sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Fazendo a lição de casa


Essa pintura linda é do Diego Rivera. Em janeiro pretendo passar uns 20 dias no México. Bom, a lição de casa começou com a leitura de um pouco da história do país, com a procura de prospectos de turismo e com a busca de livros e revistas sobre gastronomia mexicana. Fiz contato com um bad & breakfast da cidade de Oaxaca, a Casa dos Sabores, e troquei diversos e-mails com uma de suas donas. Ali se misturam café, restaurante, pousada e escola de gastronomia. Já fiz a reserva pra algumas aulas de culinária mexicana. Mas a minha vontade mesmo é conhecer os mercados, as feiras, os ingredientes da cozinha mexicana. Tô curtindo mesmo os preparativos. Domingo comprei até uma caixa de tacos e um saquinho de tempero para o recheio de carne (feito nos estaites, mas tudo bem, gostei). E quem quiser curtir essa minha fase, tá rolando uma exposição de fotos dos monumentos históricos do México tombados pelo patrimônio histórico. É no Conjunto Nacional e é promovida pela representação turística do México em São Paulo. Boa pedida.

Tem pato no tucupi domingo

E por falar em comidas típicas e iguarias brasileiras, o Canto Madalena promove todos os domingos uma verdadeira orgia gastronômica. Na semana passada "caí de boca" na comida mineira. E a Tita manda avisar que no pŕoximo, dia 2/12, é dia de Sabores do Pará. Vai ter pato no tucupi, tacacá, peito de frango com molho de acaí, rabada no tucupi, arroz com castanha do Pará, vatapá e caruru paraenses, bolinho de Piracuí, pudim de cará, bolo de castanha do Pará. Deu água na boca? Então chame os amigos, paraenses ou não, pra degustar essas delícias. Segundo a Tita, os costumes indígenas estão muito presentes na cozinha paraense e alguns sabores são um tanto quanto exóticos para os paladares dos paulistanos. É uma boa oportunidade pra conhecer tanta coisa diferente (é selfservice, R$ 19,00 por cabeça). Eu gosto mesmo é do jambu, que dá aquela dormência na boca. Até parece que a gente acabou de sair do dentista. Ele é um dos ingredientes insubstituíveis do pato no tucupi.

O Canto Madalena fica na rua do sacolão da vila Madalena (R. Medeiros de Albuquerque, 471). Fone: 3813-6814.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Carne de tartaruga

Há poucos dias postei uma nota sobre o site Brasil Sabor, da Abrasel e do Ministério do Turismo. Tudo muito lindo, informações interessantes para vender a gastronomia brasileira para brasileiros e estrangeiros. Quando entrei na área de Iguarias, vi que uma delas era a carne de tartaruga. Escrevi para o "Fale conosco" do site, e expliquei que o texto dava a impressão de que a carne de tartaruga é uma iguaria que frequenta as mesas brasileiras (sei que é fato em algumas delas). Disse na mensagem que o texto deveria ser reelaborado, ou a referência retirada do site. Todos sabemos do trabalho diário incansável de centenas de biólogos, oceanógrafos e muita gente para preservar nossas tartarugas. Infelizmente hoje entrei no site novamente e a iguaria continua lá, no mesmo lugar, sendo "vendida" para brasileiros e estrangeiros.

Jogue fora suas tralhas

Essa peguei emprestada do amigo blogueiro e cozinheiro Redneck, do Por uma second life menos ordinária

"Em conversa longa e proveitosa com uma pessoa querida, chegamos à conclusão que temos que nos desfazer das tranqueiras. Jogar fora, doar, limpar, arejar mente e ambiente. Então, aproveita o dia que começa útil - ou não - e jogue fora os fantasmas, os medos, as inseguranças, os fracassos. Limpe sua casa. Limpe-se. Acredito que quando você faz grandes sessões de limpeza, você promove uma arrumação de si mesmo. Meio que metodicamente, tendo a fazer faxinas no final de cada ano. É um meio de se liberar das tralhas (materiais ou não) que acumulamos o ano todo. Não precisa de muita desculpa, não! Joga fora. Dê descarga. Tudo, mas tudo mesmo, pode ir esgoto abaixo. Bom dia para você também (não é mau humor, é vontade de renovar mesmo!)."

