quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Roque Pereira: o artesão de Pirenópolis que transforma a natureza

Muita gente acha meio esquisitas as
criações de Roque Pereira, um artesão de Pirenópolis (GO), mas tem muita gente que acha o máximo. Troncos de árvores e pedaços de madeira viram bancos, cadeiras, cabideiros e muito mais. Vejam só o banco de pequi. Sua história vai ser mostrada hoje no documentário "Roque Pereira - mobiliário eco-sustentável", de Kim-ir-sen (às 21h, na TV Justiça). Quem for a Pirenópolis, vale a pena dar uma passadinha na casa dele.

A festa do Saci e Seus Amigos em São Luis do Paraitinga

Vejam a programação da festa do saci:
Sábado
, 3/11 - 10 -12hs. – abertura (Coretão), passeio saciclístico, brincadeiras na praça, trilha enigmática; 14-17hs. (Coretinho) - “Ganso de Ouro”, “Tempo de Brincar”, concurso de causos, teatro do Saci, Iara e Curupira (Carolina); 17hs. (Largo das Mercês) - lançamentos e música: Mouzar e Ohi (livro), Ivan Vilela (CD), Trio Carapiá (CD), João (dos Flautins) (CD), Quarteto Perêrê; 19hs. (Mercado) - Flautins e Pífanos Matuá, Saciata, lançamento do CD “De São Luiz a São Luís” (Dança de São Gonçalo, Folia de Reis, Folia do Divino e Congada do Raizeiro), exposição de Fotos, Trem da Viração, Ivan, Trio Carapiá e Perêrês; 21hs. Roda de violeiros.

Domingo, 4/11 - 10-12hs. (Coretinho) – brincadeiras e Trio Jacarandá; 14hs. (Largo das Mercês) – bolo e encerramento

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

"Contador de Homicídios", o blog que não quer só contar cadáveres

O PEbodycount é um blog de quatro jovens jornalistas pernambucanos - Carlos Eduardo Santos, João Valadares, Rodrigo Carvalho e Eduardo Machado - que recebeu o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos na categoria internet. Vejam a definição do blog pelos seus criadores: "O PEbodycount nasce da inquietação. Surge para transformar a perplexidade passiva, de um Estado de vidas abreviadas à bala, em sentimento de que é possível construir saídas coletivas. Acreditamos que não basta indignação. Os caminhos existem e descobri-los é uma missão difícil. Mas possível. É preciso iniciar o percurso. O PEbodycount apresenta-se como uma ferramenta para ajudar a trilhar estes caminhos. Não queremos apenas contar cadáveres. Queremos também contar histórias e ajudar a mudar realidades.

A exposição não é pra baixinhos!

Ontem fui ao Memorial da América Latina pra ver a exposição Urubu Rei, que indiquei há alguns dias. Em esperava mais da exposição dos artesãos de Moçambique e de Minas. É claro que uma parte não pude ver porque montaram uma parte da exposição em expositores de vidro, com prateleiras altas. Ou seja, meu metro e meio não foi suficiente pra ver, nem mesmo ficando na ponta dos pés. É mole? Bom, mas valeu a visita porque o Pavilhão da Criatividade foi reaberto e é sempre bom rever aquele acervo maravilhoso de artesanato dos países da América Latina. Só uma coisa: Liguem o ar condicionado, pelo amor de Deus!!!!

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Vai ter saci no Museu Afro também




A Sosaci e o Museu Afro Brasil também
comemoram amanhã, 27, o Dia do Saci.
Vai ter a exposição Formas e Pulos: o saci
no Imaginário, apresentação dos meninos
do Quarteto Pererê e do percussionista Dinho Nascimento,
exibição do documentário Somos todos Sacys e muita brincadeira. É de graça e
dá pra levar a molecada. Começa às 11h.
O Museu Afro fica no Ibirapuera, na antiga Prefeitura.
O saci aí em cima fez molecagem.
É do Ziraldo, mas tem muito mais na página www.sosaci.org

Sarau do Saci no Morro do Querosene. Apareça.



Tá esquentando, tá chegando o dia do saci.
No Brasil todo tem gente preparando a festa.
No morro do Querosene, o sarau vai ser na
rua Padre Justino 653.
Vai ter concurso de fantasia folclórica e
de causos, muita música e comidinhas,
mas cuidado com o danado do saci,
porque ele é capaz de roubar da sua boca.
Afinal, milho, cachorro quente, pipoca,
é tudo coisa que ele adora!

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Dia do macarrão? É hoje. Corre que ainda dá tempo.

