Uma
semana num lugar não faz de ninguém um especialista, mas dá pra
observar, sentir, conversar e ter as primeiras impressões. Costumo
dizer que um lugar e seu povo, seja no Brasil ou no exterior, só se
conhece quando se vive no lugar. Por isso, vou colocar aqui algumas
impressões que tive na semana que passei em Caracas, na Venezuela.
Fui
a trabalho, praticamente emendando uma viagem na outra e não tive
tempo de preparar a viagem como faço normalmente. Nos primeiros
dias, só tive contato com a organização e os participantes de um
evento preparado pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), o
partido do Chavez. Portanto, só depois do evento pude sentir um
pouco mais o que se passa em Caracas.
Em
outubro vai ter eleições e a maioria, dizem as pesquisas
eleitorais, está com Chavez. O outro candidato, o Capriles
Radonski, é o representante de todos os desafetos que Chavez
conseguiu acumular durante os governos que teve até agora. O
candidato é fraco, mas tem reunido muita gente nos comícios. Se
Chavez tem o apoio de toda esquerda latino-americana e caribenha,
Capriles tem apoio de todos os neoliberais da região. Em Caracas a
coisa fica mais diluída, muita gente não quer dar sua opinião. Até
os motoristas de táxi dão uma tucanada. Mas em Isla Margarita, por
exemplo, a aversão a Chavez é sentida nos menores comentários. A
crítica principal é a de que Chavez teria espantado os investidores
internacionais e que pra população falta tudo. Cimento pra terminar o
puxandinho, nem pensar. Chavez perdeu as últimas eleições em
Margarita, e deve perder novamente garantem os margaritenhos mais inflamados. Nos táxis
toca uma rádio antichavista. É Capriles direto. E nos muros, as
pinturas e cartazes de Chavez aparecem manchados de tinta.
Um
dos pontos fracos no governo, comentam pelas ruas, é a violência. Homicídios são noticiados a toda hora e andar pelas ruas em determinados
horários não é recomendado nem mesmo à população. Antes de
viajar, tudo que havia lido sobre Caracas dizia que a violência
estava a toda e que era muito fácil ser roubado. Pensava que eram
assaltos à mão armada, mas depois descobri que são pequenos furtos
nos hotéis e pequenos golpes nos táxis. É claro que não andava dando bobeira
por onde os caraquenhos diziam que não se devia andar. Queria ir ao
bairro colonial de Petare, que dizem ser uma das regiões mais bonitas de
Caracas. Todos com quem comentei disseram "não
vá! É muito perigoso" Bem, ainda não tinha desistido de ir,
mas quando li nos jornais que por dias seguidos apareceram presuntos
pelas ruas do bairro, desisti. Afinal, o seguro morreu de velho.
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Um comentário:
É....pelo que contou, creio que não seja o melhor lugar para turistas em férias flanar despreocupadamente.
Besos
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