domingo, 29 de julho de 2012

I Festa da Culinária Caipira de São Luiz do Paraitinga




A Festa acontece de 3 a 5 de agosto, no Mercado Municipal e vai contar com o que é mais típico e tradicional do lugar: afogado, paçoca, requeijão de prato, afogado, entre outros. Também serão resgatados alimentos que estavam sendo esquecidos como a taioba e o cará moela.

A festa vai contar também com apresentações musicais, desfiles de carros de boi e tropa, danças tradicionais e muito mais.

Pra quem nunca foi a São Luiz do Paraitinga, fica a dica: pra quem vai de carro - Dutra/Rodovia Osvaldo Cruz; pra quem vai de ônibus - ir até Taubaté e pegar o ônibus pra São Luiz. 

Veja a programação completa abaixo.


domingo, 22 de julho de 2012

Caracas III - Algumas comidas e mercados


Mercado de Quinta Crespo, que é o maior da cidade, é um mosaico da comida e dos costumes venezuelanos. Milho, mandioca, abacates, abacaxi, bolinhos de farinha de milho, mariscos, peixes, camarões, galinhas, roupas... Numa ala estão as frutas (muitas), verduras (pouquíssimas) e legumes; em outra, os peixes, mariscos, carnes e frangos; em outra ala, roupas e miudezas. E do lado de fora, uma verdadeira feira popular.
Outro mercado que conheci foi o de Chacao. É novo, de arquitetra moderna. Tem quase as mesmas coisas que o de Quinta Crespo, mas numa escala bem menor. No térreo, verduras, legumes, queijos, frios, embitidos, pães. No segundo andar, roupas, bar, aviamentos.
Não esperem encontrar o Mercadão de São Paulo em países da América do Sul, porque nossa estética capitalista está mais pra La Boqueria de Barcelona do que para os nossos vizinhos, que a meu ver, ainda preservam o espírito original dos mercados de abasto.  

Arepas, as campeãs.
 


O pão do venezuelano é a arepa, feita com farinha de milho branca. Ela são assadas na chapa ou na frigideira e os recheios podem ser de queijo fresco, de frango, carne ou peixe refogados. Em todos os lugares, servem arepas no café da manhã.  Nas ruas, existe uma rede de areperas - Arepa Venezuelana, que é estatal e vende a arepa a preços populares. 
É claro que ninguém fica debulhando milho todos os dias. Existe a harina-pan, que é uma mistura como a da nossa tapioca, que já vem pronta, só precisa molhar, moldar e assar.  Para o gosto brasileiro, um pouquinho mais de sal cairia muito bem.  


Hallacas e bollitos



 
Nas ruas e nos mercados, pode-se encontrar bancas de venda de hallacas e bollitos, que são uma espécie de pamonha salgada.  São idênticas aos tamales mexicanos. Uma delícia. 
 



  A massa é temperada e o recheio muito saboroso. São cozidos em folhas de bananeira. 

Os pratos que se come nos restaurantes sempre tem como acompanhamentos as arepas e/ou a banana verde (mais verde e mais madura). As mais maduras são cortadas em diagonal e fritas.  As outras, chamadas de patacones ou tostones, são fritas primeiro, em seguida são amassadas e novamente fritas.  São uma delícia.  

Caracas II - Passeando por Caracas




A geografia de Caracas lembra um pouco a do Rio de Janeiro. Muitos morros ocupados por favelas e as vias contornando esses morros. Este morro da foto, tem um teleférico que liga ao centro da cidade. As distâncias são longas, mas nem dá pra sentir nas corridas de táxis, porque com o valor que se paga por um litro de gasolina no Brasil, na Venezuela se enche um tanque. 36 litros = 1 dólar. Por essa razão muita gente tem carro e o trânsito é verdadeiramente infernal.
Os ônibus são muito, muito feios. São velhos e a aparência não é nada convidativa. Alguns surpreendem. Por fora horrível, e por dentro, todo remodelado, com estofamentos novos etc. Andei em algumas "camiñonetas" como eles chamam os ônibus. Alguns eram mesmo detonados, mas outros, um conforto só. Música alta o tempo todo: Salsa, merengue e reguetón, que são música típicas da Venezuela. O percurso é escrito no parabrisa do ônibus. Os táxis podem ser coletivos ou individuais, de acordo com o bolso e o gosto do freguês.
O centro de Caracas é muito bonito, com seus edifícios históricos, igrejas, museus, praças etc. A Candelária, no centro da cidade, é uma festa para os olhos. Lojas populares, sebos, mesas de dominó na rua, lojas de piñatas, que são bonecos gigantes e outros formatos que se usam nas festas infantis, recheadas de balas e confeitos. O aniversariante estoura o boneco e as guloseimas se esparramam pelo chão. Ali na Candelária também fica a La Cocina de Francy que faz uma releitura da comida do país. O ambiente é de muito bom gosto, moderno, que destoa completamente do restante do bairro. A comida dali é excelente. Indicação da Zinnia, do blog La Comensal.

