quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O carnaval de Mérida e de Manaus

Acabo de descobrir que o carnaval de rua que assisti em Mérida, no México, e que me havia causado espanto não é exclusividade dali. Carros alegóricos de empresas instaladas na cidade passam pela avenida decorados com os mais diversos motivos, levando na parte de cima mulheres e homens que dançam e distribuem brindes ao público. Imaginem que no livro Doces lembranças sobre o qual comentei no último post, a autora conta que uma parte da família mudou do Acre para o Amazonas. Das lembranças de Manaus, ela conta: "Foi em 1934 que assisti o primeiro carnaval de rua. Carros alegóricos da Cervejaria Miranda Corrêa, J. G. Araújo, carros de propaganda da manteiga Lírio e de outras firmas, com lindas moças fantasiadas."

terça-feira, 28 de outubro de 2008

A casa dos meninos e o cheiro da panelada



Estou lendo o livro “Doces lembranças”, de Chloé Loureiro, que trata de lembranças da autora ligadas à Amazônia e aos doces. Enquanto mergulhava nessas reminiscências dela, me lembrei da "casa dos meninos”, na rua Rufino de Alencar, em Fortaleza, que eu freqüentava assiduamente. Também ficou conhecida como a "Casa da Rufino" Ali moravam fotógrafos como Ed Viggiani (que na época trabalhava com Chico Albuquerque), Jacques Antunes, Alex (me fugiu o sobrenome dele), a Zara, e outros, e circulavam dezenas de outras pessoas que gostavam de fotografia, cearenses ou não, como Silas de Paula, Celso Oliveira, Zinia Araripe, Vidal Cavalcante, Terezinha Pozzi, Carlota Araújo, Thais Costa, eu, e tantos outros.

Nas redondezas, dois botecos: o Mané Bofão e o Kbeça de chave. O primeiro fazia panelada toda semana. Colocava um panelão quase da minha altura (tenho o equivalente a uma fita métrica) na calçada, e ali mesmo punha-se a cozinhar tripas, bucho, mocotó e mais algumas coisinhas. A coisa começa a cheirar (e mau) no sábado de manhã e seguia pelo final de semana. Apesar de ser aventureira, ficava sempre com um pé atrás com essa gororoba gordurenta e mau-cheirosa. Mesmo sob o sol escaldante vinha gente de todos os cantos da cidade pra saborear a tal panelada.

O outro botequeiro era o Kbeça. De onde saiu esse nome não sei, mas lembro que todas as equipes da redação do jornal onde eu trabalhava passavam por ali a caminho da redação depois de cumprir suas pautas. Sinuca e cerveja. Esse era o segredo dele. E uma moçada incrível que a gente encontrava a qualquer hora do dia ou da noite. Depois de muito tempo vim descobrir que o Kbeça era um fugitivo da polícia, que tinha matado alguém no Rio. Imagine lugar mais público pra se esconder: um boteco coalhado de jornalistas! Escolheu bem.

Acho que nenhum dos dois existem mais. A "casa dos meninos” rendeu até uma mesa no Dia Mundial da Fotografia em Fortaleza. A prefeitura de lá promoveu um ciclo DeVERcidade – Encontro de Olhares sobre a Cidade e convidou o Ed, o Celso, o Jacques, o Silas, o Arnaldo Fontenele e outros fotógrafos para um painel chamado "Casa Rufino". Achei ótimo.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Fim de semana: faça um bolo de cupuaçu

Nas minhas pesquisas sobre o cupuaçu encontrei esta receita de bolo muito legal. É parte de uma apostila do Senac-PA que a Paratur me forneceu quando estive em Belém, em julho. A diferença deste para os demais bolos é que a polpa do cupuaçu é esfregada no caramelo que foi feito na forma onde se vai assar o bolo. Lembra um pouco aqueles bolos invertidos de banana e abacaxi.

Mas cuidado: leia a receita inteira antes de fazer o bolo. Fiz a besteira de ir juntando os ingredientes olhando a receita por alto. Resultado: ao invés de separar 1 xícara de açúcar para o caramelo, coloquei as cinco xícaras na massa!

Princípio básico pra quem quer cozinhar:
1º - separar todos os ingredientes antes de colocar a mão na massa;
2º - ler a receita antes de começar a fazer o prato.

