domingo, 29 de junho de 2008

E as comidas feitas com bebidas?

Já sentiram que essa lei seca tá me incomodando, não é mesmo? Ontem durante um aula de cozinha italiana fiquei pensando: e as comidas que levam vinho, rum, cachaça ou outra bebida qualquer na sua preparação? Os resíduos da bebida permanecem a ponto de ser detectados no bafômetro?

Só num flash pensei no risoto, que leva vinho, nas marinadas, no coq au vin, na linguiça feita na cachaça (eita tira-gostinho bom!), nos bolos molhados com bebidas, charlottes que levam rum e vinho. E a pobre geléia de pinga que se serve nos aniversários? Alguém pode explicar o que acontece com essas bebidas no nosso organismo?

Fiquei pensando que se o teor alcóolico permanece, daqui pra frente a gente vai ter que carregar o cardapio dos restaurantes com as respectivas receitas dos pratos consumidos. E, é claro, com a nota fiscal com CPF dos consumidores e horário de entrada e saída do restaurante! Uma amiga disse que ao convidar amigos pra jantar em casa, é preciso lembrá-los de que além da bebida, devem levar um saco de dormir e o pijama. É mole?

São tantas as implicações dessa lei, que só de pensar já dá preguiça.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

1 latinha? 1 drinque?

Já posso jogar fora minha carteira de motorista. Nunca dirigi, mas tenho a dita cuja há mais de 20 anos. Morava em Fortaleza e botei na cabeça que ia comprar uma moto. Lá fui eu pra motoescola. Me disseram que não precisava saber andar de bicicleta (coisa que ainda não sei) pra pilotar uma moto. E o fato de ser bem baixinha também não atrapalharia. Mas logo vi que era balela. Caía tanto da tal moto, que o jeito foi trocar por aulas de direção. Treinava numa Brasília.

Como nunca me interessei por carros (pra desgosto do meu irmão mecânico), a carteira ficava guardada, sendo renovada de tempos em tempos. Pra quê, não sei. Acho que pra me sentir incluída entre os milhões de motoristas. Mas agora, com a lei que proibe dirigir depois de tomar 1 LATINHA, já posso dispensar de vez a pobrezinha. Tudo bem que andam fazendo barbaridades no trânsito culpando a "mardita" da bebida, mas 1 LATINHA? Uns dizem que querem beneficiar os motoristas de táxi; outros que querem reforçar o caixa com as multas. O que motiva uma lei tão rigorosa eu não sei, mas achei um exagero.

O que o inverno tem de bom


A amiga Marcela me chama pra passear no calçadão de Santos, mas acho que por esses dias não vai dar porque o frio está de lascar. Ela me trouxe de uma viagem um cachecol todo transado que é meu par nesses dias de muiiiiito frio. A turma do Nordeste deve achar que é exagero de paulista, mas gente, tá friiiiio mesmo! Há muito tempo não tirávamos os casacos mais quentes do armário. Esse ano acho que já usei tudo o que eu tenho de lã, cashmere, veludo e outras coisas mais quentinhas.

Mas o inverno também traz coisas muito boas. O céu fica lindo. Claro que estou falando de cidades como Brasília e muitas do interior onde a poluição não existe. São Paulo? Nem pensar. Em compensação, as flores a gente ainda pode apreciar. Um dia desses soltei um grito quando vi um ipê florido na rua e quase matei de susto a amiga que estava dirigindo. Mas eu não podia deixar passar, não é mesmo?

E, é claro, inverno é tempo de sopas, cozidos, vinho, feijoada etc. Tudo muito bom. Os "pneus" que o digam! Aproveitando o frio, fui ao Hinodê, aquele restaurante japonês do comecinho da rua Thomaz Gonzaga, na Liberdade. Nada mais apropriado do que uma tigela de udon bem quente. Aquece até a alma.

segunda-feira, 23 de junho de 2008


Estive em Extrema no domingo visitando a família de uma amiga dos tempos da faculdade. Extrema fica na divisa entre São Paulo e Minas, logo depois de Bragança, pra quem vai pela Fernão Dias. Relembrei dos inúmeros finais de semana passados ali, com a comida maravilhosa da Isabel, as conversas com o João, e as brincadeiras com os filhos dos dois. Agora encontrei João e Isabel com duas netas e um terceiro a caminho (os Flinstones encontrei no quarto das netas). Mas por que será que passei tanto tempo sem voltar à cidade?

