domingo, 30 de dezembro de 2007

Assim se come caranguejo

Cheguei ao Jabuti, ali na Joaquim Távora com a Cons. Rodrigues Alves, e fui recebida com um super abraço do Joventino, o garçom que há 20 anos trabalha por ali. Acho que uns cinco anos se passaram desde que apareci pela última vez, mas ele fez parecer que estive ali anteontem. É um lugar pra se tomar chopp e comer frutos do mar. Me senti muito acolhida, fiquei feliz de estar ali. Baiano de Candiba, ele sonha voltar pra sua terra. Enquanto não chega o dia, ele fica por aqui fazendo a diferença.

Na foto ele mostra como paulistas e paulistanos comem caranguejo, de babador e martelinho. É claro que não paguei o mico do babador!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Os sapatinhos vermelhos

Está saindo a continuação da história de Chocolate, que encantou muita gente em livro e em filme. Se no primeiro livro a protagonista Vianne (vivida pela Juliette Binoche) envolvia a todos que passavam pela sua loja de chocolates, no novo Os sapatinhos vermelhos, a própria autora conta que a personagem teve mais uma filha, mudou para Paris e amadureceu. O que aconteceu com o cigano Roux, ela não adianta. Quem quiser saber se ele continua no caminho de Vianne, vai ter que comprar o livro. A entrevista completa com a autora Joanne Harris foi publicada no Estadão do dia 22/12.

Nem tudo está perdido

Já deu pra ver que a coisa mudou um pouco por aqui, não é mesmo? Como boa zen budista que sou, não enviei cartinha ao Papai Noel. Acho que ele se ofendeu e resolver me castigar. Sumiu com minhas postagens aqui do blog. Daí, aproveitei e resolvi mudar o visual. Vou tentar recuperar o que foi pro buraco negro.



E por falar em Papai Noel, passava pela Paulista no sábado quando vi essa cena inusitada. Um caminhão carregado de que?

E ontem entrei num supermercado. Uma multidão enchendo carrinhos de comida que hoje à noite já começará a pesar na consciência.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Blog de elite

Sig Mundi indicou, diretamente de Moscou, o Perfume de Pequi pra integrar os blogs de elite. Achei ótimo e me desculpo pela demora em agradecer e registrar (levei o maior puxão de orelhas da Patty Difusa, bem ao estilo Almodóvar). Como não posso indicar um monte de blogs, selecionei alguns:

Vi o mundo, do Azenha, que gira o mundo atrás de informações

Releituras, com muitos textos e biografias de autores brasieiros

Andrea del Fuego, a escritora, boas histórias, fotos e textos

Xico Sá e sua Miss Corações solitários voltam a aconselhar os desesperados e desesperadas de plantão, texto delicioso

Todo prosa, ali Ricardo Soares fala de tudo: cultura, política, música, futebol etc.

Como sobreviver nos botequins

Duas boas línguas disseram que este blog se parece com o boteco por ser cheio de histórias. Daí me lembrei de um livro do Moacyr Luz chamado Manual de sobrevivência nos butiquins mais vagabundos (ed. Senac Rio), que foi organizado pelo jornalista Marcelo Moutinho e ilustrado pelo Jaguar. Não se trata dos botecos chiques que hoje proliferam pelas zonas boêmias de todo o país. O livro é lindo, com fotos dos azulejos portugueses que ainda persistem nas paredes de alguns botecos cariocas. Tem histórias sobre frequentadores, donos de botecos, tira-gostos, pendura, conversas cabeludas e tudo o que se passa nesses estabelecimentos suspeitíssimos (que o diga a Vigilância Sanitária). Mas a história que me marcou e que sempre volta à memória foi a da cordinha da caixa d'água do banheiro. Ate ler o livro, nunca tinha botado reparo. Imaginem quantas mãos puxaram aquelas cordinhas antes de lavar as mãos??????? Eca!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

É sempre bom lembrar...

Fui a um bar na Mooca que tinha esse piso maravilhoso e essa mesinha vazia. Me fez lembrar da música do Gil, Copo vazio, que o Chico cantou em Sinal Fechado.

"É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar

É sempre bom lembrar
Que o ar sombrio de um rosto
Está cheio de um ar vazio
Vazio daquilo que no ar do copo
Ocupa um lugar

..."
Quem quiser ler a letra toda, é só visitar a página do Gil

Está provado!


