quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Naná jogou um feitiço em mim

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Domingão, final de tarde, fui ver Luis Melodia e Naná Vasconcelos juntos no SESC Vila Mariana. Sou fã dos dois, mas só tinha visto de perto o rapaz do Estácio. Quase duas horas depois, saí meio que flutuando daquele lugar. Que show! Naná Vasconcelos. O que é aquilo? Uma criança? um duende? um encantador de pessoas? Fui encantada por ele. Um sorriso de criança no rosto, o prazer a cada nota tirada de seus apetrechos de percussão, a sinceridade e amor com que olhava para o Luis Melodia, coisa de irmão de fé. E eu sei o que é isso, porque tem muita gente com quem a gente se identifica tanto que é como se fôssemos irmãos. E ali, naquelas quase duas horas, parecia que um monte de gente encantada se reuniu pra esquecer que o mundo girava lá fora. É bom demais quando a gente tem essa sensação, não é mesmo?

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A 28ª esposa do Thiago de Mello

É isso mesmo. Deu na coluna do Ancelmo Gois, no Globo do dia 22/10: "Thiago de Mello, 83 anos, o grande poeta brasileiro, autor de clássicos como O estatuto do homem e Canto do amor armado, casou-se pela vigésima-oitava vez. A mulher, Poliana, tem pouco mais de 30."

Ora, o fato de a noiva ter pouco mais de 30, é irrelevante. O que salta aos olhos mesmo são as 28 vezes que nosso poeta se aventurou pelos meandros do casamento. Afinal, tem gente que foge de casamento como o diabo foge da cruz. Mas parece que esse não é o caso dele. O que será que ele vê de tão bom nessa instituição tão antiga? Dá pra ver que as coisas não saíram muito bem, afinal, 28 vezes são 28 vezes!


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Boas e curiosas exposições em São Paulo

Propagandas de Cigarro - Como a Indústria do Fumo Enganou as Pessoas – 90 propagandas veiculadas em jornais e revistas americanas entre as décadas de 1920 e 1950 mostram que até bebês eram utilizados para vender cigarros. Associado ao glamour, fumar teve como propagandistas ídolos do cinema como John Wayne, Marlon Brando, Humphrey Bogart entre outros. Na exposição quem fuma e quem não fuma pode ver como a indústria vendia seu produto. Tudo começou como um hobby de um médico, que aos poucos se deu conta de que ali não havia nada de inocente. Pelo contrário. Onde e quando: na livraria Cultura do Conjunto Nacional (Av. Paulista, 2.073. Tel.: 3170-4033). De seg. a sáb., 9h/22h; dom. e feriados, 9h/18h. ). Grátis. Até 26/10.


A Humanidade em Guerra – a mostra é comemorativa aos 150 anos da Cruz Vermelha e aos 60 anos da revisão das Convenções de Genebra (normas de proteção a civis e prisioneiros de guerra) e apresenta os trabalhos de fotógrafos que estiveram presentes nas guerras e conflitos que abalaram o mundo nos últimos 150 anos. As imagens são fortes e mostram mulheres, crianças, homens diante da brutalidade da guerra. Mas mostra também a força do ser humano nos campos de batalha. Na matéria do Estadão de domingo, o fotógrafo Ron Haviv, um dos profissionais que integram a exposição disse que a mostra serve para
mostrar que "a vida das vítimas que aparecem no noticiário continua depois que elas saem das manchetes". Onde e quando: Matilha Cultural (Rua Rêgo Freitas 542 - Centro). Até 15/11. De terça-feira a sábado das 12hs às 20hs. Entrada Franca. (foto: H.D.Finck)


A Invenção de um Mundo Artes Visuais – a mostra de fotografias apresenta 127 obras de 30 artistas do acervo da Maison Européenne de la Photographie, que extrapola a simples documentação fotográfica, mesclando processos alternativos de impressão e novas tecnologias. Dividido em partes, a exposição explora A Invenção da Memória, O Eu Reinventado, Invenção de um Sonho, A Invenção da Forma, Invenção das Certezas, entre outras. Poemas, vídeos e música são alguns dos recursos utilizados na exposição. Onde e quando: Itau Cultural (Av. Paulista, 149). Até 13/12. De terça a sexta, das 10h às 21h e sábs., doms. e feriados, das 10h às 19h. Entrada franca. (Foto: La neige qui brule, Bernard Faucon)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Dia do doce de leite???


Pois é, ontem, dia 13 de outubro, os argentinos comemoraram o dia do doce de leite. No país vizinho, além do doce, fazem parte do patrimônio gastronômico o mate, as empanadas e o assado.

