quinta-feira, 14 de maio de 2009

As marcas de cada um

Milton Guran, o antrólogo, me convidou para participar de uma exposição de fotografia sobre o retrato do povo brasileiro, fornecendo fotografias da minha família, desde a vinda do Japão até os dias atuais. Felizmente os álbuns de fotos que minha mãe guardava com tanto cuidado ficaram comigo após a sua morte, então, escolhi algumas fotos interessantes. Revendo os álbuns vi fotos do meu pai no navio Rio Maru que o trouxe pra cá, vindo de Yamaguchi-ken; do meu pai e da minha mãe com os primeiros filhos, em Guaimbê, interior de São Paulo; eu, nos meus primeiros anos de vida no colo de minha mãe; a formatura da minha irmã no curso de corte e costura, e muito mais. Depois vieram as fotos da família, já na cidade grande, que vem a ser São Paulo, todos posando em frente à casa ou ao caminhão, que era usado para o trabalho que empregava boa parte dos meus 9 irmãos. E as fotos mais recentes, do meu pai no seu cantinho dentro do quarto onde se vê o oratório, imagens de santos, estátua do buda, seus livrinhos.

Rever essas fotos me deu uma panorâmica da minha vida. Do começo, no seio de uma família de imigrantes que foi parar nas plantações de café, saga trilhada por milhares de famílias, até a vinda para São Paulo, os estudos, a independência, até chegar onde me encontro hoje. E isso me fez lembrar de um texto do Osvaldo Orico, que escreveu o livro Cozinha Amazônica (publicadoe m 1972), que dizia que o que o moveu a escrever o livro, "é o lado sentimental que, em todo indivíduo, aumenta as marcas deixadas pelas paisagens, costumes e gulodices da infância..."

Um comentário:

Patty Diphusa disse...

Uau, que viagem. Quero ver essas fotos.

bjs