Boteco é mesmo coisa do diabo.
Não parece que o cara tá se esbaldando na casa do demo?




quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Chegada - 9h / saída - 14h30

Pensei comigo: dia chuvoso, quinta-feira bem cedo, acho que não vai ter quase ninguém no Consulado do México. Vou lá tirar meu visto. A visão da calçada já me deu vontade de chorar. Fui premiada com a senha 128. Gastei quase 6 horas pra conseguir o tal visto (4 horas em pé na calçada). Enquanto tomava conhecimento da vida alheia, ouvia piadas do tipo "Lá também tem fila pra tudo." Acho que me enganei na minha preparação pra viagem porque ando subindo escadas aos montes pra me preparar pras pirâmides, mas acho que vou me dedicar a ficar muitas horas em pé já que o negócio das filas parece grave lá na terra dos mariachis! É bom avisar quem quiser ir pra lá, que a maratona começa ali mesmo, na calçada da rua Holanda 274. Pra aguentar é bom levar água, guarda-chuva (se estiver um dia chuvoso como hoje), boné (se o dia estiver ensolarado), um lanche, um livro. Se você não levar lanche ou almoço, eles te dão um telefone de um delivery que entrega comida pro povo da fila!!!! E é bom não esquecer de checar a papelada antes de se aventurar, senão, volta do portão mesmo. Ah, e quem estiver perto dos 50 como eu, é bom pensar num banquinho também. A lombar, as panturrilhas e os pés agradecem.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

A Abril e o assédio moral

A última pérola da Editora Abril, a mesma que edita a Veja, é seu Código de Conduta lançado recentemente. Ali está listada uma série de coisas e comportamentos que os funcionários da Abril podem e não podem fazer ou adotar. Os funcionários ao receber a publicação assinam um termo de compromisso. Infelizmente, dois itens constam no entretítulo "Sobre a relação no ambiente de trabalho" e não "Sobre a ética no exercício profissional" (essa eu criei). Uma delas é esta: "...Reconhecer a diversidade, respeitando as diferenças e os valores individuais sem discriminar cor, raça, nacionalidade, idade, orientação sexual e posicionamento político"; e a outra é "Combater qualquer tipo de intimidação que caracterize assédio sexual ou assédio moral (este último entendido como o ato de desqualificar pessoas e/ou a reputação delas por meio de palavras, gestos ou atitudes em função do vínculo hierárquico)." Será que Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo assinariam um documento desses se lhes fosse cobrada ética no trabalho jornalístico?

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Dezenas de caipirinhas depois...

Assisti ontem ao programa do chef Antony Bourdain gravado no Brasil no começo deste ano. Tenho que tirar o chapéu pra ele. O bicho tem estômago. Comeu testículos de boi e de galo no Valadares; sanduiche de linguiça na saída do ensaio da Rosas de Ouro; o sanduíche quente de mortadela com queijo do bar do Mané; os espetinhos do Massa e da Regina na Liberdade. Só faltou mesmo atacar o churrasquinho grego no centro da cidade! Achei graça da observação que ele fez ao seu cicerone na Liberdade, o Jun Sakamoto, quando este disse que iam comer uns espetinhos num lugar completamente ilegal (se referia à Kombi do casal Massa e Regina que fica durante a semana na Av. da Liberdade, bem próximo da Praça): "quando vejo mesinhas com cadeiras de plástico na calçada e um cachorro rondando, é sinal que tem comida boa". Será? Depois de assistir ao programa, fiquei até tonta, de tanta caipirinha que o dito cujo tomou. Parecia o Hemingway contando suas andanças por Veneza em Do outro lado do rio, entre as árvores. Dá pra acordar de ressaca!

25 de Março contra a depressão?

Manter um relacionamento está cada vez mais difícil, atesta uma amiga muito experiente em entrar de cabeça em histórias esquisitas e de sair correndo das boas. São tantas as variáveis a serem consideradas e tantas exigências do dia-a-dia, que as pessoas não estão dando conta. Um dia disse a um amigo que se um homem acompanhasse a mulher e sobrevivesse a uma manhã de compras na rua 25 de março, ele teria passado no teste e estaria apto a enfrentar qualquer parada. E hoje pela manhã, vinha pela rua pensando justamente nisso, no frisson que vira essa época do ano. Mesmo aqueles que não curtem o Natal, acabam sendo contaminados pelos que empreendem verdadeiras maratonas atrás das lembrancinhas e dos presentes. Será que tudo isso é pra fugir da tal depressão de fim de ano?

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

As fotos do PC e as bolsas de D. Iraídes











Até que pra ilustrador, o PC é um ótimo fotógrafo. Depois de se dedicar anos a fio a ilustrar o dia-a-dia dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo, o Paulo César passou a se dedicar à fotografia. Excelente o trabalho dele. Algumas de suas fotos (como a primeira, de Jericoacoara) podem ser vistas no blog Algodão em flor que ele e os irmãos criaram pra D. Iraídes, a mãe. Ela faz bolsas lindas e charmosas como essas das fotos deste post. A inspiração pra coleção nova, a família foi buscar nas praias do Ceará. Vale uma visita. Pelos dois.