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Percival de Souza fala sobre jornalismo investigativo

O jornalista, escritor e criminólogo Percival de Souza é o convidado da segunda etapa do I Ciclo de Palestras - Jornalistas: os rumos da profissão, promovido pelo Sindicato dos Jornalistas. Ele fala sobre o universo peculiar do jornalismo investigativo, a cobertura na área criminal, e traça um panorama atualizado da modalidade jornalística, do jornalismo literário e do livro-reportagem.

É no sábado, dia 1°/12, das 9h às 12h, no Sindicato. O Ciclo é gratuito e é aberto a jornalistas e estudantes de comunicação. Mais informações e a ficha de inscrição on line estão em www.sjsp.org.br

Mário Prata diz que livro do Kotscho é de “alta ajuda”

Tem gente achando que o novo livro do Kotscho, o Ricardo, é de auto-ajuda. À primeira vista é o que parece mesmo. Afinal, a coisa toda tá sendo vendida assim pela Ediouro: Uma vida nova e feliz... sem poder, sem cargo, sem carteira assinada, sem crachá, sem secretária e sem sair do Brasil. Mas quem conhece o Ricardo sabe muito bem que a coisa não é bem assim; é quase assim. Nos últimos tempos ele descobriu que é possível usufruir das coisas boas da vida e ainda assim continuar jornalista, pai, marido, são-paulino, paulistano, brasileiro. Do próprio Ricardo: “A liberdade na escolha de onde queremos ir e dos assuntos sobre os quais escrevemos, constatei, depende da liberdade de conduzir a nossa vida, dos lugares aonde pisamos, das pessoas com quem convivemos, do tempo livre de que dispomos. Livre da pauta e dos horários dos outros, pude criar minha própria rotina.”

O lançamento em São Paulo é no sábado, dia 1º de dezembro, às 11 h, Livraria da Vila da Al. Lorena (Lorena 1731).

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

São Paulo é dos negros, dos brancos, dos amarelos...



E por falar em Brasil, quer coisa mais brasileira que a capoeira? Ontem, dia da Consciência Negra São Paulo ferveu com tantas atividades. Teve apresentações de capoeira, shows, o ato e a marcha da Paulista, e muito mais. Essa efervescência cultural é uma das coisas que mais prende as pessoas a São Paulo. Muita gente reclama do trânsito, do excesso de gente, da poluição, da falta de tempo. E no entanto, ninguém arreda o pé da cidade. Tem gente que no final do ano faz aquelas listas de boas intenções e incluem mudar de cidade, ir morar e abrir um quiosque na praia, entre outras. Essas boas intenções costumam durar até o meio do mês de janeiro; em alguns casos, até depois do Carnaval. E a vida continua. Na mesma cidade, é óbvio.

Essa vida cultural de São Paulo eu comparo à vida das pessoal que moram perto do mar. Às vezes ficam até dois meses sem pisar na areia ou andar no calçadão, mas sabem que o mar está ali; a qualquer hora, a qualquer dia. Em São Paulo é assim: você pode não ir ao teatro ou ao cinema há meses, mas sabe que eles estão ali, bem pertinho. Bobagem? Não sei. Só que sei que eu adoro São Paulo.

Pra saborear o Brasil


Um lindo site entrou no ar pra tratar de um assunto que eu adoro, que é a gastronomia. O Brasil sabor é da Abrasel e do Ministério do Turismo e divulga (em português, inglês e espanhol) a riqueza gastronômica do país, seja pelas suas iguarias, pelos roteiros gastronômicos ou por curiosidades sobre frutas, peixes e tantas coisas boas que temos no Brasil. Vale uma visita porque está muito bonito e bem ilustrado com fotos lindas.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

O que nunca deixa de me surpreender?


É a criatividade dos artesãos nordestinos.


A árvore das patacas

Já que a Balada Literária não deu em nada, partimos para o Ibirapuera. Ao sair do Museu Afro Brasil, nos deparamos com uma árvore que tinha frutos lindos e diferentes. O que seria? Nem imaginávamos. A resposta veio de Silvestre Silva, autor do livro Maravilhas do Brasil - Frutas (Ed.Escrituras): trata-se da Dilenia, que dá uma flor branca e está presente em árvores centenárias na praça principal de Paraty. "Dillenia indica Nativa da India/Java e Filipinas. Seus nomes populares: árvore-do-dinheiro e árvore das patacas." E por que patacas? Segundo Silvestre, os portugueses que aqui chegaram costumavam colocar moedas/patacas dentro das camadas que vão formando a fruta. "É quase uma película, são dezenas e dezenas de camadas para depois colher e fazer maldades". E essa e outras peças continuam sendo pregadas até hoje.

