terça-feira, 29 de maio de 2012

São Luiz do Paraitinga é uma cidade festeira






 Instalada num vale, entre Taubaté e Ubatuba, São Luiz do Paraitinga foi coberta pelas águas há dois anos e seus moradores recomeçaram a reerguer suas vidas. A cidade já recebe turistas e já promove as tradicionais festas que a consagraram como destino de muitos paulistanos que dão valor à cultura popular.

No carnaval só entram as marchinhas. Carros ficam de fora do centro. Só foliões dispostos a brincar. Eventos de diferentes tipos ocupam partes diferentes da cidade. Quem gosta de folia vai pra um lado, quem gosta de calmaria, vai pra outro. Ou seja, tem pra todo mundo.

A Festa do Divino é famosa. Quando eu fazia faculdade, no final dos anos 1970, não perdia a festa. Adorava ver a Cavalhada - a disputa entre mouros e cristãos, a Congada, as danças de diversos grupos que vinham de toda a região. A fila do afogado - cozido de costela com mandioca, servido com arroz - serpenteava pelas ruas da cidade e pelo morro. Cada um levava seu prato e seu garfo e ficava nessa fila. Tinha comida pra todo mundo. No outro dia, mal amanhecia o dia, de novo na fila. Dessa vez pra pegar paçoca de amendoim e café. Em cada mão uma caneca: uma para a paçoca, uma para o café.
As ruas eram tomadas por grupos que vinham se apresentar no coreto da praça principal. Na Igreja Matriz, inúmeras missas juntavam os fiéis, que depois saiam em procissão. Novenas eram mantidas e centenas de pessoas rezavam nas casas e nas igrejas.

Hoje os fiéis católicos ainda seguem firmes, apesar da debandada de uns tantos para outras religiões (sentimento meu). A missa não é celebrada na Igreja, afinal ela veio abaixo na enchente. Vai ser levantada, mas por enquanto continua no chão. A missa é rezada debaixo de um toldo branco montado na praça, em frente à inexistente escadaria da matriz.

O desfile de cavaleiros pelas ruas, paramentados de vermelho e azul anunciam que dali a pouco - mouros e cristãos vão entrar em combate. Anunciam o local da disputa, e os cavaleiros são seguidos pela multidão.

A fila para o afogado e para a paçoca com café continuam lá. Hoje, as pessoas levam diferentes vasilhas pra colocar o afogado, e a paçoca é servida em copinhos de plástico. Tem paçoca doce (de amendoim), e a salgada (de carne). O café continua o mesmo. Bem docinho. 


Mas durante o ano tem muita atividade na cidade. O Soca Paçoca é um evento que ensina a fazer as duas paçocas; o Festival de Inverno, leva pra cidade muita música; a Festa do Saci e seus Amigos também é momento de muita música e folclore.

Aliás, a sede da Sosaci, a Sociedade dos Observadores de Saci, fica ali, no Sol Nascente, restaurante da Alice Nakao, que escolheu a cidade pra viver. Tem gente que jura que o danado anda por lá fazendo peraltices!




Pois é, pra São Luiz do Paraitinga vai quem quer sossego. E vai quem quer agito. Tem dos dois. Se não quiser fazer nada, não faz. Se quiser fazer, faz. Bom demais ter escolhas, não é mesmo?



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