eu. Em Guarulhos, a prefeitura editou e está distribuindo (para a rede pública) o livro Receitas da Alimentação Escolar escrito pelas merendeiras (cozinheiras) das escolas públicas da cidade. Nas receitas são usados ingredientes que as escolas recebem para fazer a merenda da garotada e a intenção é que o livro sirva de inspiração para outras merendeiras melhorarem a qualidade da comida. Dei uma olhada nas receitas e elas em nada lembram a merenda do meu tempo, quando os alunos levavam alguma coisa da despensa de casa e a gororoba resultava numa sopa engrossada com fubá e que tomávamos em canecas. As receitas do livro passam por quibe assado, bolo salgado, tortas, diversos tipos de pratos com arroz e macarrão, pudins, bolos, sucos etc. De uma coisa tenho certeza: os alunos agradecem.

O livro também pode ser baixado do site da Prefeitura. O caminho das pedras é esse: http://www.guarulhos.sp.gov.br /Prefeitura/Educação/Principais Publicações/Livro de Receitas da Alimentação Escolar - 2ª edição.
Aviso aos navegantes: o download demora, e demora, e demora. Por isso, deixe baixando e vá fazer outra coisa.

Essa é uma boa iniciativa que prefeitos e secretários de educação deveriam imitar Brasil afora. Tenho certeza de que o Elói, prefeito, e a Lindabel, secretária de Educação de Guarulhos iam dar a maior força.

Quem é quem na alta gastronomia

Passeando pela internet, visitei um site muito interessante. É da ABAGA - Associação Brasileira da Alta Gastronomia e traz história dos chefs, informações sobre escolas e cursos, sobre vinho, curiosidades gastronômicas, receitas, biblioteca, guia de fornecedores e um interessante dicionário gastronômico. Na área reservada aos chefs, além da história de cada um, seu trabalho atual e contato, um bom número de fotos mostra suas produções. Ali você vai saber que o chef Sauro Scarabotta nasceu em Gubbio, na região italiana da Umbria,que passou pelo Leopolldo e pelo Bar des Arts antes de abrir o Friccó. É um site de serviços. Vale a pena visitar.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Ozzi contra a dengue

Sei que é sacanagem brincar com a desgraça alheia, mas essa não aguentei. O Zé Simão diz hoje na sua coluna que no Ozzi quando aquele mundaréu de gente começar a bater palma, ele vai pensar que tá abafando, mas não. É o povão matando o mosquito da dengue.

Mas agora falando sério. Essa da dengue tá demais. O que eu não aguento é aquela cara de pau do Cesar Maia dando uma de "nem é comigo". Vi uma entrevista dele dizendo que em determinados bairros não se caracterizava uma epidemia. Oras, os mosquitos devem saber onde começa e termina um bairro do Rio. Imagino que na Barra não deve ser epidemia. Tenha dó! A coisa chegou ao estágio em que chegou porque o irresponsável deixou a coisa rolar. Na lida com a coisa pública, corrupção é coisa séria, mas negligência com o ser humano é muito, muito pior. Nessa hora dá vontade de chacoalhar o povo pra exigir o impeachment dele.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Pizza e dignidade

O Fábio de Lima, um jornalista que escreve no site Comunique-se, mandou essa: numa noite dessas, foi ao Shopping Santa Cruz comprar um presente pra sua mamãezinha querida. Tarefa cumprida e esfomeado, entrou num restaurante italiano e pediu o rodízio de pizza. O garçom que o atendeu ostentava - sempre segundo ele - um sorrizinho sádico do tipo "vamos ver quem vence essa parada!". Bem, depois de uns 20 pedaços de pizza ele diz ter se rendido ao garçom. Ele, "o maior comedor de pizza da Zona Sul de São Paulo! Quanto atrevimento daquele garçom!" As artimanhas de parte a parte na disputa são hilárias. Cada um usando de suas habilidades pra derrotar o outro. Quando o garçom achava que o cliente já tinha comido pizza além da conta, este o surpreendia pedindo outros sabores. Quando o cliente achava que o garçom já estava cansado e pronto pra se render, este o surpreendia com aquele sorrizinho sarcástico do tipo "manda mais".

No final, derrotado e humilhado pelo garçom, ainda faltava encontrar forças pra se levantar e sair dignamente do restaurante. Seu único consolo era a perspectiva de passar na casa da mãe pra entregar o presente. E ganhar um colinho básico, é claro!