Já no Brasil, entre os nossos patrimônios imateriais estão os ofícios das paneleiras de Goiabeiras (panelas pretas do Espírito Santo) e o das baianas do acarajé, além do bolo Souza Leão e do bolo de Rolo (de Pernambuco), o modo artesanal de fazer o queijo de Minas (regiões do Serro e da Serra da Canastra e da Serra do Salitre, em Minas), entre outros.

Outros patrimônios culturais nacionais são o Círio de Nossa Senhora de Nazaré (PA), o Samba de Roda (Recôncavo Baiano), a Feira de Caruaru (PE), o Frevo e o Maracatu (PE), o Tambor de Crioula (MA), as matrizes do samba: Partido Alto, Samba de Terreiro e Samba-Enredo (RJ), entre outros.

A nota sobre o dia do doce de leite que li no jornal argentino La Gaceta, diz que a origem do doce é desconhecida e que cada um dos países que tem a iguaria em sua tradição gastronômica conta uma história diferente sobre a origem do doce.

Sobre o assunto, vale a pena ler o artigo Os doces de leite na América Latina, da antrópoga e pesquisadora Esther Katz, publicado no site do Slow Food, no qual ela registra que o doce de elite não é exclusividade dos países da América do Sul e que ele recebe diferentes nomes como dulce de leche, manjar blanco, cajeta, arequipe mumu, e outros.

E só pra registrar, o doce de leite mais gostoso que comi nos últimos tempos foi o do Mocotó, o restaurante de comida nordestina que fica na Vila Medeiros. D-E-L-I-C-I-O-S-O. De lamber os dedos! A foto é dos tachinhos de doces de lá.

sábado, 10 de outubro de 2009

O cheiro da comida de casa

Alguém comentou comigo sobre um artigo de alguém, publicado em algum lugar (parece que a memória anda fraca?), que falava sobre o cheiro da comida de casa. Coincidiu que eu estava lendo o livro A morte do Gourmet, que conta a estória de um crítico gastronômico que descobre ter pouco tempo de vida e começa a tentar descobrir qual foi a comida que mais o marcou.

Bem, tudo isso pra dizer que na casa da minha família, quando se fazia a comida de “festa” como sushi, sashimi e outras comidas frias, poucos cheiros ficavam pelo ar. Exceções para o gengibre ralado e o caldo de shoyu no qual se cozinhava umas tiras de nabo hidratado que se usava pra rechear o maki-zushi (aqui popularizado como “pneu” porque o arroz vem enrolado na alga).

Mas alguns cheiros e gostos da infância e da adolescência a gente nunca esquece mesmo. O arroz era cozido na panela especial, elétrica, e quando a gente abria a tampa, subia aquela nuvem de vapor, super cheiroso. Arroz branco, grudadinho (o famoso Unidos venceremos!), servido nas tigelinhas pra servir de base para o okazu (mistura).

Inesquecível mesmo era o carê (creme de curry) que minha mãe fazia e que por muitos anos depois de todos termos partido pra tocar nossas vidas, continuávamos pedindo pra ela fazer. Numa panela ela cozinhava carne moída, cenoura e batata em cubinhos e depois engrossava com uma mistura de curry e farinha de trigo tostados. Lembro que era bem apimentado. Pegávamos com uma concha e cobríamos o arroz bem quente. Era uma comida dos deuses. Me deu até água na boca, só de lembrar!

O pior mesmo é que na vida adulta a gente fica perseguindo esses gostos e cheiros e dificilmente encontra. Vejo amigas que tentam agradar seus companheiros fazendo um prato mais que comentado e no fim ouvem o famoso “não é igual ao da minha mãe, mas tá bom” Não soa como prêmio de consolação?

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Segunda sem carne - Ibirapuera/São Paulo



O movimento "Segunda sem carne" já existe em diversas partes do mundo, mas ficou famoso quando Paul MacCartney aderiu à campanha (se bem que ele mesmo é vegetariano). Em São Paulo a campanha Dia sem carne - descubra novos sabores será lançada durante o próximo final de semana (3 e 4 de outubro), na Marquise do Parque do Ibirapuera. Um convite a redescobrir sabores, ampliar o repertório de alimentos no cardápio das pessoas, deixar a carne de lado por um dia e testar novas receitas.

O Convivium Slow Food São Paulo vai participar realizando 6 Oficinas do Gosto, às 12h, 14h e 16h (nos dois dias), na tenda do Gosto. Veja a programação completa no site Dia sem carne - descubra novos sabores.

Quem promove: Sociedade Vegetariana Brasileira e Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, com apoio do Greenpeace, do Instituto Pólis, do Slow Food São Paulo, Revista dos Vegetarianos, Agência de Notícias de Direitos Animais, Instituto Nina Rosa, Prefeitura de São Lourenço da Serra, entre outros.