As novidades por ali? A cidade se espalhou. Onde só existiam morros, agora estão casas; um edifício foi construído na parte alta da cidade. E o maior orgulho dos moradores é contar para os visitantes que a cidade se tornou rota de peregrinação dos devotos de Santa Rita de Cássia. Levam a gente até a igreja pra ver a réplica da imagem original que está na cidade de Cássia, na Itália, feita por dois artesãos italianos. A mando do atual Papa, Extrema foi transformada em co-irmã da cidade italiana. As outras novidades? Essas percebem-se já na estrada. Treze novas indústrias vão se instalar na cidade já a partir deste ano. Buscam mão-de-obra especializada, casas pra alugar e pra vender. Tá um bochicho só.

Aproveitamos pra passar no restaurante Taberna, que fica entre Extrema e Bragança Paulista. Ali comi muitas vezes a comida mineira feita pela avó dos meus amigos. Os queijos e os doces caseiros feitos ali mesmo, leitão, tutu, vaca atolada e tudo o mais que reza a boa comida mineira.

Puxa, fiquei super feliz. Um belo jeito de passar o domingo.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Natureza morta


Pra trocar de assunto, lembrei dessa foto que fiz domingo com as coisas que a Maria do Céu trouxe de Manaus. É uma natureza morta ou não é? Tá certo que lá pelas bandas do Pará tem muito japa plantando pimenta! Então, troco de assunto só em parte.

A mais nova japinha



E por falar em 100 anos de imigração, vejam essa japinha e me digam se não é pra babar! Pois é, tia-avó pela S-É-T-I-M-A vez! Essa é a Giovanna que acabou de chegar ao mundo quase-cão. De pais dekasseguis, veio nascer brasileira da gema. O mundo que ela vai encontrar quando crescer não vai ser nenhuma belezura, afinal, hoje já vemos os efeitos das desigualdades sociais por aqui e no mundo, a degradação do meio ambiente e outros quetais, que futuramente cobrarão seu preço. Mas por enquanto, ela só vai curtir e espero que mais pra frente ela saiba se defender porque pelo jeito que a coisa vai, o tal do "cada um por si" só vai piorar.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Há 100 anos minha raiz estava sendo plantada


Hoje é um dia muito significativo para os japas como eu. Afinal, se no dia 18 de junho de 1908 não tivesse aportado aqui o Kassato Maru trazendo 781 japoneses (que depois trouxeram mais, mais, e mais japoneses), provavelmente eu não teria nascido no Brasil e nem estaria aqui curtindo esse país incrível. Sou tão, mas tão brasileira, que muitas vezes esqueço que tenho ascendência japonesa e chego a estranhar quando alguém diz algo do tipo "mas você como japonesa..." . Nas viagens ao exterior, acham que sou do Japão, da China, da Coréia. Quando digo que sou brasileira, o comentário é sempre o mesmo "não pode ser!".

Meus pais vieram do Japão no final da década de 1930, e como milhares de outros japoneses foram pra região Noroeste de São Paulo onde estavam as fazendas de café. Se casaram aqui no sistema do “miai”, que vem a ser o casamento arranjado entre as famílias. Tiveram 10 filhos, oito homens e duas mulheres. Minha irmã foi a segunda e eu, a nona! Por esse motivo tenho um monte de sobrinhos-netos (7), com largas perspectivas de ganhar outros tantos.

Alguns dos meus irmãos se casaram nos “miais” promovidos pela minha avó, mãe da minha mãe, que era a casamenteira da família. Fui uma vez com um dos meus irmãos até o interior de São Paulo pra conhecer a moça que havia sido prometida pra ele (ou arranjada). Ele só foi vê-la de novo no dia do casamento. Esse aí não deu certo, mas outros sim. Eu escapei porque avisei logo a minha mãe e o meu pai que esse negócio não era pra mim e ameacei sumir das vistas deles se ouvisse algum comentário sobre arrumar um noivo pra mim. Me deixaram em paz. Virei a solteirona da família. A solteirona que deu certo, como ouvi meu pai contar a um amigo dele. Diga-se de passagem, se uma japa não casava até os 21 anos, já era solteirona! No meio do século passado esse negócio era levado a sério. Hoje a coisa tá toda esculhambada. O jeitinho brasileiro já se imiscuiu nos costumes e não há japonês que consiga fazer valer suas vontades nos dias de hoje. É daí que a gente tromba com cada mestiço lindo!

