No começo de dezembro deste ano acontece a Conferência Nacional de Comunicação, chamada pelo governo federal. Até agora, o governo Lula já realizou inúmeras conferências, mas esta promete ser a mais custosa, politicamente falando, tanto para o governo como para o movimento social.
Em nenhuma das conferências o empresariado esteve tão organizado como os proprietários dos jornais e revistas, TV, rádio, e, agora, junte-se a eles os representantes das teles que querem entrar no ramo das TVs digitais.
Mas a voz corrente entre os que participam da organização da Confecom é a de que ninguém deve esperar milagres, ou seja, democratização do acesso aos meios de comunicação, regulamentação das concessões de rádio e TV, controle público etc.
De qualquer forma, é uma conferência que está mobilizando gente de todo o país, das mais diversas áreas: sindicatos, universidades, ONGs, igreja e muito mais gente. Só por isso já está valendo.
No mais, o que esperar da conferência, quando o Ministério das Comunicações é comandado pelo Hélio Costa?
Mas estudiosos como Venício Lima, da UnB, acham que o país deve aproveitar o momento de preparação da conferência para que sejam debatidos temas como a questão da propriedade dos meios de comunicação, hoje concentradas nas mãos de algumas poucas famílias, e também o uso das concessões públicas, que hoje são comercializadas como bem privado.
Outro ponto que Venício Lima aponta: é preciso denunciar os desmandos cometidos pela mídia: distorções da realidade, parcialidade nas reportagens, omissões etc.
O Venício, por sinal, parece um paladino que vai de canto em canto do país falando sobre isso e alertando os movimentos sociais pra não perderem esse momento tão importante.
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