terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sabe quando é que dá vergonha de ser jornalista? - parte 2

Na primeira parte deste post, eu falei sobre os jornalistas da Veja levantando a bola para o Serra nas Páginas Amarelas. Agora, é a vez dos jornalistas da TV Globo jogando cascas de banana pra Dilma, na entrevista feita no Jornal Nacional do começo da semana. Willian Bonner, ele principalmente, e Fátima Bernardes a cada pergunta, reforçavam a tese da inexperiência de Dilma e os resultados fracos do governo em determinadas áreas. Dilma, apesar de encurralada, respondeu tudo à altura.

Abaixo, algumas pérolas (os grifos são meus). Quem quiser ler a íntegra da entrevista, pode acessar o blog Leituras Favre

William Bonner: ... a senhora não tem experiência eleitoral nenhuma até este momento. A senhora se considera preparada para governar o Brasil longe do presidente Lula?

William Bonner: Mas a sua relação com o presidente Lula, a senhora faz questão de dizer que é muito afinada com ele. Junto a isso, o fato de a senhora não ter experiência e ter tido o nome indicado diretamente por ele, de alguma maneira a senhora acha que isso poderia fazer com que o eleitor a enxergasse ou enxergasse o presidente Lula atualmente como um tutor de seu governo, caso eleita?

Fátima Bernardes: A senhora falou de temperamento. Alguns críticos, muitos críticos e alguns até aliados falam que a senhora tem um temperamento difícil. O que a gente espera de um presidente é que ele, entre outras coisas, seja capaz de fazer alianças, de negociar, ter habilidade política para fazer acordos. A senhora de que forma pretende que esse temperamento que dizem ser duro e difícil não interfira no seu governo caso eleita?

William Bonner: ...Vamos discutir um pouco o desempenho do governo em algumas áreas, começando pela economia. O governo festeja, comemora muito melhoras da área econômica. No entanto, o que a gente observa, é que quando se compara o crescimento do Brasil com países vizinhos, como Uruguai, Argentina, Bolívia, e também com aqueles pares dos Brics, os chamados países emergentes, como China, Índia, Rússia, o crescimento do Brasil tem sido sempre menor do que o de todos eles. Por quê?



Dá vergonha ou não dá?

domingo, 8 de agosto de 2010

Saudades do meu velhinho




A vizinhança passava e cumprimentava calorosamente. Essa cena se repetia durante a tarde toda na frente da casa do meu pai, no bairro da Saúde, onde ele ficava arrumando caixas, pregos, papelão e outras coisas que juntava pra fazer um troco extra pra família. Quando comprou a casa onde viveu até morrer, pensaram que tinha ficado louco. Hoje a casa está entre o metrô e o Shopping Plaza Sul, mas na época, só existia uma capela e umas 4 casas no meio de um matagal que emendava com a mata do Zoológico.

Posso dizer, com certeza, que as rodinhas que tenho nos pés herdei do meu pai. Ele se foi, velhinho, aos 91. No começo dos anos 1980, quando resolvi trocar São Paulo pelo Nordeste, me sentia uma desbravadora. Com o passar dos anos via que meu pai, que tinha atravessado o oceano, só com o irmão, e tinha vindo bater numa terra estranha, de língua diferente, é que era o verdadeiro corajoso da história.

Passei a me entender com ele muito tarde. Tínhamos 43 anos de diferença e ele era o japonês típico, rígido demais. Mas foi muto bom, mesmo que tardio, porque percebia o quanto ele confiava em mim. Meus irmãos, acho que mais por temor do que por respeito, só bebiam e fumavam na rua. Eu era a única que bebia cerveja dentro da casa do velho. Sempre que chegava para uma visita, ele tinha comprado umas latas pra mim. Ia buscar duas na geladeira, colocava uma na minha na minha frente e bebia a outra. Ficávamos ali tomando a cervejinha, sem falar muito, mas com uma certa cumplicidade.

Penso nele com muito carinho. Tinha lá seus preconceitos, como a maioria dos imigrantes do seu tempo, e infelizmente conseguiu passá-los para a maioria dos filhos, mas prefiro guardar dele a lembrança de uma pessoa que não conseguia enxergar maldade em ninguém. Esse era o “seu” Miura.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Zé Albano e sua moto

De Zé Albano:

"Minha intenção com este livro é desmitificar as viagens de moto, de qualquer cilindrada, partilhando a experiência e o prazer que as estradas me proporcionaram. Quero dar a boa notícia de como tenho me dado bem com o meu estilo despojado de viajar. Espero que ele faça por você o que o livro do [Bill] Stermer fez por mim. Colega motoqueiro, estressado com as aflições do trânsito nas cidades enquanto sonha com liberdade e aventura: ESTE LIVRO É PRA VOCÊ!"


