Querido Genoíno:
Os corintianos, como nós dois, não se deixam abater pelos momentos difíceis da vida.
Sofrem, mesmo
porque são humanos, mas de cabeça erguida dão a resposta para
seus algozes e continuam a combater pelos seus valores,
trabalhando por um futuro que não há de tardar, quando as
sombras que nesse momento nos atormentam virarem fumaça, que um
vento benéfico vai varrer. Aí, todos os valores pelos quais
lutamos juntos serão retomados para fortalecer nossa utopia: um
país que se desenvolva sem privilégios para alguns e as sobras
dos banquetes para a maioria e que não tolere o arbítrio, a
cassação dos direitos e a negação das liberdades.
Temos um exemplo a
seguir, o do nosso grande herói Sócrates, que não abandonou a
luta enquanto não alcançou seu objetivo, que era o de recuperar
o nosso Corinthians, tirá-lo da obscuridade em que estava depois
de 20 anos de ostracismo e deixá-lo em condições de brilhar nas
competições em que entrasse daí para diante. Esse roteiro foi
cumprido à risca. Não é fácil seguir o exemplo de Sócrates, mas
temos o dever de fazer, no limite das nossas forças, tudo o que
seja possível.
Lendo a carta de
Miruna, fiquei sabendo algumas coisas que não conhecia. Fico
pensando em você, ainda uma criança, andando aqueles 14 kms pelo
sertão do Ceará para poder frequentar a escola. Essa informação,
assim como a maneira com que ela manifestou o orgulho por ser
sua filha, fez redobrar a minha admiração por você e por ela.
Penso muito também
na nossa amiga Rioco. Espero que a fibra que ela sempre
manifestou esteja ajudando-a a passar por esses momentos tão
difíceis. Sei que é impossível que sua
família não esteja abatida nessas circunstâncias, mas acredito
em um final feliz para todos nós.
Conte comigo para
qualquer coisa que eu possa fazer por vocês. Será
uma alegria se eu puder ajudar.
Zilah Wendel
Abramo
Brasília, 12 de
outubro de 2012
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