terça-feira, 28 de abril de 2009

O último chef chinês

Estou lendo o livro O último chef chinês, da americana Nicole Mones (Ed. Suma de Letras). O texto é de uma delicadeza sem igual e a história muito boa. A autora conta que uma americana vai para a China resolver pendências do seu finado marido, que teria deixado nada menos que uma filha de herança. Na China ela conhece um chef de cozinha sinoamericano, que voltou para a terra de seus antepassados para resgatar as antigas formas de tratar os alimentos. Ele, juntamente com seu pai, está traduzindo o livro O último chef chinês, atribuído a um antigo cozinheiro - Liang Wei - e trechos dele são introduzidos no meio na narrativa da autora.

Duas coisas interessantes ficaram registradas: a primeira, "a comida é para ser compartilhada"; e a segunda, "a comida tem poderes". Um dos trechos atribuídos ao último chef é este:

Os mestres nos dizem que os poderes misteriosos do outono criam
secura no céu e metal na terra. Dos sabores, criam os pungentes. Entre as emoções, criam o pesar. Pesar
não pode ser isolado entre paredes nem mantido próximo
por muito tempo. Ambos os casos levam à obsessão.
Para uma pessoa pesarosa, cozinhe com cebolinha, gengibre, coentro e alecrim.
O sabor deles é pungente, e isso tira o pesar do corpo e solta no ar.

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