quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Graciela Iturbide é mais que a senhora das iguanas


Fui ver as fotos da Graciela Iturbide na Pinacoteca. E fiquei mais que impressionada. Já tinha visto uma parte do trabalho dela no Centro de la Imagen, na Cidade do México, e já tinha achado um trabalho riquíssimo. Me lembra aquelas imagens do filme Que Viva México!, com os jovens embrutecidos que viviam nas regiões das plantações de agave. São os sobreviventes e resistentes do deserto.

As mulheres, os homens, os jovens e as crianças da Graciela são personagens fortes, de caras marcadas pelo tempo, pelo sol, pelo trabalho duro. E ao mesmo tempo, são fiéis às tradições, aos costumes como o dia dos mortos, os rituais ancestrais de sacrifício de animais e muito mais. As paisagens de diversas cidades mexicanas gritam nas fotos como o colorido do preto e branco. É possível enxergar colorido através do preto e branco? Por incrível que pareça, consigo ver o México do amarelo, do ocre, do azul e do vermelho nas fotos da Graciela.

De emocionar é o registro que ela faz do banheiro da Frida Kahlo. Vi esse mesmo banheiro na Casa Azul e lá fiquei também impressionada. A gente sempre tem na cabeça a imagem da Frida apaixonada, pintora, a mulher forte que luta pela vida. Mas ali naquelas fotos, a gente vê a realidade que ela vivia no dia-a-dia, presa a botas de couro e ferro, a espartilhos de couro e armações, as muletas e outros apetrechos que a mantinham ereta. É cru, dolorido demais ver aquilo. E a gente pensa: de onde será que ela tirava tanta energia, tanta força? Muita gente, por muito menos teria dado fim numa existência de tanto sofrimento!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Graciela Iturbide na Pinacoteca


Nossa Senhora das Iguanas. É uma das mais famosas fotos de Graciela Iturbide, a fotógrafa mexicana que está expondo na Pinacoteca. O trabalho dela é maravilhoso. A exposição fica só até 30 de janeiro. Não deixem de ver. Cultura latinoamericana de primeira. Sobre Graciela e a exposição, entre no site da Pinacoteca

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Pela responsabilidade social nos meios de comunicação!

Nos últimos dias, o papel da televisão tem sido questionado em diversas frentes. Laurindo Leal Filho escreveu o artigo "Tempo como serviço, não como espetáculo", no qual fala sobre os programas televisivos de previsão do tempo que exibem lindas modelos/atrizes/jornalistas com suas curvas acomodadas em modelos de última moda. Enquanto isso, precipitações gigantescas aconteceram e esse serviço televisivo não foi de nenhuma serventia para prevenir as catástrofes que estamos vendo como espetáculo nas emissoras de TV.

Tratamento de espetáculo também é dado a desastres, crimes e desventuras dos seres humanos que vivem sobre a Terra. Quem se lembra do "Aviso aos navegantes" da Voz do Brasil? Lalo lembra que esse programa evitou que muitas embarcações fossem a pique.

De outro lado, temos um movimento social que alerta ao Ministério Público Federal o incitamento à violência, feito pelo diretor do programa Big Brother da Tv Globo. Segundo Boninho, nessa edição do BBB está liberada a pancadaria. É essa a TV que queremos? Educando para a violência? Na Nota de Preocupação e Repúdio encaminhada à Drª Gilda Carvalho, do MPF,

"Acreditamos que, por ser uma concessão pública, e pela sua importância como educadora informal, pelo respeito devido aos telespectadores, cabe à televisão se pautar pelos mais altos interesses da sociedade e pela responsabilidade social que o poder que detém com a concessão lhe confere.
Não nos interessa a banalização da violência na mídia, que tem servido de estímulo para a sua reprodução na sociedade em que vivemos, numa espiral infernal que nos distancia do modelo de sociedade livre de violência na qual gostaríamos de viver.

A violência contra a mulher é um mal que queremos erradicar, pelo que temos militado há décadas. Os acordos e protocolos internacionais firmados pelo Brasil, a luta implementação da Lei Maria da Penha veio coroar os nossos esforços no sentido de tentar inibir tal violência. Seria portanto altamente prejudicial e contraditório que a mídia estimulasse a violência, tão-somente para melhorar os seus próprios índices de audiência! As mulheres querem, merecem, precisam e têm o direito de viver numa sociedade livre de violência de gênero e de qualquer forma de opressão.

Nos parece igualmente prejudicial a nossos interesses, caso a mensagem do Boninho não vise estimular a violência contra as mulheres, mas “a pancadaria” entre os homens.

A banalização e espetacularização da violência tem servido de estímulo para mais-violência na sociedade. Como mães, namoradas, filhas, companheiras, irmãs, amigas, mulheres em geral, não somos a favor da violência – nem entre os gêneros, nem intra-gêneros. Não vemos o menor sentido em “liberar a pancadaria” num programa de grande audiência, sabedoras que somos do estímulo que isso representa para os jovens e adultos.
As masculinidades não devem ser medidas pela violência e é importante ter em mente que não podemos oferecer tais modelos, para muitos jovens que se identificam com esse programa. Finalmente, dizem bem os psicólogos sobre a contribuição destas cenas na formação da subjetividade das crianças, quando não também dos adultos – motivo de nossa preocupação."

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Feliz 2011. Com muito atraso.


Faço aqui o meu mea culpa. Desculpem se sumi de vez do blog. Culpa do Facebook. Ele vicia a gente com a interatividade que oferece. Desde a última vez que publiquei aqui, no dia 28 de outubro aconteceram tantas coisas... Vi Dilma ganhar a eleição para presidente, vi Lula se depedir do governo, vi Dilma assumir como a primeira mulher presidenta do Brasil, vi a magnitude das Cataratas de Foz do Iguaçu, vi a vida dos sacoleiros que cruzam a ponte da amizade entre Brasil e Paraguai, enfim, vi muita coisa.

Mas voltando ao Facebook, ele vicia mesmo. Com a rapidez que oferece para as respostas, a interatividade, a gente acaba ficando muito mal acostumado. Textos mais longos, a gente vai deixando pra quando sobrar um tempinho, mas esse tempinho demora demais a chegar. Mas vamos retomar, com dicas, denúncias, poesias, receitas culinárias etc. Pra quem ainda não disse, feliz 2011.