Mas no geral, acho muito legal ver que a cultura japonesa está tão incorporada por aqui. Quem já não comeu de “pauzinho”, ou melhor, com o hashi? Quem já não comeu sushi, sashimi, tempurá, tofu, tomou missoshiru (a tal sopinha de pasta de soja), e tantas outras iguarias? O shoyu virou condimento em muitas casas brasileiras. Mas tudo isso merece um post exclusivo, não é mesmo? Da mesma forma merece um post a vida dos meus sobrinhos que fizeram o caminho inverso e foram trabalhar no Japão com a idéia de juntar dinheiro pra voltar e se estabelecer aqui. Muitos não conseguem retornar. E essa é a realidade pra milhares de dekasseguis que estão no Japão.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Conteúdo do "RODA VIVA" na internet

Já está disponível na internet o site Memória Roda Viva com o conteúdo dos programas Roda Vida, da TV Cultura, dos últimos 21 anos. É um material riquíssimo de e para pesquisa sobre as duas últimas décadas da vida brasileira. As entrevistas foram transcritas e revisadas. Notas bibliográficas foram incluídas quando o entrevistado mencionava uma terceira pessoa. Vale a pena dar uma olhada. No momento estão disponíveis 205 entrevistas, mas até 2009 serão mais de mil.

Podem ser acessadas e lidas entrevistas com Cacá Diegues, Dom Paulo Evaristo Arns, Drauzio Varella, Elza Soares, Emerson Fittipaldi, Evo Morales, Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso, Fidel Castro, José Serra, Hector Babenco, Gianfrancesco Guarnieri, Grande Otelo, Hugo Chávez, Lima Duarte, Luís Carlos Prestes, Lula (foto de Antonio Cruz/ABr), Nelson Piquet, Oscar Niemeyer, Paulo Autran, Pedro Almodóvar, Plínio Marcos, Roberto Jefferson, Telê Santana, Washington Olivetto, Ziraldo, entre outros.

Li a entrevista de Telê Santana, feita em 1991, na qual ele afirma que o segundo maior jogador do mundo depois do Pelé, é o Garrincha. Sobre os irmãos Raí e Sócrates, embora tenha evitado eleger o melhor entre os dois, afirmou que Raí se preparou desde cedo para ser um atleta, o que não aconteceu com o irmão.

O Memória Roda Viva é resultado de um trabalho do Laboratório de Estudos Avançados de Jornalismo (Labjor) e do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (Nepp), ambos da Unicamp, financiado pela Fapesp e apoiado pela Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura.

Parabéns ao pessoal do Labjor e do Nepp. É uma iniciativa louvável, afinal, o que mais se vê na universidade pública e privada é dinheiro jogado fora em dissertações e teses que não têm o menor sentido e nenhuma utilidade para a sociedade. E o que é pior: financiadas pelo poder público.

E viva a simplicidade

Dizem que muitos engenheiros e jornalistas são cozinheiros frustrados. Isso deve ter um fundo de verdade, porque conheço vários deles que fazem gastronomia, se não o curso regular, pelo menos cursos esporádicos. Gostam de receber amigos, contar suas incursões na cozinha, e comprar livros sobre gastronomia. A tradução de passeio pra esse povo, é dar uma volta pela rua Paula Souza e pelo Mercado Municipal.



Um desses aficcionados é um amigo engenheiro, o Maurício, que foi ao Food & Wine e entre tantos workshops, assistiu à apresentação de Jerônima Barbosa, proprietária da Pousada São Jerônimo na Ilha de Marajó (foto).



Quando o encontrei, no dia seguinte ao evento, ele ainda estava empolgado com Jerônima, completamente cativado pela simplicidade e pela experiência dela. Uma das coisas que mais o impressionou foi o turu, que aprendeu com ela, tratar-se de um molusco “que penetra no tronco de árvores caídas nos 'mangueiros', tipo de mangue”. O turu, segundo ele, é comprido e fino, podendo chegar a ter 1 m de comprimento. São encontrados dentro das toras de madeira que são quebradas pelos nativos que os colhem e utilizam de diversas formas. Alguns o comem cru, outros em preparados como caldos e cozidos. O Maurício provou o turu cru e segundo ele, o gosto se assemelha ao da ostra, com um gostinho de madeira ao fundo.