A fruta in natura, pode ser encontrada no supermercado Mambo e no Ceasa (SP), mas os grandes supermercados das capitais já vendem a polpa en saquinhos.

Bolo de cupuaçu (15 porções)

2 xícaras (chá) de polpa de cupuaçu
5 xícaras {chá) de açúcar
1 xícara (chá) de manteig a
1 xícara(cha)de leite (líquido)
4 xicaras (chá) de farinha de trigo 1 colher (chá) de fermento
3 pingos de essência de baunilha
S ovos (inteiros)

Modo de Preparo:

- Bater a manteiga com quatro xícaras de açúcar, muito bem batidos ate conseguir um creme.
- Aos poucos e sempre batendo bem, ir acrescentando a farinha de trigo, os ovos, o leite, o fermento e a baunilha.
- Caramelizar com a xícara de açúcar restante uma forma redonda própria para bolo.
- Envolver toda a forma já caramelada, com a polpa do cupuaçu e em seguida acrescentar a massa que foi batida.
- Levar ao forno brando para assar.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A Vila Mariana está subindo

Escrevi a uma amiga que morava na minha rua e hoje está no Canadá, que a casa da família dela, junto com um monte de outras casas, tinha sido derrubada. Mais um prédio vai subir ali.


Ela me respondeu: “Pois a velha Vila Mariana está ficando vertical. Esta morrendo aos poucos, assim como as padarias, as feiras ... tudo que fazia de Sao Paulo um lugar legal. Me lembro do velho bonde que ia até Praça da Se, a loja de armarinhos da Turca, ali na esquina entre a Neto de Araújo, Bartolomeu de Gusmão e Lins. O clube de bocha. E a padoca, Flor da Lins ... E os japoneses que vinham vender tofu, ou que traziam o São Paulo Shimbum, e o tintureiro. Todos esses japinhas vinham de bicicleta. Imagino se o sapateiro, esqueci o nome dele, continua la.”


Pois é, e eu respondi que dessa turma toda, só o sapateiro continua ali. Por incrível que pareça, eu o conheço desde que troquei a Vila Madalena pela Vila Mariana, mas também não sei o nome dele. É português com certeza. Na região se instalou uma colônia portuguesa grande que se reunia, segundo minhas vizinhas companheiras de ponto de ônibus, em torno de uma bica que existia no bairro. Passavam o domingo fazendo piquenique, com toalha estendida sobre a grama e muita comida e bebida sobre ela. E a criança correndo solta. Imagino a cena. E olhe que não se passaram tantos anos assim, desde que o centro da cidade se expandiu e derrubou a mata pra dar lugar a casas, e agora aos prédios.


Eu não vivi muito essa fase do bonde. Cheguei em São Paulo com a família em 1964 e nessa mesma década o bonde deixava de circular na região.Mas ainda peguei a época em que o entregador deixava a garrafa de leite cheia sobre o muro e levava o vasilhame vazio. Eram bons tempos esses.


terça-feira, 21 de outubro de 2008

Saci mascote da Copa do mundo no Brasil em 2014


Taí a contribuição do Ohi, nosso cartunista saciólogo, para a campanha "Saci mascote da copa do mundo em 2014". Segundo Mouzar Benedito, nosso saci albino, o saci é o mito brasileiro mais popular e é o único conhecido no país todo, sem necessidade de explicações sobre sua identidade. A Sosaci apóia. E já que outubro tem festa do saci, nada melhor que aproveitar o sábado, dia 25, pra lançar a campanha. Vai ser na Praça Benedito Calixto, a partir das 14hs, no espaço do projeto "Autor na Praça".

Líquido + espuma = chopp

Se tem uma coisa que irrita barmens e donos de bares, é cliente que pede chopp sem colarinho. É claro que ninguém quer bater boca com cliente, mas acho que cairia muito bem uma boa conversa, um convite pra degustar um chopp bem tirado e uma explicação pra existência de um colarinho de pelo menos dois dedos.