Balada literária. Quase.

Fomos almoçar no Canto Madalena pra seguir para a Livraria da Vila ver e ouvir o debate entre os professores Antonio Candido e Boris Schnaiderman, que fazia parte da Balada Literária. Bem, ficamos rodando em torno dos quarteirões vizinhos à livraria a procura de vaga pra estacionar. Cumprida esta primeira missão, seguimos para a livraria. Bem, conhecem aquela expressão "gente saindo pelo ladrão"? Pois é, era assim mesmo que estava a coisa. Já que estávamos ali mesmo, tomamos um cafezinho e fomos embora. Da próxima vez, balada com nomes conhecidos como os dois citados, vai ter que acontecer em lugar maior.

Cadê as atualizações?

Em casa as coisas estão todas pela metade. Liguei o computador pra atualizar o blog. Cadê que tinha conexão? Não tinha. Me enfiei debaixo da bancada, fucei tudo, mexi nos fios, e nada! Parti pro notebook. Liguei. Cadê a tela? Escurinha que nem noite sem lua. Enfim, o que tem em um, não tem no outro. Resumindo, não consegui fazer nada! Sabe aqueles dias? Pois é...

terça-feira, 13 de novembro de 2007

A arquitetura indígena e o meio ambiente


Mimoso é um distrito de Santo Antonio de Leverger, distante 90 km de Cuiabá, e é a porta de entrada do Pantanal. Ali nasceu e viveu parte de sua vida o sertanista Cândido Rondon. E é ali que está sendo construído o Memorial Rondon, em forma de uma grande oca/aldeia, bem na direção de sua casa. Quando a cheia cobrir o Pantanal, as estruturas desparecem e ficará exposta apenas a área superior do Memorial. O projeto é dos arquitetos José Afonso Botura Portocarrero e de Paulo Cesar Monteiro, e o projeto está exposto - inclusive com maquetes feitas de buriti - na Bienal de Arquitetura (SP/Parque do Ibirapuera/até 16 de dezembro).

Os 2.000 metros quadrados de área construída vão abrigar exposições, biblioteca, auditório, salas de reunião etc. Segundo José Afonso, o desenho remete às origens da arquitetura indígena. O arquiteto pesquisa as habitações indígenas e defende maior reconhecimento e valorização desse tipo de arquitetura, onde são constantes pés-direitos altos, espaços comunitários, cortes ogivais ou arredondados e plantas livres. Entre seus projetos executados estão o Campus Universitário do Médio Araguaia, o Pontal do Araguaia, o Centro de Estudos e Pesquisas do Pantanal e a sede da Associação dos Docentes, estes dois últimos, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).

Boas opções para os feriados de 15 e 20 de novembro


Pra quem vai ficar em São Paulo, tem muita coisa rolando na cidade. Algumas opções: o SESC e o Museu Afro Brasil. O SESC tem uma extensa programação sobre a Consciência Negra que inclui exposições, apresentações musicais, palestras, roda de samba e muito mais. No Museu Afro Brasil já estão abertas as exposições Formas e Pulos: o Saci no Imaginário (em conjunto com a Sosaci), Benin está vivo ainda lá: Ancestralidade e Contemporaneidade (foto ao lado/Divulgação Museu Afro), e O Brasil de Francisco Brennand: As flores; os frutos; os bichos; os pássaros e os seres.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Quem entende de estética é feirante

Quer ver coisa bonita? Vá passear na feira

Afinal, o que é estética?



Diz a Wikipedia, que a estética é um ramo da filosofia "que tem por objecto o estudo da natureza do belo e dos fundamentos da arte". E ela também se ocupa daquilo que "é considerado feio, ou até mesmo ridículo."

Se existe uma coisa bonita em São Paulo - esteticamente falando - é a arrumação de frutas, legumes e verduras nas barracas das feiras. Fiz algumas fotos e mostro pra vocês.

