quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Martins, o portuga do boteco

Quanta espremidinha não tomamos no bar do Martins, o portuga como era conhecido, acompanhada sempre de um bom pedaço de lingüiça espetada no palito (diziam que era de Bragança, mas naqueles tempos, fins dos anos 70, ninguém ia atrás da procedência!). Depois de tomar um monte dessas, já altas horas, a turma ia embora, muitas vezes levada pelo próprio Martins que enfiava aquele monte de gente dentro de sua velha Brasília – nem sei como cabia tanta gente – e ia entregando um por um, de porta em porta. No caminho, parava em cada bar que avistava pra tomar a saideira. Lá íamos nós pra fora da Brasília e pra dentro do bar.

Martins era um tipo curioso: não bebia em serviço. Em compensação, depois que lavava e fechava o bar... Bebia em todos os bares que encontrava e ainda pagava a conta! Incrível mesmo. Muitas vezes deixava a turma dormir num quartinho nos fundos do bar. Afinal, noite alta e logo de manhã tínhamos prova ou só aula, ou ainda as infindáveis reuniões do centro acadêmico. Então, caíamos bêbados ali mesmo! Imundice pouca é bobagem. Naquela época, aos 20 anos, a gente encarava qualquer coisa; ninguém estava preocupado com a vigilância sanitária. Tempos bons aqueles!

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