No começo da semana, li no jornal que a briga contra o colarinho foi bater no tribunal Regional Federal, em Santa Catarina. Ou seja, como se a Justiça não tem nada pra fazer, usou seu tempo pra julgar um processo de um restaurante que havia sido multado por vender menos líquido do que entendia o Inmetro. O bar entendia que a espuma fazia parte do chopp, mas o Inmetro discordava. A peleja se arrasta desde 2.000. E haja papelada e tempo do judiciário! O bar ganhou a parada e agora já existe jurisprudência pra outras ações semelhantes.

Dizem que quem faz gastronomia acaba virando um chato, mas no meu caso, a defesa do colarinho vem de muito antes de começar a fazer meu curso. Entendo e concordo com a necessidade do colarinho pra manter o chopp na temperatura ideal, ou seja, refrescante como deve ser.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Pequi sem espinhos? E cadê a graça?


Como achei que o pequi podia estar com ciúme da minha fase cupuaçu, publico aqui o que descobri no fantástico mundinho da internet.

Pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) descobriram um fruticultor no norte do Tocantins, o sr. Bdijai Tchucarramae, que tinha uma árvore de pequi que não apresentava o espinho no caroço. Correram pra lá, recolheram uns caroços e uns galhos e fizeram testes. E viram que é possível fazer nascer o tal pequizeiro tanto pela germinação das sementes como pela enxertia. Não é demais? Artigo sobre isso foi publicado por Warwick Estevam Kerr da UFU na Revista Brasileira de Fruticultura, Vol. 29, Nº 01. Quem tiver interesse na nova planta, entre em contato com o autor do artigo no e-mail kerr@ufu.br

Se tirarem o espinho do caroço do pequi como é que os goianos e os cearenses vão provocar os incautos visitantes? Como vão ficar ali à espreita pra ver se algum desafortunado morde a fruta e acaba no pronto-socorro pra tirar aquela montanha de espinhos espetados por toda a boca? Pois é, não pensem vocês que TODO goiano, ou que TODO cearense avisa: NÃO PODE MORDER O CAROÇO DO PEQUI! Como vocês sabem, espírito de porco (que me perdoem os bichinhos) tem em todo canto.

Só pra lembrar os incautos: os atuais pequis ainda têm este monte de espinhos que a foto do Silvestre Silva mostra.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

E por falar em coisas do Pará...



Ontem fui ver a procissão do Círio de Nazareth, versão paulistana. Tinha tanto paraense no pátio da igreja N. Sra. de Fátima, que pensei, por alguns momentos, que estava em Belém. Acho que a comunidade paraense que vive aqui em São Paulo estava toda lá.




A devoção dos fiéis podia ser vista em cada rosto. Já que não dá pra ver o Cirio ao vivo, em Belém, se espremendo a quase 2 milhões de fiéis, as pessoas aproveitaram pra curtir aqui mesmo. E eu não posso reclamar porque além de acompanhar tudo isso, ainda tomei um tacacá de primeira e comi uma coxinha de carangueijo, duas especialidades do Pará que eu adoro.


O selo do cupuaçu


Daqui a pouco vou ter que mudar o nome do blog de Perfume de Pequi pra Perfume de Cupuaçu! Só penso nele! Pobrezinho do pequi, deve estar se sentindo "jogado pras traças".

Nas minhas buscas por ilustrações para meu TCC cheguei ao site Filatelia e Selos e ando trocando alguns e-mails com o "dono" da página.

Vejam o que achei: o selo do cupuaçu, série filatélica, de 2005.A arte é de Cristina Garcez e foi lançado em Manaus, Belém e Porto Velho. Achei lindo. Vou até os Correios do Anhangabau pra ver se consigo o original.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Homenagem a Antonio Candido na 3ª, dia 14



Em em comemoração dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, na próxima terça vão ser homenageados Antonio Candido, José Mindlin, José Gregori e Ruth Cardoso (in memoriam). A promoção é da Faculdade de Direito e a Escola de Comunicações e Artes (ECA), ambas da USP, e acontece na Sala São Paulo – Praça Júlio Prestes, s/ nº, Campos Elíseos - São Paulo.

domingo, 5 de outubro de 2008

TCC = sumiço


Esse tal de TCC é pra acabar com a alegria de um cidadão. Bem, isso justifica meu sumiço. Vou postar coisas com um certo intervalo, mas não vou sumir total. Ainda dá tempo de ver a cidade pintada de roxo como nessa foto que fiz no metrô Bresser.