De Reynaldo Jardim, jornalista e poeta que foi falar com Deus na semana passada:
"Se eu quiser falar com Deus, tenho que abaixar a crista, tenho que seguir à risca o que o Gil nos ensinou (...) Quando chegar minha vez, tenho que soltar o grito. Pois daqui ao infinito, Deus não vai me escutar. Ele está ficando surdo, já não enxerga direito. Contragosto e contrafeito com o mundo que criou. Tenho que levar presentes, minha alma, meu delírio, a luz acesa de um círio, que ele está na escuridão. Se eu quiser, mas eu não quero, que esse Deus é prepotente. Ele é onipresente, só não está onde estou. Se quiser falar comigo, não atendo o celular. Não deixo a mesa do bar, que esse chope está demais. Eu só vou falar com Deus, quando ele matar a fome dessa criança sem nome, que não pára de chorar. Quando ele descer do céu e vir que cada menino, sem presente, sem destino, precisa de um beijo seu".
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