Arroz-de-puta-rica. Taí a receita

O chef Eduardo Duó explica na revista Gastronomia e Negócio, que o arroz-de-puta-rica ganhou esse nome porque era o preferido de uma das cafetinas de Goiás; uma das mais ricas, é claro. Ele faz o prato no restaurante Vira-lata e leva frango, lingüiça, costelinhas, arroz, milho e ervilhas. Os ingredientes: sobrecoxas de frango, lingüiça calabresa, costelinhas defumadas, xícaras de arroz cru, cebolas, dentes de alho, ovo cozido ralado, bacon cortado em cubinhos e fritinho, ervilhas frescas, milho verde, tomate cortado em cubinhos, cebolinha e salsinha picadas, açafrão-da-terra, caldo de galinha, Óleo, sal e pimenta. Faça tudo separado: refogue as sobrecoxas (já temperadas com sal, pimenta, alho e cebola); frite a lingüiça cortada em rodelinhas; cozinhe as costelinhas defumadas. Depois refogue o arroz no alho e cebola; acrescente o frango e a lingüiça, a ervilha e o milho. Misture o açafrão ao caldo de galinha e junte ao arroz, e deixe cozinhar. No fim, coloque as costelinhas sobre o arroz e salpique com bacon, tomate e ovo ralado. Se tiver muita preguiça, vá ao restaurante, que é lindo.

Licor de pequi com chocolate. É muito, muito bom!


O primeiro Noleto de que se tem notícia era de Pontremoli, na Itália. Ali por 1.370 aparece o primeiro registro. Atualmente os Noleto estão espalhados pelo mundo afora, muitos deles no centro-oeste brasileiro, em especial em Goiânia. Alguns jogaram seus tentáculos para Brasília, outros pra fora do país, mas a essência dessa família é do Cerrado. Duas das inúmeras irmãs - Letice e Laurenice - se juntaram pra fazer um licor nobre de pequi com chocolate, da marca Noleto Licores. Estranho? Pois o gosto é muito, muito bom. Quem já provou, aprovou. Venda fixa, é na feira do Cerrado, em Goiânia, mas quem quiser, pode encomendar pelo e-mail nononoleto@gmail.com

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Urubu-Rei Encontro das Terras


Arte popular de comunidades do norte de Moçambique e do interior de Minas Gerais estão juntas a partir de hoje à noite no Pavilhão da Criatividade do Memorial da América Latina. A exposição fica até 25/11 e as peças podem ser compradas na lojinha que reabre hoje também. O Memorial: Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 Portão 12 - fones: geral 3823.4600 / Pavilhão 3823.4682, 4684.

Kim-Ir-Sen expõe os índios em Brasília


Dentro da programação da Fotoarte Brasília 2007, o fotógrafo goiano Kim-Ir-Sen expõe suas fotos na exposição Amazônia: De Ouro e de Ilusão, de 20/10 a 30/11, no Memorial dos povos Indígenas (Eixo Monumental Oeste Praça do Buriti). Informações: 3226 5206.

Quando conheceu a Amazônia em 1978, o processo de ocupação da região era intenso, com famílias iteiras chegando de várias partes do país, atraídas pela doação de terras. Em várias viagens, realizadas entre 1982 e 1989, o fotógrafo viu de perto os agressivos efeitos de um modelo econômico imposto à Amazônia nos anos 1960. Contato: kimirsenphoto@yahoo.com.br (62) 3288-1009/8451-3469

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Saturnino quase pronto para experimentar o pequi

Depois de ficar semanas tocando a cassação de ACM na Comissão de Ética, o senador Saturnino Braga resolveu fazer um retiro, num lugar bem tranquilo. Foi bater em Pirenópolis, Goiás. Num jantar, serviram arroz com pequi. Nenhum dos presentes à mesa alertou o senador de que não deveria morder a fruta. Não deu outra. Mordeu. Ficou com a boca cheia de espinhos. A afeição dos goianos pelo pequi acabava de ganhar um desafeto. O que deveria ser um descanso, acabou virando um verdadeiro circo. Só porque fugia da imprensa, ele virou notícia em jornais, rádios, TVs, internet etc. Hoje, passados seis anos do evento, ele me disse que já está superando o trauma: admite até experimentar a fruta um dia desses.

Paulo Autran, o homem que encantou!


"Nós que pudemos conviver com sua história, sabemos o quanto devemos agradecer por esse privilégio. Não apenas testemunhando e replicando suas histórias, mas aplaudindo toda vez que nos emocionarmos com o teatro, dando um abraço carinhoso na sua imagem que guardamos na retina e no coração. Por isso ele é especial, não é um mito, é um marco na história, um homem que não passou..., encantou! Evoé Paulo Autran!" (Tadeu di Pietro)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Onde será que ela está?