E haja coragem, porque nem ostra eu encaro crua!



segunda-feira, 16 de junho de 2008

O que elas têm em comum?

Domingão, fui assistir a dois workshops de culinária brasileira no Food & Wine, o evento promovido pelo Estadão e pelo Grand Hyatt Hotel. Diferentes chefs e especialistas se reuniram pra palestras, workshops, degustações etc. Como a faculdade onde estudo estava apoiando o evento, podíamos assistir aos workshops na faixa quando sobrava vaga.

O primeiro que vi, foi o da chef Maria do Céu Athayde, da Cafeteria do Largo, de Manaus (foto acima). Ela veio falar sobre os produtos da amazônia e pra fazer dois pratos: tacacá e pirarucu com purê de banana da terra. Ela trouxe consigo todo o arsenal: cuias, peneiras, jambu (aquela erva que anestesia a boca), chicória (as folhas parecem de almeirão, mas tem cheiro de coentro), pirarucu salgado, banana pacova (que parece com a nossa banana da terra), pimentas, e outras preciosidades locais. Vejam na foto.


Tacacá

O tacacá é aquela sopa servida em cuias pretas. Em alguns lugares fora da Amazônia já existem lugares que servem a especiaria, mas sempre em algum restaurante de comida típica. Como se faz o tacacá? Deixa-se a mandioca ralada descansar. O que fica no fundo, é usado para fazer a farinha e a goma. A água que ficou precisa ser cozida por várias horas porque tem alto teor de ácido cianídrico (no Norte usa-se em estado in natura, diluído, pra matar formiga) e depois temperado. A goma é diluída em água fervente salgada. Daí, monta-se o tacacá: goma, jambu, camarão, tucupi. Uma delícia.

Bom mesmo é ver o orgulho da chef ao falar sobre os produtos da Amazônia, seus derivados e aplicações na culinária. E melhor ainda ver outros chefs como o Edinho Engel, do Manacá, super atento no auditório, ouvindo, perguntando, aprendendo com ela. Gostei de ver. Afinal, tem um monte de gente que acha que não tem mais nada a aprender, não é mesmo?.

O que todas elas têm em comum?

O workshop sobre a mandioca reuniu a Mara Salles, do restaurante Tordesilhas (SP), Jerônima Barbosa, da Pousada São Jerônimo, da Ilha de Marajó (na primeira foto), a Neide Rigo, do Slowfood e do site Come-se, e a Ana Soares, da rotisserie Mesa III, (na segunda).

O que todas elas têm em comum é a curiosidade e a paixão pela culinária brasileira. Incrível a empolgação e alegria com que elas falavam sobre a comida, o prazer de descobrir um novo uso para produtos como mandioca, milho e tantos outros produzidos no Brasil.

Acho que pra ser um bom cozinheiro e um bom chef é preciso essa paixão, precisa ser muito curioso, fuçador de costumes locais, livros, mercados, mercearias etc.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Tardes de outono


A luz do outono é uma das coisas mais lindas que eu conheço.

O que eu mais gosto nessa época do ano é andar no final da tarde, seja na cidade, seja na praia.

Quer coisa mais gostosa?

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Cupido se deu mal

Vi no blog do Redneck e não resisti. Ele contratou Cupido pra arrumar uma companhia pra não passar o dia dos namorados sozinho. Até a meia-noite de ontem, nada! Resultado... O pobrezinho amanheceu assim.

Viver em São Paulo. E com qualidade de vida?

Não causou surpresa a divulgação da pesquisa Indicadores do Desenvolvimento Sustentável Brasil 2008 divulgada pelo IBGE sobre o maior responsável pela péssima qualidade do ar que respiramos em São Paulo. Saem chaminés de indústrias, que durante muito tempo foram considerados os vilões poluidores, entram veículos jogados aos milhares nas ruas das cidades brasileiras. Se por um lado indústria e governo comemoram os picos de produção e geração de impostos e empregos, por outro, a população sofre com os efeitos de 6 milhões de automóveis em cima das ruas da cidade.

São Paulo se sobressai nos números porque tem mais moradores e muitas pessoas de cidades vizinhas que se utilizam de suas ruas diariamente, mas em cidades como Brasília, o assunto recorrente nas conversas é o aparecimento ou crescimento dos congestionamentos antes inexistentes ou até então de pequena monta. Horário de rush, leia-se ida e volta do trabalho, virou um exercício de paciência que muitos brasilienses desconheciam. Os de fora, que optaram por viver na cidade justamente pela inexistência dos problemas de trânsito e violência que enfrentavam em suas cidades de origem, agora vêem voltar à sua rotina esses pesadelos que pensaram ter deixado pra trás.