O Zé tinha tudo pra ser aqueles caras recluso, quase um ermitão, que fica cuidando do seu estúdio fotográfico e suas fotografias na casa de Sabiaguaba, pertinho de Fortaleza. Mas ao completar 40 anos, deu uma guinada na vida e caiu na estrada. Comprou uma moto, foi viajar e registrar o que via Brasil afora. Claro, ele continuou fotografando, mas sempre que podia, estava na estrada.


Agora ele registrou tudo no livro Manual do viajante solitário (Terra da Luz Editorial, 2010. 112p). Ali ele dá dicas como onde acampar, o que comer, o que levar na bagagem etc. Leia mais no hotsite: www.manualdoviajantesolitario.wordpress.com

Ele vai lançar Manual do viajante solitário na Bienal do Livro em São Paulo, no dia 14. Pena que estarei em Assunção. Mas fica a dica.


Lançamentos:
- dia 14 de agosto, às 18 horas, no estande da SARAIVA na 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

- dia 19, às 19h, será lançado em Fortaleza, no Centro Cultural Banco do Nordeste.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

"Festival" Mário Viana de Teatro & Risos domina São Paulo

Pra quem é fã de teatro, de humor e diversão: cinco peças escritas por Mário Viana, o amigo que deixou o jornalismo pra se dedicar à dramaturgia, estão em cartaz nos teatros de Sampa.


Amanhã é Natal, com Álvaro Gomes, Cinthia Zacariotto e Nana Paquini. Direção de Jairo Mattos. Teatro Paulo Eiró, Av. Adolfo Pinheiro, 765. Sex e sáb, 21 horas. Dom, 19 horas. Ingresso: 10 reais. Até 22 de agosto.

Carro de Paulista (escrita com Alessandro Marson), com Tadeu Pinheiro, Vinicius Oliveira, Aline Abovski, Fábio Neppo e Rodolfo Valente. Direção de Jairo Mattos. T. Ruth Escobar, R. dos Ingleses, 209. Sáb., 22h30. Ingresso: 30 reais. Até 25 de setembro.

O médico e os monstros, adaptação do original de Robert Louis Stevenson, com Cia. La Mínima. Direção de Fernando Neves. Teatro Cleyde Yáconis, Av. do Café, 277, Jabaquara (ao lado do Metrô Conceição). Qui, 21h. Sex, 21h30. Ingresso: 30 reais. Até dia 29.

Um chopes, dois pastel & uma porção de bobagem, com os Parlapatões. Já faz parte do repertório cult do grupo. Sex, 21h. Sáb, 21h e meia noite, dom. 20h. Ingresso: 15 reais. Até dia 8.

Vamos?, com Dalton Vigh, Tânia Khalil, Rachel Ripani e Alex Gruli, direção de Otávio Martins. Teatro Imprensa, Rua Jaceguai, 400, Bela Vista. Sex, 21h30, sáb. 21h e dom., 19 horas. Ingressos: 40 reais e 50 reais. Estreia.

domingo, 1 de agosto de 2010

Descobrindo a banana, nossa musa nacional


As chefs Ana Luiza Trajano (Brasil a Gosto) e Claudia Mattos (Zym Café), integrantes do Movimento Slow Food, comandam a Oficina "Banana, musa paradisíaca - versatilidade da fruta e seu aproveitamento total", amanhã, na Escola Wilma Kövesi em São Paulo.

A oficina faz parte do programa Oficinas do Gosto, do Convivium Slow Food São Paulo, e tem como objetivo ensinar muitos desses segredos e novos usos que você pode usar e reinventar surpreendendo os sentidos de clientes e convidados à sua mesa.

Os participantes vão aprender como aproveitar totalmente a fruta, desde as cascas, a polpa verde e a polpa madura, na produção de Pão de Banana com castanhas brasileiras, Canapé de banana da terra com queijo cremoso e geléia de pimenta.
Abadejo grelhado com crosta de Baru e purê de banana da terra, Caponata de casca de banana verde .


Data: 2 de Agosto – das 19 às 22 horas - Valor: R$ 185,00
Desconto de 20% para membros do Slow Food e de 50% para estudantes.

Serviço:
25 vagas por Oficina
Reservas e inscrições: Escola Wilma Kövesi de Cozinha
11 30631592 / 11 30829151
Ou pelo site www.wkcozinha.com.br
R. Cristiano Viana, 224 - São Paulo - SP