O chef francês

Fui convidada para um evento numa escola de gastronomia. Fui, junto com outras 12 pessoas na noite de segunda-feira, aprender a fazer três pratos da culinária italiana: uma salada, uma massa e uma sobremesa. Tudo isso sob a supervisão de um chef francês convidado para o evento. Bem, tudo ótimo, regado a vinhos ótimos e muita conversa boa. Ao final, toda a produção pronta sobre a mesa, estávamos a postos pra degustação. O chef convidado levanta a taça e resolve fazer um brinde. Os termos que ele usou não são exatos, mas foi algo assim: "Um brinde à lavada que o Chavez levou. E outro brinde pelo fim das pretensões do Lula pelo terceiro mandato". É mole? Só faltou brindar a passagem do Corinthians pra segunda divisão!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

John Lennon socialista

“E as mulheres também são muito importantes, não podemos ter uma revolução que não envolva e emancipe as mulheres. É sutil como se fala da superioridade masculina. Levou algum tempo para que eu compreendesse que o meu machismo estava cerceando certas áreas para Yoko. Ela é uma socialista radicalmente libertária ('red hot liberationist') e logo me fez notar como eu estava errado, mesmo quando parecia para mim agir naturalmente. Estou sempre interessado em saber como pessoas que se dizem radicais tratam as mulheres.” Trecho da histórica entrevista de John Lennon e Yoko Ono concedida a Robin Blackburn e Tariq Ali, publicada em Red Mole (Toupeira Vermelha) em 1971 e pinçado por Juarez Guimarães para o site Socialismo em discussão.

Neve sob 30°? Aqui tem.


Flávio Aguiar, que está morando na Alemanha,
disse em artigo na Carta Maior que a neve sobre a
árvore de Natal do Parque Ibirapuera em pleno verão,
é a negação daquilo que somos. Concordo com ele.
De onde vem essa neve, pelo amor de Deus?
Deviam mandar pro Polo Norte ou Polo Sul aqueles que tiveram essa idéia de jerico! Que me desculpe o jerico.

Glavão fica até 2014. Ninguém merece!

Ainda bem que em se tratando de televisão a gente sempre pode desligar quando aparecem figuras intragáveis como o Galvão Bueno. Pra quem gosta de esporte e só tem TV aberta, uma péssima notícia: ele fica na Globo até 2014!!!!!! Mais sete anos de Galvão. Ninguém merece. Ele disse em entrevista ao Livio Oricchio no Jornal da Tarde: "Há um público cativo que me adora e, claro, ninguém entra na casa das pessoas por 30 anos, quase todos os dias, sem incomodar um pouco. Mas a Globo faz pesquisas constantes de aceitação e rejeição do público e o resultado é altamente positivo. Claro que existe rejeição, mas mantém-se nos níveis mínimos.". Bem, a mim, ninguém perguntou o que eu acho do rapaz. Mas fiquem tranquilos, desafetos do Galvão: ele não pretende se candidatar a nenhum cargo público. Ufa! Só me faltava essa!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

"Cigano, o Povo Invisível"

Está em cartaz a peça "Cigano, o Povo Invisível", baseada na história e tradições do povo cigano e em fatos reais da Pastoral do Nômade, em São Paulo. Com texto e direção Reinaldo Santiago e interpretada pelo Grupo Lux in Tenebris, fica em cartaz cartaz até 27/01/08, todas sextas, sábados e domingos (sempre às 20h) no Espaço Cultural Tendal da Lapa (Rua Guaicurus, 1000). Entrada franca. Telefone para reseva de lugar: 11 8600-0070. A dica é da amiga Corina Assis e ela sugere que os amigos se juntem pra assistir à peça. Quem for por ali, sempre pode emendar com uma visitinha ao Valadares e ao Dona Felicidade.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Segundona braba



A principal manchete do Estadão de hoje dizia "Uma nação de luto" e mostrava a foto de um corinthiano inconformado que se negava a deixar o estádio. O Corinthians é o time do coração de 12% da população brasileira (só perde para o Flamengo, com 15%), segundo a pesquisa Datafolha divulgada em outubro. No meu trabalho, a maioria é corinthiana; assim como eu. Muita gente apareceu de preto pra trabalhar, mas eu me nego a ficar de luto. Assim como o solitário do estádio, tá difícil engolir a segundona, mas o corinthiano é assim mesmo, não perde a garra. Aguentar as comemorações dos vizinhos, os fogos de artifícios, as buzinas e as gozações dos adversários não é nada fácil, mas a vida não é fácil mesmo e ela segue como um rio, não tem volta. Agora, é bola pra frente!

A feira livre vai acabar?

Bia Abramo publicou um artigo sobre a feira livre na Folha de sábado. Ela fala sobre a arte de fazer feira, sobre a diversidade e frescura dos produtos, do corpo a corpo com os feirantes. Muita gente acha que as feiras estão com os dias contados, mas eu acho que esse dia ainda está longe de chegar. Na feira livre é onde as donas de casa e compradores habituais são chamadas pelo nome; é ali que o feirante, que já conhece a preferência da freguesa diz: "Olha, dona fulana, separei estes aqui pra senhora", ou "Não, seu fulano, não leva esse aí não porque não tá bom". Essa atenção sim, é coisa em extinção. As pessoas eram chamadas pelo nome na agência bancária, no correio, pelo carteiro, pelo açougueiro. Hoje, a coisa funciona de outro jeito. Ao ver o freguês chegando, o pasteleiro se adianta: "E aí, fulano, tudo em ordem? Vai um de carne?". Quer mais?