O José Correa Leite, em artigo no Le monde diplomatique, aponta o poder público, em especial a prefeitura, como um dos principais responsáveis pela má qualidade do nosso trânsito por não adotar medidas restritivas à circulação de veículos (pedágios urbanos, praticados nas capitais européias, exclusão dos automóveis particulares do centro velho, aumento do rodízio e da fiscalização), maiores restrições a caminhões no centro ou a simples expansão das zonas azuis. Se de um lado a expansão das linhas de metrô andam a passos de cagado, que me desculpem os bichinhos, de outro, a criação de corredores corredores exclusivos de ônibus não é intensificada porque comerciantes e moradores das vias onde eles seriam implantados pressionam a prefeitura, alegando prejuízos em seus negócios.

Alternativas nós temos. Resta saber quem vai colocar em prática. Será que nós nunca vamos chegar ao estágio de poder viver na cidade e com qualidade de vida?

terça-feira, 10 de junho de 2008

E por falar em Ipiranga...


Antes de ir ao SESC no domingo, passei pelo Parque da Independência. Está uma beleza. Ainda bem que estão conseguindo manter o Parque da Independência limpo e bem cuidado. Como a memória é curta, já tinha esquecido que a recuperação do Parque foi feita em 2003-4 pelo ABN-AMRO e entregue no ano em que São Paulo fez 450 anos. O projeto incluiu impeza, restauro, recuperação de equipamentos e outras reformas.




Os jardins tiveram o gramado renovado e os chafarizes recuperados. São chamados de "franceses" porque o paisagista Arsenius
Puttemans recriou as linhas dos jardins do Palácio de Versailles. Vale o passeio.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Festa junina na cidade


Se você já não é criança, mas continua gostando de festa junina, seus problemas acabaram! Pra ouvir música caipira (aquela de raiz), comer quitutes de milho verde, de mandioca, espetinhos, jogar argolas, pescar e aproveitar um tempinho ao ar livre, basta ir ao SESC Ipiranga aos sábados e domingos de junho (das 17h às 22hs).

Costumava ir à festa do SESC Pompéia, mas ficou grande demais e teve que acabar. A do Ipiranga ainda não é tão grande, basta chegar cedo. Eu vou atrás dos quitutes. Adoro buraco quente, espetinho, bolo de milho, pamonha etc. E aproveito pra ver as apresentações musicais. Este ano a festa trouxe rendeiras e histórias das vilas de pescadores do litoral brasileiro. O barco da foto está montado logo na entrada do quintal. O SESC fica na rua Bom Pastor, 822 - telefone: 3340.2000.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Saci pra mascote da Copa de 2014


Quem conhece o Mouzar Benedito sabe que a cabeça dele não pára. Até quando tá dormindo, tá maquinando alguma coisa. A última que inventou é uma campanha pra adotarmos o Saci como mascote da Copa do Mundo de 2014. Ele tem pressa, quer começar logo, antes que os marketeiros e lobbistas de plantão apareçam com alguma barbaridade qualquer.

E por quê o Saci?
- Ele é a síntese da formação do povo brasileiro;
- é o mito brasileiro mais popular, o único conhecido no Brasil inteiro;
- é o típico brasileiro, aquele que mesmo pelado e deficiente físico, é brincalhão e gozador.

E tem mais:
- no início o Saci era um indiozinho protetor da floresta. Tinha duas pernas;
- depois foi adotado pelos negros e virou negro;
- a perda de uma perna tem várias histórias. Uma delas é que ele foi escravizado, ficou preso pela perna, com grilhões, e cortou a perna presa. Preferiu ser um perneta livre do que escravo com duas pernas. É um libertário, então;
- dos brancos, ganhou o gorrinho vermelho, presente em vários mitos europeus. O gorrinho vermelho era também usado pelos republicanos, durante a Revolução Francesa. Na Roma antiga, os escravos que se libertavam ganhavam um gorrinho vermelho chamado píleo.

Diz o Mouzar que só não tem orientais na história, mas que um tal de Sashimi, um Saci de olhinhos puxados, já foi visto no bairro da Liberdade, em São Paulo.