Do outro lado
da cidade,
eles esperam
pelas
suas
princesas.

Será que ele vem?



Na linda cidade
de Olinda,
a mocinha
espera o
príncipe
encantado.
Ele virá?

Tem sereia na cidade?

Olha ela aí.
Cuidado, surfistas do asfalto!

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Sobre el Che

Muita gente ficou muito fera (pra não dizer outra coisa) com a matéria Há quarenta anos morria o homem e nascia a farsa, publicada na Veja n° 2028, mas a mesma Veja publicou há 10 anos atrás uma matéria completamente diferente (contradições?). A matéria O triunfo final de Che de Dorrit Harazim (com fotos do Orlando Brito) é da edição 1503, de julho de 1997 e foi resgatada por um leitor do blog do Rovai. Um trecho: “Che Guevara tinha tudo para se tornar imortal: era bonito, destemido e morreu jovem, defendendo conceitos igualmente jovens, como a solidariedade e a justiça social. Sonhou com um novo homem para o século XXI e viveu como 'o homem mais completo do século XX', segundo a clássica definição de Jean-Paul Sartre. Foi radical, moralista e conseqüente. Ícone da geração dos anos 60, ironicamente nunca chegou a usar jeans - passou direto da calça de pano ao uniforme de guerrilheiro. Também nunca deve ter cantado rock -tinha péssimo ouvido musical e jamais se conciliou com a língua inglesa. Viveu num mundo sexualmente revolucionário, mas era casto. Tornou-se símbolo da boemia, embora praticamente não bebesse. Virou moda, em suma, e, como ensina o historiador inglês Eric Hobsbawn, 'a moda é freqüentemente profética'”. (Foto: galeria site Vermelho)

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Em Caruaru só tem açougueiras

Nada, mas nada mesmo havia me preparado para o que encontrei em Caruaru. A tal feira de Caruaru ocupa um bom pedaço do centro e é de um tamanho que nunca imaginei. A multidão se esbarra o tempo todo; gente da própria cidade, de cidades e estados vizinhos, de outros países. E os feirantes ainda explicavam que naquele dia, um sábado, a feira estava pequena porque é na terça-feira que todas as barracas e todos os que fazem algum tipo de comércio estão por lá. Uma coisa me chamou a atenção: enquanto no Mercado São José, em Recife, quase 100% dos que lidam com carnes são homens, lá em Caruaru, só vi mulheres fazendo esse serviço. Por que será?

Brenannd em São Paulo

Francisco Brenannd será homenageado pelos seus 80 anos de vida com uma exposição no Museu Afro Brasil – abertura dia 16/10 -, mas o artista não vem a São Paulo. Em Recife, na sua espantosa oficina, me disse semana passada que cada vez mais quer ficar no seu cantinho. E diga-se de passagem, sua oficina é um canto muito especial. Em meio a uma imensa área, tem um showroom a céu aberto e um jardim de Burle Marx que abriga suas esculturas. No Museu Afro, ele vai expor 15 esculturas, 32 telas e um painel cerâmico. Vale a pena. E se você não conhece o Museu, aproveite, é um dos melhores espaços culturais de São Paulo. Fica no antigo prédio da Prefeitura (no Parque Ibirapuera)

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Doce de puta. Sabe qual é?

Essa é do historiador Raul Lody, que disse adorar doce de banana de rodelinha, também conhecido como doce de puta: é tão fácil de fazer que até a puta entre um cliente e outro é capaz de fazer".

E por falar em putas, elas servem de referência pra um monte de coisas. Já comeu a bisteca do "bar das putas?"; já comeu o "arroz de puta rica"? E tem muito mais. Um dia coloco aqui a receita do arroz.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

"Em torno do pequi a virilidade tem limites."

Essa afirmação é de Sérgio de Sá que escreveu um delicioso artigo na revista Piauí de março/07 sobre essa fruta bonita, porém traiçoeira. Pelo menos para os incautos de primeira viagem, afinal, quem já mordeu um pequi não esquece jamais. Ele ouviu especialistas de diversas áreas e um deles afirma que o povo da terra guarda para si o conhecimento de que o espinho pode causar grandes estragos. Ou seja, é melhor estar cercado de amigos quando se aproximar de um pequi pela primeira vez.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Alimentos produzidos pertinho de casa

Consumir alimentos que não dependem de grandes deslocamentos, pode ajudar a preservar o planeta. Essa é a idéia do selo "menu a quilômetro zero", que está sendo utilizado na Itália em bares e restaurantes que adotaram a idéia. Ou seja, comer alimentos plantados pertinho de nossa casa, não demanda combustível para o transporte, consequentemente, não há poluição do ar. E se a agricultura for orgânica, então... A nota está na revista Vida Simples de outubro. Pode-se até calcular a distância percorrida pelos alimentos importados. Quem me mandou a dica, bom piadista que é, já avisa: não dá pra adotar essa regra para os vinhos e outras bebidas!

