quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Meu nome é cupuaçu!


Como alguns leitores sabem, estou às voltas com o TCC sobre o cupuaçu. Uma amiga encontrou a fruta num mercado aqui de São Paulo e me trouxe. Por alguns dias ele ficou “empestiando” minha sala no trabalho. Os meninos que dividem a sala comigo foram educados e não reclamaram, mas devem ter suspirado de alívio quando levei a fruta pra casa.


Hoje resolvi abrir o cupuaçu. Dei umas três pancadas com as costas de um cutelo e ele se abriu. É lindo. A polpa se solta inteira, como se estivesse dentro de uma capsula. Depois, é a maior mão-de-obra pra tirar a polpa. Caroço por caroço, é preciso cortar a polpa com uma tesoura bem afiada. No restinho que fica pregado no caroço, a gente faz um pouco de massagem e deixa na água por algumas horas. Taí o vinho de cupuaçu, que vem a ser um suco mais ralo.

3 comentários:

Anônimo disse...

É muito prazeroso dar trato ao cupuaçu!
Olhar, sentir o cheiro que exala e tocar daquela baita fruta aveludada...
Depois de aberta o deslumbre com aquela polpa que parece um cérebro e aquele cheiro que toma conta de todo espaço...
E descarnar então aquela massa gostosa de pegar?
Sempre adorei tratar o cupuaçu.
Fiquei anos, acho que duas décadas,
sem ver uma fruta sequer. O cupuaçu saia da Amazônia, via aérea e de navio, só em forma de polpa; tinha um controle rígido para as semente não evadirem da região circinscrita da Amazônia. Creio que os amazonenses tem sim suas razões: as mudas das seringueiras que sairam de navio determinaram a bancarrota do ciclo da borracha: outros paises da Indonésia passaram a produzir o latex das mudas "roubadas" da nossa floresta.
Mas voltando ao cupuaçu...até o nome já foi registrado como marca, se não me engano, por uma empresa japonesa.
Bem, voltando à fruta propriamente dita.
Já faz alguns anos que esporadicamente a encontro por São Paulo (em Tangará da Serra também encontrei algumas poucas vezes na feira do produtor). Claro que sempre que vejo,compro.
E sempre que posso apresento a fruta e o modo de trata-la para pessoas mais próximas: minhas sobrinhas amaram!!!
Ah, uma dica: quando for macerrar as sementes com as mãos faça isso com um pouco de açuçar cristal (você vai ter que adoçar o vinho, não vai?).
Beijocas

Reiko Miura disse...

Oi Aurora, é mesmo uma delícia tratar o cupuaçu. O perfume é demais. Acho que o cupuaçu é como Brasília: ou você gosta ou você não gosta. Não tem meio termo.
Em São Paulo, o supermercado Mambo tem o fruto de vez em quando.

Quanto à saída das sementes saírem da Amazônia, isso já está acontecendo. Já existe plantação de cupuaçu na Bahia. Talvez porque o Pará não eseja dando conta da demanda.

Anônimo disse...

É exatamente no Mambo que tenho encontrado frequentemente.
Sabe, fazer o creme de cupuaçu com a polpa que a gente mesmo obtem não é pra qualquer liquidificador não!
O meu é tão velhinho, daqueles antigos, bem robustos, que tô torcendo pra ele se despedir definitivamente. Quando vou fazer bater a polpa com os ingredientes, o cheiro de queimado do motor vai aumentando e eu penso: é agora que ele vai se despedir. Qui nada, vai em frente apé o fim. E é como se me desafiasse: tô pronto pra muitos outros cremes de cupuaçu.
Beijocas.