No centro também vi a exposição Libertarios y libertarias Nuestroamericanos na casa onde nasceu Simón Bolivar. Entre os homenageados, estavam Camilo Torres, Che,  Paulo Freire e outros. Paulo Freire foi retratado pelo pintor venezuelano Tomás Salazar. 




Arte mural na lateral do estádio de basebol, esporte nacional.


Festival nacional de cultura infantil e juvenil, com apresentações em quase todos os espaços públicos.

 

Pátio central do Museu de Belas Artes

No bairro central da Candelária, inúmeros sebos e mesas de xadrez ocupam os baixos de um viaduto.

Caracas I - Em ritmo de eleições



Uma semana num lugar não faz de ninguém um especialista, mas dá pra observar, sentir, conversar e ter as primeiras impressões. Costumo dizer que um lugar e seu povo, seja no Brasil ou no exterior, só se conhece quando se vive no lugar. Por isso, vou colocar aqui algumas impressões que tive na semana que passei em Caracas, na Venezuela.
Fui a trabalho, praticamente emendando uma viagem na outra e não tive tempo de preparar a viagem como faço normalmente. Nos primeiros dias, só tive contato com a organização e os participantes de um evento preparado pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), o partido do Chavez. Portanto, só depois do evento pude sentir um pouco mais o que se passa em Caracas.
Em outubro vai ter eleições e a maioria, dizem as pesquisas eleitorais, está com Chavez. O outro candidato, o Capriles Radonski, é o representante de todos os desafetos que Chavez conseguiu acumular durante os governos que teve até agora. O candidato é fraco, mas tem reunido muita gente nos comícios. Se Chavez tem o apoio de toda esquerda latino-americana e caribenha, Capriles tem apoio de todos os neoliberais da região. Em Caracas a coisa fica mais diluída, muita gente não quer dar sua opinião. Até os motoristas de táxi dão uma tucanada. Mas em Isla Margarita, por exemplo, a aversão a Chavez é sentida nos menores comentários. A crítica principal é a de que Chavez teria espantado os investidores internacionais e que pra população falta tudo. Cimento  pra terminar o puxandinho, nem pensar. Chavez perdeu as últimas eleições em Margarita, e deve perder novamente garantem os margaritenhos mais inflamados. Nos táxis toca uma rádio antichavista. É Capriles direto. E nos muros, as pinturas e cartazes de Chavez aparecem manchados de tinta.



Um dos pontos fracos no governo, comentam pelas ruas, é a violência. Homicídios são noticiados a toda hora e andar pelas ruas em determinados horários não é recomendado nem mesmo à população. Antes de viajar, tudo que havia lido sobre Caracas dizia que a violência estava a toda e que era muito fácil ser roubado. Pensava que eram assaltos à mão armada, mas depois descobri que são pequenos furtos nos hotéis e pequenos golpes nos táxis. É claro que não andava dando bobeira por onde os caraquenhos diziam que não se devia andar. Queria ir ao bairro colonial de Petare, que dizem ser uma das regiões mais bonitas de Caracas. Todos com quem comentei disseram "não vá! É muito perigoso" Bem, ainda não tinha desistido de ir, mas quando li nos jornais que por dias seguidos apareceram presuntos pelas ruas do bairro, desisti. Afinal, o seguro morreu de velho. 

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