Chamem o comandante Nascimento!

Ao ter seu Rolex roubado, um indignado Luciano Huck desabafa: "Onde está a polícia? Onde está a 'Elite da Tropa'? Quem sabe até a 'Tropa de Elite'! Chamem o comandante Nascimento!" Bom, o texto-chororô-desabafo publicado na Folha de 1°/10, não deixa dúvida: se os ladrões fossem adolescentes menores de idade, já estaria defendendo o rebaixamento da idade penal.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

A latinidade em fotos





O Brasil e seus vizinhos latino-americanos têm muito mais em comum do que podem imaginar. É o que fica evidente na exposição Sutil violento, que abre hoje para o público no Itaú Cultural, em São Paulo. São 50 fotos documentais vindas de países como Argentina, Chile, Cuba, Guatemala, México, Panamá, Paraguai, Peru e Venezuela. As imagens registradas em outros países mostram um cotidiano muito parecido com o nosso e passam sentimentos como reconhecimento, deslumbramento, admiração, repulsa. A mostra e fica até 21/10 e faz parte do 1º Fórum latino-americano de fotografia de São Paulo - Paralelos e meridianos da latinidade. Vale a pena conferir. (Foto: Daniela Edburg, México/divulgação)

Pimentas e terrorismo

A paranóia de americanos e ingleses com o terrorismo chegou a tal ponto que beira o hilário. No site da BBC Brasil, a notícia "Molho de pimenta gera alerta de terrorismo em Londres" conta que um chef estava preparando uma receita com pimentas picantes num restaurante tailandês do Soho, quando a fumaceira tomou conta do lugar e a polícia baixou em peso retirando pessoas de casas e lojas por causa da "fumaça química". Bombeiros vestidos com roupas especiais vasculharam o local por três até que encontraram a origem da nuvem tóxica: uma panela com quatro quilos de pimentas queimadas.

O assustado chef Chalemchai Tangjariyapoon deu esta declaração: "Eu estava fazendo um molho com pimentas fortes que são deliberadamente queimadas. Para nós, o cheiro era de pimentas queimadas. Eu entendo que pessoas que não são tailandesas não saberiam o que era. Mas o cheiro não é de substâncias químicas". Segundo a proprietária do Thai Cottage, o dia chuvoso e nublado pode ter impedido que a fumaça das pimentas se dispersasse no ar. (foto site BBC Brasil)

Alguém sabia que o Gerúndio era funcionário público?

No dia 28/9, o governador do DF publicou no Diário Oficial o Decreto 28.314, no qual "Demite o Gerúndio do Distrito Federal, e dá outras providências." Isso é Brasil. Em primeiro lugar, eu nem sabia que o tal Gerúndio trabalhava no GDF; afinal, você só demite quem é contratado. De fato, o uso continuado do gerúndio, que gerou o tal "gerundismo", é irritante, muito diferente de seu emprego correto. Agora só falta "demitir" o gerúndio da língua portuguesa. Jovens e adultos, esqueçam o que aprenderam na escola; raguem seus livros de português!

terça-feira, 2 de outubro de 2007

A classe média perdeu a vergonha de comprar e de comer a mortadela

Houve época em que a tal mortadela só era comprada e comida por pobres. Nos balcões e nas mesas dos bares mais afastados, sempre aparecia um pratinho com a dita cuja cortada em cubos pra acompanhar a cachaça ou a cerveja. E se era pra ser “chique”, uma banda de limão espremida por cima caía bem. Hoje falam na mortadela como se fosse a maior invenção dos últimos tempos. Isso é coisa da classe média passeadora do Mercado Municipal, o mercadão, ou o mercado da Cantareira como era conhecido pelos feirantes e atravessadores. A invasão dos “turistas” de São Paulo e de fora é a causa de boa parte dos aborrecimentos dos comerciantes que vêem aquele vai-e-vem de gente que não acaba mais, que só olha, pede provinhas de queijo, salames, azeitonas e não compra nada. Se compra, é o pastel de bacalhau. Pra isso enfrentam uma fila insana. Tem até senha e painel eletrônico pra chamar. O pastel, sempre esteve lá; o sanduiche de mortadela também. Sempre comido pelos comerciantes, feirantes, carregadores e os que frequentavam o mercado diariamente. Ah, e tinha também o sanduíche de bife, afinal, o pessoal ali precisava se alimentar bem pra carregar tanta caixa! Bastou o mercadão virar ponto turístico, acabou a paz de quem vai por ali pra comprar de fato, ou seja, o pessoal que trabalha em restaurantes e ainda mantém o hábito sadio de escolher pessoalmente as melhores e mais frescas mercadorias.