Dom Helder, mais vivo do que nunca



"Certa noite familiares aflitos procuraram dom Helder. Um homem tinha sido preso e estava sendo espancado na delegacia. O prelado ligou para o delegado: 'Aqui é dom Helder. Está preso aí o meu irmão'. O policial levou um susto: 'Seu irmão, eminência?' Dom Helder explicou: 'Apesar da diferença de nomes, somos filhos do mesmo pai'. O delegado desmanchou-se em desculpas e mandou soltar o preso irmão do arcebispo. Filhos do mesmo Pai..." (de Frei Betto para o site www.dhnet.org.br no dia da morte de D.Helder, em agosto de 1999). A foto fiz dentro da Igreja da Sé, em Olinda, onde o corpo de Dom Helder foi enterrado.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

O que move um matador de aluguel

Um dos melhores livros que li nos últimos tempos foi O Nome da Morte, a história real de Júlio Santana, o homem que já matou 492 pessoas, do jornalista Klester Cavalcanti (ed. Planeta). Durante sete anos o autor manteve contato telefônico com o matador e depois disso se encontrou com o próprio. Primor do jornalismo literário, o livro traça o perfil de Júlio Santana, mostra como ele foi levado para o crime e suas motivações. O que mais me chocou no livro, foi a descrição da encomenda de uma morte em 1985 e o passo a passo da execução. Num caderno onde anotava seus "trabalhos", lia-se:

"MATAR NATIVO DA NATIVIDADE (PRESIDENTE DO SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS)/ EM CARMO DO RIO VERDE, GOIÁS / MANDANTE, PREFEITO ROBERTO PASCOAL / VIAJAR NO DIA 22 DE OUTUBRO / CONTATO NA CIDADE, GENÉSIO / PAGAMENTO, 2 MILHÕES DE CRUZEIROS

Dessa forma, tentava-se barrar a influência que Nativo tinha na região. Foi executado; e o prefeito, apontado como mandante, foi abosolvido e está livre.

Os alimentos em extinção

A Fundação Slow Food para Biodiversidade catalogou na sua Arca do Gosto 750 alimentos ameaçados de extinção em todo o mundo, sendo 23 deles no Brasil. Aqui, espécies como o arroz vermelho, a castanha-de-baru (foto/acervo Slow food), o feijão canapu, o umbu, o palmito-juçara, entre outros figuram na lista, e sete deles integram Fortalezas, que são projetos da Slow Food para melhoria do produto, da produção e da comercialização. Os projetos no Brasil são desenvolvidos com apoio da Secretaria de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Uma matéria especial sobre a tentativa de salvar os alimentos em extinção feita pela jornalista Janaína Fidalgo foi publicada hoje pela Folha /Ilustrada. Mais informações sobre o Slow Food Brasil: http://www.slowfoodbrasil.com/

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Cuidado com as pimentas!

Em janeiro pretendo visitar a parte histórica do México. É claro que no programa estão as pirâmides, os museus, os murais, a casa da Frida. Mas pretendo também conhecer o artesanato, visitar os mercados, as feiras ao ar livre, e aproveitar um pouco da gastronomia mexicana. Meu amigo Raul, mexicano que adotou Paris pra viver, avisa que o melhor da gastronomia está em Puebla, Oaxaca e Yucatan. Quem tiver dicas, pode mandar. Vou conferir in loco.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

O circulo vicioso dos aniversários

Esquecer aniversário dos amigos tá ficando cada vez mais comum entre os meus amigos e os amigos desses amigos. Mas também, é um circulo vicioso: uma amiga disse que não combina nada nos seus aniversários, e que só convida pra tomar um chopp quem liga pra ela dando os parabéns. Ora, e como ficam os outros, como eu, que só sabem que é aniversário de alguém quando chega o e-mail "vamos tomar um choppinho no sábado, em tal lugar, pra comemorar meu aniversário?". Aí sim, fico ligada. Que problema, heim? Até alguns anos atrás, tinha uma cadernetinha onde anotava as datas de aniversário dos amigos, dos filhos dos amigos, dos parentes. Hoje, não tenho mais. É falta de consideração? Não sei. Acho que a gente vai ligando menos pra essas coisas.