domingo, 22 de julho de 2012

Caracas I - Em ritmo de eleições



Uma semana num lugar não faz de ninguém um especialista, mas dá pra observar, sentir, conversar e ter as primeiras impressões. Costumo dizer que um lugar e seu povo, seja no Brasil ou no exterior, só se conhece quando se vive no lugar. Por isso, vou colocar aqui algumas impressões que tive na semana que passei em Caracas, na Venezuela.
Fui a trabalho, praticamente emendando uma viagem na outra e não tive tempo de preparar a viagem como faço normalmente. Nos primeiros dias, só tive contato com a organização e os participantes de um evento preparado pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), o partido do Chavez. Portanto, só depois do evento pude sentir um pouco mais o que se passa em Caracas.
Em outubro vai ter eleições e a maioria, dizem as pesquisas eleitorais, está com Chavez. O outro candidato, o Capriles Radonski, é o representante de todos os desafetos que Chavez conseguiu acumular durante os governos que teve até agora. O candidato é fraco, mas tem reunido muita gente nos comícios. Se Chavez tem o apoio de toda esquerda latino-americana e caribenha, Capriles tem apoio de todos os neoliberais da região. Em Caracas a coisa fica mais diluída, muita gente não quer dar sua opinião. Até os motoristas de táxi dão uma tucanada. Mas em Isla Margarita, por exemplo, a aversão a Chavez é sentida nos menores comentários. A crítica principal é a de que Chavez teria espantado os investidores internacionais e que pra população falta tudo. Cimento  pra terminar o puxandinho, nem pensar. Chavez perdeu as últimas eleições em Margarita, e deve perder novamente garantem os margaritenhos mais inflamados. Nos táxis toca uma rádio antichavista. É Capriles direto. E nos muros, as pinturas e cartazes de Chavez aparecem manchados de tinta.



Um dos pontos fracos no governo, comentam pelas ruas, é a violência. Homicídios são noticiados a toda hora e andar pelas ruas em determinados horários não é recomendado nem mesmo à população. Antes de viajar, tudo que havia lido sobre Caracas dizia que a violência estava a toda e que era muito fácil ser roubado. Pensava que eram assaltos à mão armada, mas depois descobri que são pequenos furtos nos hotéis e pequenos golpes nos táxis. É claro que não andava dando bobeira por onde os caraquenhos diziam que não se devia andar. Queria ir ao bairro colonial de Petare, que dizem ser uma das regiões mais bonitas de Caracas. Todos com quem comentei disseram "não vá! É muito perigoso" Bem, ainda não tinha desistido de ir, mas quando li nos jornais que por dias seguidos apareceram presuntos pelas ruas do bairro, desisti. Afinal, o seguro morreu de velho. 

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Caracas II - Passeando por Caracas
Caracas III - Algumas comidas e mercados
 

Um comentário:

Áurea disse...

É....pelo que contou, creio que não seja o melhor lugar para turistas em férias flanar despreocupadamente.
Besos