Um haicai de Wandi Doratiotto

O pobre coitado
acha divino
estar sempre ocupado

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

A exceção e a regra, de Bertolt Brecht

No artigo publicado no boletim NPC 112 Tropa DA elite ou Matou na favela e foi ao cinema, Adriana Facina (UFF/Observatório da Indústria Cultural), Mardonio Barros (MST/Observatório da Indústria Cultural) e Claudia Trindade (Casa de Oswaldo Cruz) analisam o filme Tropa de Elite e a "missão" dos homens de preto.

E de Brecht:
Estranhem o que não for estranho.
Tomem por inexplicável o habitual.
Sintam-se perplexos ante o cotidiano.
Tratem de achar um remédio para o abuso.
Mas não se esqueçam de que o abuso é sempre a regra.

O hip-hop sobrevive

A CartaCapital que está nas bancas (n°464) traz uma matéria especial O hip-hop sobrevive, das jornalistas Jaqueline Lemos, Renata Carraro e Bernardete Toneto. Elas andaram atrás de grupos de hip-hop do Brasil, da Argentina e da Colômbia e mostram como as redes organizadas em torno do rap geram emprego e renda nos redutos mais pobres dos grandes centros. Belo trabalho. Vale a pena ler. A Jaqueline, por sinal, é de Goiânia, terra de pequi, mas adotou São Paulo para viver e trabalhar. Na academia, já vem fazendo a diferença na vida de muitos futuros jornalistas.

O bacalhau, em delicioso texto do Mino

Li e me deliciei no blog do Mino Carta (sexta-feira, 28/9)

"Ainda uma oração

Noite de sexta, estou cansado das coisas da política, do governo, da oposição, do Congresso, dos escândalos etc.etc. Só me resta o refúgio da cozinha. O santuário. Cogito de um bacalhau à siciliana e não me nego a declinar a receita. Primeiro movimento: cozinho as batatas. Cogito de jantar para cinco pessoas, donde três batatas de bom tamanho. Mergulho com casca e tudo em água fria, salgada de leve, e a partir do ponto de fervura mantenho-as na panela por 25 minutos. O cozimento completo é de 35 a 40, donde retiro-as em estado de pré-cozidas. Corto em pedaços iguais, sem tirar a casca (gosto da casca) e reservo. Uma cebola graúda, picada. Um pedaço bom de alho poró, picado. Coração de erva doce, picado. Duas latas de tomate pelado (Raiola, recomendo). Levo ao fogo a panela destinada ao bacalhau, deixo que comedida fumacinha se eleve do azeite a resmungar, e jogo a cebola. Quando começa a murchar, princípio de outono, acrescento alho poró e erva doce. A colher de pau traça rotas curvas no conjunto. Dois, três minutos, junto o suco dos tomates, os próprios deito-os sobre a tábua e corto com garfo, mão de fada, suave mas decidida. Mais dois ou três minutos, acrescento as batatas, mergulham com transparente prazer, talvez porque despejei sobre elas um copo de vinho branco e seco. Ainda dois ou três minutos, é hora do bacalhau, cortado em cubos, depois de atenta investigação em busca de eventuais espinhos remanescentes. E ali atiro, gesto despreocupado, três punhados de uva passa. Disse e repito: uva passa. Punhados robustos. Sempre dois ou três minutos, chega o tomate, e é a vez de sal e pimenta, a gosto, conforme leio nos receituários. Aí contam-se cinco minutos, a sair da rotina, e apaga-se o fogo. No borbulhar final, atiram dez azeitonas pretas cortadas ao meio, um vidrinho de alcaparra (Raiola), três punhados de pinois, pinhão do pinheiro marítimo, que os árabes chamam de snubar. Orégano, bastante, sem medo de exagerar. Trata-se do melhor bacalhau agridoce que conheço, um dos três bacalhaus supremos, no meu entendimento. Segundo, à portuguesa. Terceiro, à espanhola. Não dou agora as minhas receitas, é que vou jantar, com licença dos amigos".