Quer saber mais sobre o Saci e conhecer suas histórias? Entre no site da Sosaci, a sociedade dos observadores de Saci. Pensa que é mentira? Não é não, essa tal sociedade existe mesmo. E tem muita gente que jura de pé junto que já viu o perneta fazendo diabruras.

Quem acha que o Saci pode dar um ótimo mascote pra Copa, já pode divulgar a idéia. E o Mouzar garante: “se tiver condições, escreva, fale com quem tem espaço na mídia para que declarem sua adesão nos jornais, revistas, rádio, TV, blogues etc. Já pensou o Saci em camisetas no mundo inteiro? Ele provocaria muito interesse dos outros povos para a cultura popular brasileira.”

O Saci aí em cima foi desenhado pelo Ziraldo para a Sosaci.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

"Quem é essa garota?"


Hoje recebi um e-mail com a pergunta: "Quem é essa garota?" e anexada esta foto que o Guinaldo Nicolaevsky fez em 1979 quando trabalhava para O Globo. A foto não foi publicada pelos grandes jornais, "temerosos" com a reação do regime militar, mas marcou época. Afinal, por que a garota teria recusado o cumprimento do presidente da República? Sinal de que a ditadura começava a agonizar? Ou simples rebeldia infantil?

Busquei informações sobre o paradeiro do Guinaldo pra pedir autorização dele pra usar a foto no blog e recebi a triste notícia de que ele havia falecido há uma semana, vítima de câncer. A campanha "Quem é essa garota?" foi lançada pelos jornalistas Juvenal Pereira e Juliana Resende que resolveram desvendar o mistério.
No site Pictura Pixel, o fotógrafo Claudio Versiani publica um texto do Guinaldo sobre a foto em questão:

"FIGUEIREDO, A MENINA E “O GLOBO”!!!

Lançamento do carro a álcool em Belo Horizonte. A imprensa mineira e a nacional estavam presentes e um grupo de crianças foi levado ao Palácio da Liberdade para cumprimentar o presidente Figueiredo. Deu zebra: a primeira da fila negou o aperto de mão ao Presidente da República, apesar dos pedidos dos fotógrafos. Percebi que não aconteceria o aperto e fotografei.

Corri para a redação para revelar e transmitir a foto para o Rio. Para minha surpresa eles não publicaram a foto! Desconfiaram! Queriam o “cumprimento”. Fui ameaçado de dispensa caso não entregasse o fotograma. Foi exigido que mandasse o filme sem cortá-lo no primeiro vôo para o Rio. O que foi feito. Não publicaram nada… resolvi por minha conta, mandar para outros veículos, que publicaram com destaque até no exterior."

Bem, mineiros de plantão, ajudem a devender o mistério, a garota hoje deve ter cerca de 40 anos. Se alguém tiver alguma pista, deixe o recado por aqui.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Yossenabe, sukiyaki, shabu-shabu

O inverno se aproxima e a vontade de comer pratos quentes, mais substanciosos (ou cheios de "sustança" como diriam alguns) aumenta. Resultado: centímetros a mais em volta da cintura! Isso só não acontece se os cozidos escolhidos forem os japoneses, aqueles que se come em torno de uma mesa como o yossenabe, o shabu-shabu e o sukiyaki. No shabu-shabu utiliza-se carne e legumes; no yossenabe, frutos do mar, peixes, frango e legumes. Mas existe também o sukiyaki, mais famoso, que leva carne e legumes e um bocado de açúcar no molho. Pra esquentar, vale recorrer ao velho e bom missoshiro, ou sopa de pasta de soja. Além do tempero hondashi, à base de peixe, pode-se utilizar alga para dar mais sabor ao caldo, alguns quadradinhos de tofu (o queijo de soja) e ao servir, arrematar com cebolinha cortada em rodelas finas.

Na casa dos meus pais quando havia visitas para o almoço, sempre tinha missoshiro e o ruído que os adultos faziam ao tomar a sopa direto do chawan, a cumbuquinha onde era servida, tomava conta da cozinha. Se o prato servido fosse lamem ou udon (dois tipos de macarrão que se come com caldo), o ruído era maior ainda. Eu e meus irmãos ficávamos escondidos, rindo a valer. A versão desses pratos que eu mais gosto é aquele acompanhado de tempurá. A gente mergulha o tempurá no caldo e aquele sabor se espalha pelo prato. Uma delícia.